80 dias de greve: Auditores-Fiscais mantêm forte mobilização e cobram resposta do governo
Ao completar 80 dias de greve, nesta sexta-feira (14), os Auditores-Fiscais da Receita Federal reafirmam sua disposição de luta. Deflagrado após a intransigência do Ministério da Gestão e da Inovação (MGI) em relação à negociação do reajuste do vencimento básico da categoria, em claro descumprimento ao acordo assinado em abril de 2024, o movimento paredista prova que tem fôlego para seguir firme até que as justas reivindicações dos Auditores-Fiscais sejam atendidas.
Os números mostram o alcance da mobilização: já são 75 mil remessas expressas paradas nos terminais alfandegários e 1,1 mil processos sem julgamento no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), gerando impactos para a arrecadação e a economia. Em todo o país, mais de 500 Auditores-Fiscais já entregaram suas funções e cargos em comissão.
O MGI alega que a negociação que resultou na regulamentação do bônus de eficiência é a negociação salarial dos Auditores. A declaração é totalmente equivocada e o MGI sabe disso, bem como todo o governo federal. É de pleno conhecimento que a regulamentação do bônus solucionou uma pendência de 2016 que o Estado tinha com os Auditores. E que – é sempre importante ressaltar – só saiu do papel depois de muita luta e uma forte greve.
Com sua postura claramente intransigente, o MGI prejudica não só os Auditores-Fiscais, mas o Estado brasileiro. Os impactos da greve são fortes e necessários. É preciso retomar o pleno funcionamento da Receita Federal, o mais rápido possível, mas, para isso, é necessário que o governo federal apresente uma proposta de reajuste do salário da categoria, que acumula perdas inflacionárias desde 2016.
Em reuniões realizadas com o Sindifisco Nacional, a Administração da Receita Federal se comprometeu a apoiar os Auditores na construção de uma solução junto ao MGI. Há avanços, portanto. Mas nenhuma proposta efetiva.
“A nossa história é feita de lutas. E se vencemos no passado, vamos vencer novamente”, disse o presidente do Sindifisco Nacional, Auditor-Fiscal Dão Real, no ato público realizado no dia 11, em Brasília, que reuniu mais de 300 Auditores. As palavras refletem o estado de espírito da categoria, que mais uma vez precisa se mobilizar para que seus direitos, já estabelecidos em lei, sejam respeitados.
Sindifisco Nacional 15/2/2025
