
O bilionário Elon Musk anunciou nesta quarta-feira (28/05) que seu trabalho à frente da equipe dedicada a cortes de custos no governo de Donald Trump chegou ao fim.
Musk ajudou a liderar o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) desde sua criação, no início do ano.
Um funcionário da Casa Branca disse ao canal de notícias Semafor que o “desligamento” de Musk como funcionário especial do governo começaria na noite desta quarta-feira.
Musk foi designado como “funcionário especial do governo” (SGE, na sigla em inglês
Considerando a posse de Trump em 20 de janeiro, ele atingiria esse limite no final de maio.
Em abril, o empresário já tinha sinalizado que sairia do governo — e Trump confirmou que sabia disso.
Nesta quarta, Musk agradeceu a Trump pelo cargo em uma publicação em sua rede social, o X, e disse acreditar que a agência de corte de custos se tornaria um “estilo de vida em todo o governo”.
“Com o fim do meu mandato como Funcionário Especial do Governo, gostaria de agradecer ao presidente @realDonaldTrump pela oportunidade de reduzir gastos desnecessários”, escreveu Musk no X.
Ele acrescentou que a agência “apenas se fortalecerá com o tempo”.

Embora não tenha sido uma surpresa, a saída de Musk ocorre após ele criticar um projeto de lei central para a agenda de Trump, o qual inclui isenções fiscais multitrilionárias e aumento nos gastos com defesa.
Musk disse em entrevista à CBS (parceira da BBC nos Estados Unidos) que estava “decepcionado” com o fato de o projeto aumentar o déficit federal, acrescentando que acreditava que isso “prejudicaria o trabalho” que estava sendo feito no DOGE.
A saída encerra — pelo menos por enquanto — uma entrada tumultuada na política, que o transformou em um dos conselheiros mais próximos de Trump e viu os lucros e vendas de sua empresa, a Tesla, despencarem.
A empresa de carros elétricos alertou investidores que a crise financeira poderia continuar, recusando-se a oferecer uma previsão de crescimento e afirmando que “mudanças no sentimento político” poderiam prejudicar significativamente a demanda pelos veículos.
Musk disse a investidores em abril que o tempo que ele vinha dedicando ao DOGE diminuiria significativamente e que ele “dedicaria muito mais do seu tempo à Tesla”.
Após a declaração, o preço das ações da Tesla, que estava caindo, subiu.
Também em abril, ao ser questionado pela BBC, Trump confirmou que o governo estava se preparando para a saída de Musk.
“Temos que, em algum momento, deixá-lo ir”, respondeu o republicano, acrescentando acreditar que a Tesla seria “resolvida”.
Ele também reclamou que Musk estava sendo “tratado de forma muito injusta” por “parte do público”.
“Ele é um grande patriota, e [isso] nunca deveria ter acontecido com ele”, acrescentou Trump.
Em um fórum econômico em Doha na terça-feira (27), Musk respondeu afirmativamente quando questionado se estava comprometido a liderar a Tesla pelos próximos cinco anos.
Trabalho de Musk à frente do departamento
O esforço de Musk para cortar gastos governamentais focou na demissão em massa de funcionários federais e tentativas de fechar agências federais inteiras.
Estima-se que 260.000 funcionários federais tenham tido seus empregos cortados ou tenham aceitado acordos de rescisão.
Em vários casos, juízes federais se opuseram às demissões em massa e ordenaram a reintegração de funcionários.
A abordagem apressada para cortar a força de trabalho federal ocasionalmente levou à demissão equivocada de alguns funcionários, incluindo alguns do programa nuclear dos EUA.
Americanos irritados com a abordagem de Musk expressaram suas frustrações convocando boicotes à Tesla, realizando protestos em frente às suas concessionárias e vandalizando veículos e estações de recarga.
A reação negativa à Tesla tornou-se tão violenta e generalizada que a procuradora-Geral dos EUA, Pam Bondi, alertou que seu gabinete trataria atos de vandalismo como “terrorismo doméstico”.
Crédito: BBC News Brasil – @ disponível na internet 29/5/2025