Por que a gestão de pessoas é essencial no Serviço Público ?

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O que é gestão de pessoas no serviço público?  

A gestão de pessoas tem papel estratégico no desenvolvimento da administração pública para enfrentar desafios do presente. Ela compreende um conjunto de políticas e práticas que garantem que o Estado tenha pessoas qualificadas, motivadas e alinhadas à missão de servir à sociedade. Tem como base a intenção de conciliar a eficiência operacional com o bem-estar dos servidores.

Os quatro pilares da gestão de pessoas

Segundo a economista Helena Wajnman, conselheira do instituto República.org, a gestão de pessoas está fundamentada em quatro pilares. O primeiro passo é a atração e seleção, que assegura a admissão de pessoas com aptidão para o serviço público, por meio de processos seletivos modernos, justos e baseados em competências.

O segundo pilar é o desenvolvimento, que visa promover capacitação contínua, atualização técnica e formação de lideranças para que os profissionais possam crescer e responder aos desafios públicos.

“Como terceiro pilar está a gestão de desempenho. O foco é acompanhar resultados na melhoria contínua, no reconhecimento de bons desempenhos e no apoio a quem precisa evoluir”, explica a especialista.

Retenção e carreiras fazem parte do quarto e último dos pilares enumerados pela conselheira. O objetivo é construir trajetórias valorizadas, com planos de carreira claros e ambientes que promovam engajamento, bons incentivos ao crescimento, bem-estar e permanência de talentos. 

O foco é acompanhar resultados na melhoria contínua, no reconhecimento de bons desempenhos e no apoio a quem precisa evoluir. Helena Wajnman, conselheira da República.org

Além de lidar com normas e processos administrativos, a gestão de pessoas busca oferecer remuneração justa e oportunidades de crescimento profissional. Ela também é fundamental para aprimorar as competências das equipes e promover a resolução eficaz de conflitos.

Servidores engajados

Especialista em administração pública, Renata Vilhena é professora associada da Fundação Dom Cabral e presidente do conselho da República.org. Ela ressalta a importância em pensar mecanismos para engajar os servidores.

O ciclo, segundo ela, começa ainda na fase de ingresso, em que uma seleção bem conduzida, alinhada aos propósitos e valores da instituição pública, é chave para garantir que os novos servidores estejam motivados e preparados para contribuir com o interesse público.

A escolha consciente de talentos, combinada a uma gestão por competências e à seleção de perfis coerentes com os objetivos estratégicos, fortalece a identidade institucional e favorece a construção de um ambiente de trabalho mais colaborativo e eficiente.

“Para tanto, é preciso modernizar as formas de ingresso, seja por meio da realização de concursos públicos ou processos seletivos que não levem em conta somente provas objetivas, mas também os perfis socioemocionais dos candidatos”, afirma Vilhena.

“A seleção de líderes é também fator importante para a mudança da cultura organizacional, já que é primordial alocar as pessoas mais capacitadas nos cargos mais críticos para garantia das entregas. Ao longo da jornada, é essencial investir continuamente no desenvolvimento dos servidores, por meio de capacitações, programas de aprendizagem e oportunidades de crescimento”, completa.

Por que a gestão de pessoas importa no serviço público?

A gestão de pessoas importa no serviço público porque são os servidores públicos que tornam possíveis as políticas que impactam diretamente a vida da população.

Não existe serviço público de qualidade sem uma força de trabalho bem selecionada, capacitada, motivada e bem gerida. Cada política pública, escola, hospital, sistema de segurança ou atendimento social depende do trabalho de servidores públicos, que precisam ser bem selecionados, preparados, acompanhados e valorizados.

Servidores públicos são a base da prestação de serviços

O Estado não consegue entregar serviços de qualidade sem a mão de obra, competência e inteligência das pessoas que atuam na administração pública. E, sem serviços públicos de qualidade, os direitos constitucionais deixam de ser efetivados.

Por ser um pilar estratégico, a gestão de pessoas precisa ter propósitos bem definidos, como promover engajamento, motivação e autonomia entre os profissionais, além de incentivar o aperfeiçoamento contínuo de competências técnicas e comportamentais. Tudo isso contribui para uma melhor prestação de serviços públicos à população.

Outras medidas, especialmente as relacionadas à transparência, também são fundamentais para o bem-estar dos servidores, como garantir um ambiente de trabalho saudável e produtivo e cumprir as obrigações legais.

Valorização profissional também é política pública

A presidente do conselho do instituto República.org, Renata Vilhena, afirma que o papel da gestão de pessoas na administração pública é cuidar de toda a jornada do servidor.

“Para entregar melhores resultados à sociedade, é essencial que os governos invistam em todo o ciclo da gestão de pessoas, pensando na atração e planejamento da força de trabalho, em seu alinhamento com os objetivos estratégicos e desenvolvimento individual e de equipes, sua avaliação e feedback contínuos bem como na retenção de talentos e no bem-estar dos mesmos”, explica Vilhena.

“É essencial investir continuamente no desenvolvimento dos servidores, por meio de capacitações, programas de aprendizagem e oportunidades de crescimento.” Renata Vilhena, presidente do conselho da República.org

Segundo ela, a administração pública vai muito além dos processos burocráticos ou da simples alocação de servidores em cargos. Ela envolve um olhar estratégico e humano para todo o ciclo laboral, desde o ingresso até a aposentadoria, com o objetivo de manter os profissionais engajados, produtivos e realizados em sua trajetória no serviço público.

“É essencial investir continuamente no desenvolvimento dos servidores, por meio de capacitações, programas de aprendizagem e oportunidades de crescimento”, ressalta Renata, especialista em gestão pública e legislação urbana.

Capacidade do Estado depende de quem faz o serviço público funcionar

Renata Vilhena acrescenta que a gestão de pessoas na administração pública deve ser vista como uma prática integrada e contínua, que considera todas as etapas da vida funcional do servidor. Com isso, a área valoriza o capital humano como um dos principais ativos para a construção de políticas públicas efetivas e de uma administração mais eficiente e humana.

Para a economista Helena Wajnman, que atua como conselheira na República.org, alocar recursos na gestão de pessoas é fundamental para garantir a capacidade estatal e, assim, assegurar educação, saúde, segurança e dignidade aos cidadãos.

“Investir em gestão de pessoas é investir na capacidade do Estado de garantir educação, saúde, segurança e dignidade à população. O futuro do país passa por um serviço público profissional, ético e bem preparado. Isso só é possível com uma boa gestão de pessoas por parte do Estado”, avalia a especialista.

Crédito:  Célia Costa / Instituto República – @ disponível na internet 7/6/2025

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