A Força do serviço público no Brasil e a relevância dos servidores do Inmetro

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Em meio às discussões da Reforma Administrativa no Congresso Nacional, é essencial trazer à tona dados concretos sobre a força de trabalho do serviço público brasileiro — e combater mitos que enfraquecem o Estado e seus profissionais.O debate sobre a Reforma

Administrativa reacendeu antigos mitos sobre o tamanho e o custo da força de trabalho pública no Brasil.

Contudo, os dados mostram uma realidade bem diferente daquela difundida por setores que defendem o desmonte do Estado.

Atualmente, apenas 12% da força de trabalho brasileira é composta por servidores públicos, proporção bem inferior à média dos países da OCDE (23,48%) e de nações como França (20,28%), Reino Unido (22,63%) e Dinamarca (30,22%).

Mesmo com suas dimensões continentais e grande diversidade social, o Brasil mantém um dos menores percentuais de servidores entre países com sistemas públicos consolidados.

Além disso, 70% desses servidores federais atuam diretamente em áreas essenciais, como saúde, educação e segurança pública.

São profissionais que fazem o Estado chegar à população, garantindo direitos fundamentais e contribuindo diretamente para a redução das desigualdades sociais.

Outro equívoco recorrente é o de que o governo federal gastaria demais com sua força de trabalho.

A realidade é que, em 2024, o Poder Executivo gastou apenas 25,58% do limite permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal com pessoal — muito abaixo do teto de 50% da Receita Corrente Líquida. O gasto com servidores, em relação ao PIB, gira em torno de 13%, também inferior à média da OCDE, que é de 17%.

No caso do Inmetro, esse cenário se torna ainda mais crítico. Com um quadro técnico altamente qualificado, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia desempenha um papel estratégico para o desenvolvimento econômico, científico e tecnológico do Brasil.

Seus servidores atuam como garantidores da confiança nas medições e da segurança dos produtos, zelando tanto pelos direitos do consumidor quanto pela competitividade da indústria nacional.

Ainda assim, a força de trabalho do Inmetro tem enfrentado anos de congelamento salarial, vacâncias não preenchidas e crescente sobrecarga, o que compromete a continuidade e a qualidade dos serviços prestados à sociedade.

Enquanto se debate a necessidade de cortes e flexibilizações, apenas 0,3% dos servidores efetivos recebem acima do teto constitucional.

O foco em “supersalários”, portanto, é um artifício político usado para fragilizar o serviço público como um todo e abrir espaço à privatização de políticas públicas essenciais.

Se o objetivo for de fato equilibrar as contas públicas, existem alternativas muito mais eficazes e justas, como a taxação de grandes fortunas, que poderia gerar mais de R$ 40 bilhões por ano — oito vezes mais que o suposto impacto dos altos salários.

A verdade é que não existe SUS, universidade pública, regulação, ciência ou inovação sem servidores públicos comprometidos. Valorizar o funcionalismo é valorizar a sociedade brasileira.

E, no caso do Inmetro, é valorizar a base técnica que sustenta a confiança no que produzimos, exportamos e consumimos.

O fortalecimento do serviço público é um investimento — não um gasto. E é esse investimento que garante um país mais justo, eficiente e soberano.

ASMETRO-SI 26/6/2025

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