O Observatório Brasileiro das Desigualdades acaba de lançar o Relatório 2025, que atualiza e amplia os principais indicadores sociais do país. O documento apresenta um retrato detalhado das desigualdades de renda, educação, saúde, representação política, meio ambiente e acesso a serviços básicos, sempre considerando recortes de gênero, raça e território.
Principais achados do relatório
- Renda e trabalho: em 2024, o rendimento médio nacional cresceu 2,9%, chegando a R$ 3.066. Ainda assim, as mulheres receberam apenas 73% do rendimento dos homens; já as mulheres negras, apesar de terem registrado aumento de 5,2% no rendimento, seguem recebendo somente 43% do valor dos homens não negros.
- Educação: o percentual de crianças de 0 a 3 anos em creches subiu para 34,6%. O Ensino Médio atingiu 74% de escolarização líquida, e o Ensino Superior chegou a 22,1%. Porém, jovens negros, sobretudo homens, continuam sub-representados.
- Saúde: a taxa de óbitos por causas evitáveis subiu de 30,6% para 39,2% entre 2021 e 2023, com maior impacto sobre homens e pessoas negras. A mortalidade infantil segue mais elevada no Norte e Nordeste.
- Desigualdades regionais: a violência letal contra jovens permanece concentrada no Norte e Nordeste, que também enfrentam maiores índices de pobreza, insegurança alimentar e déficit de acesso a água e saneamento.
- Meio ambiente: entre 2022 e 2024 o Brasil reduziu o desmatamento em 41,3% e também registrou queda nas emissões de CO₂, ainda que populações vulneráveis sigam mais expostas a riscos ambientais.
- Representação política: as desigualdades de gênero e raça permanecem. Mulheres ocupam apenas 18,2% dos legislativos municipais, e pessoas negras representam 35,1% das cadeiras estaduais, embora sejam maioria da população.
Um retrato necessário
Dos 43 indicadores monitorados, 25 apresentaram avanços, três tiveram retrocessos e oito permaneceram estagnados. O relatório confirma que, apesar de progressos pontuais, as desigualdades brasileiras são estruturais e exigem políticas de Estado consistentes e duradouras para sua superação.
ASMETRO-SI 29/8/2025
Fonte: RELATORIO_2025_AF
