Tentáculos do PCC em Goiás: Postos de combustíveis usados para lavar bilhões

0
67
@reprodução internet

As investigações da Operação Carbono Oculto revelaram que o esquema bilionário de lavagem de dinheiro comandado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) também se infiltrou no setor de combustíveis em Goiás. De acordo com o Ministério Público, Armando Hussein Ali Mourad, irmão de Mohamed Hussein Mourad – considerado o principal operador financeiro da facção – assumiu postos e distribuidoras no estado como parte da estrutura criminosa.

Entre os empreendimentos identificados estão: Auto Posto Vini Show (Senador Canedo), Auto Posto Dipoco (Catalão), Posto Santo Antônio (Santo Antônio do Descoberto), Posto Futura JK (Jataí), Posto Futura Niquelândia (Niquelândia), Auto Posto Parada 85 (Goiânia) e Auto Posto da Serra (Morrinhos). Todos eram usados como fachada para movimentar recursos ilícitos, disfarçando a origem criminosa dos valores.

O esquema, segundo a força-tarefa, movimentou cerca de R$ 52 bilhões nos últimos anos, controlando toda a cadeia: desde a importação de insumos até a distribuição e revenda de combustíveis. Para dar aparência de legalidade, Mohamed utilizava familiares como sócios: o pai em distribuidoras em São Paulo, a mãe e a irmã em lojas de conveniência, o primo como gestor de mais de 100 postos, e até a esposa, que aparece como titular de uma previdência privada avaliada em R$ 45 milhões – totalmente incompatível com sua renda declarada.

Além da família, “laranjas profissionais” também foram usados, como uma funcionária de prefeitura em Sergipe que recebia pouco mais de R$ 1.400 e aparecia como sócia de 18 empresas ligadas ao grupo. Em 2023, quase todas foram transferidas para uma vizinha, reforçando o esquema de ocultação patrimonial.

A operação cumpriu 350 mandados em nove estados, sendo dez apenas em Senador Canedo (GO). Foram bloqueados bens avaliados em mais de R$ 1 bilhão, incluindo imóveis, caminhões e veículos de luxo. As investigações apontam ainda que o grupo adulterava combustíveis com metanol, ampliando os lucros e colocando em risco a saúde e a segurança de consumidores em todo o país.

A força-tarefa, composta pelo MP-SP, MP-GO, Receita Federal e PGFN, classifica a Operação Carbono Oculto como a maior ação já realizada no Brasil contra o crime organizado no setor de combustíveis.

ASMETRO-SI 3/9/2025

FONTES: 

 

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui