Reforma Administrativa e a Desigualdade entre os Poderes

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O debate sobre a Reforma Administrativa voltou à pauta nacional em meio à previsão de que, em 2025, o Brasil deve gastar cerca de R$ 1,7 trilhão com servidores públicos, valor que representa um recorde histórico.

Esse montante, no entanto, escancara uma realidade que há muito tempo é denunciada: a profunda desigualdade entre as remunerações do Executivo, Legislativo e Judiciário.

Enquanto o Executivo Federal concentra a maior carga de trabalho e responsabilidade direta na execução de políticas públicas — sendo também o mais cobrado pela sociedade, paradoxalmente é o Poder que menos remunera seus servidores.

Do outro lado, o Legislativo e o Judiciário continuam a concentrar altos salários e benefícios, frequentemente acumulando privilégios e distorções que pressionam o orçamento público.

Segundo especialistas, apenas os chamados supersalários — vencimentos que ultrapassam o teto constitucional  geram uma despesa de R$ 11 bilhões por ano, valor que corrói a confiança da sociedade e perpetua a percepção de desigualdade dentro do serviço público.

Como ressaltou Tadeu Barros, diretor-presidente do CLP, trata-se de um escoamento de recursos que poderia ser direcionado a políticas públicas e investimentos estruturantes.

A reforma em discussão no Congresso promete enfrentar parte dessas distorções, mas, até o momento, não há sinais de que atacará a raiz da desigualdade entre os Poderes.

A estabilidade dos servidores permanece fora de risco, mas o debate segue centrado em ajustes de eficiência e produtividade, sem a coragem de promover uma verdadeira equalização das remunerações.

É urgente que a sociedade compreenda que não se trata de reduzir direitos do Executivo, mas de corrigir privilégios desmedidos em outras esferas.

A valorização do Executivo Federal, responsável direto pela entrega de serviços à população, é uma questão de justiça e de fortalecimento do Estado brasileiro.

ASMETRO-SI 8/9/2025

FONTES:

 

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