Na verdade, não aderimos e provavelmente se fôssemos avaliados por eles, teríamos uma colocação baixa, por conta dos critérios que são utilizados.
Em primeiro lugar já largamos lá atrás no percentual de alunos internacionais. Isso derrubaria a nossa nota injustamente.
O ITA foi criado para formar brasileiros para a indústria nacional e militares para a Força Aérea. Não é nossa missão formar para outros países, por mais que isso seja nobre do ponto de vista global.
Sem contar que não temos a escala da maioria das faculdades que está no topo dos rankings.
Temos o tamanho do Olin College, que também não figura nesses rankings, ainda que seja uma escola de excelência nos Estados Unidos.
Outro ponto é na questão dos papers. Os rankings avaliam muito esse critério e o ITA não é focado nisso. Aliás, faria sentido ficar publicando todas as pesquisas com a Embraer e revelar os segredos industriais?
É como se a Coca-cola ficasse divulgando como fazer o refrigerante ou se a melhor padaria da cidade contasse como fazer a massa do pão para os seus concorrentes.
E tem outra questão. Esses rankings medem a reputação das instituições com base em avaliações subjetivas de outros acadêmicos.
Como o ITA é muito específico no setor aeroespacial, é mais conhecido dentre seus parceiros internacionais similares, mas nada garante que os rankings vão considerar isso.
Ao contrário, podem pedir para um professor de geologia lá do interior do Paquistão avaliar nossa reputação e nem nos conhecer adequadamente.
E uma coisa que é injusta: os pontos onde o ITA tem maior destaque nem são considerados pelos rankings.
Ter o vestibular de engenharia mais exigente do mundo e ter criado uma Embraer de forma heróica não entra nas métricas.
E mais: ter alunos que ganham olimpíadas mundiais de matemática, vencendo coreanos, chineses e russos valem nada pra eles.
E alunos que fazem prova sem supervisão ou até mesmo em casa, com integridade comprovada ao longo de 7 décadas, conta como?
E um programa de mestrado industrial que já empregou 2.000 pessoas na Embraer, com concorrência na entrada de 200 candidatos por vaga?

Aliás, nem as americanas tem esse sucesso, caso contrário a Boeing não estaria com escassez de engenheiros em nível global.
Quando eu era Reitor, cansava de receber cartas do MIT dizendo que nossos alunos de intercâmbio eram brilhantes, mas que ranking internacional vai medir isso?
A verdade é que os rankings internacionais simplesmente não entendem a missão do ITA e não compensaria ser avaliado com métricas que não convém a instituições com esse perfil.
Crédito: Anderson Correia / @ disponível no Linkedin 17/11/2025














Se for usar esse argumento de : ” não publicar paper pra não dar dicas ou segredos aos outros” nenhuma universidade faria, aliás, a ciência toda pararia…..sempre existiu ego enorme entre os cientistas mas sempre houve publicações….
Bem que já poderiam ter desenvolvido o VLS brasileiro, com tanto conhecimento e mesmo assim estamos atrás até mesmo da Argentina.
O ITA é uma grande universidade, é diferente e não precisa provar para o mundo o valor. Mas os resultados é o diferencial. Quem é não precisa aparecer. Simplesmente é e pronto. Vejo que as pesquisas e os vários conhecimentos de diversos assuntos nos ajudam a melhorar e descobrir o que está em falta e o que se pode transformar. Nós não deixamos de divulgar aqueles que desenvolvem suas pesquisas, o que caracteriza o valor de cada um.
Só que quem ganha Nobel, são eles e não nós. Logo, conclui-se que eles estão na nossa frente, infelizmente.
E isso mesmo reitor. Para ser excelência no que faz não precisa alarde. Mas mostrar resultados práticos. Estadunidenses tem essa paranoia