Petroleiros iniciam greve nacional por tempo indeterminado

0
104
Divulgação/FUP

A Federação também denunciou a ação truculenta da Polícia Militar contra manifestantes na Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), na Baixada Fluminense. Dois diretores sindicalistas foram presos e encaminhados à delegacia da região, sendo liberados por volta das 10h. De acordo com a FUP, a polícia foi acionada pela gestão da refinaria. A Petrobras informou em nota que tomou conhecimento das detenções e que está acompanhando o caso.

Ao todo, estão paralisadas seis refinarias, 16 plataformas (14 no Norte Fluminense e duas no Espírito Santo), campos de produção terrestre da Bahia, da Unidade de Tratamento de Gás de Cabiúnas (UTGCAB), em Macaé, da Transpetro, da Estação de Compressão de Paulínia (TGB) e da Petrobras Combustíveis (Pbio).

Sobre as paralisações, a Petrobras afirmou que “não há impacto na produção de petróleo e derivados”. Disse ainda que “adotou medidas de contingência para assegurar a continuidade das operações e reforça que o abastecimento ao mercado está garantido”. A empresa disse que “respeita o direito de manifestação dos empregados e mantém um canal permanente de diálogo com as entidades sindicais, independentemente de agendas externas ou manifestações públicas.”

Em relação ao ACT, a Petrobras disse que apresentou sua última proposta no dia 9 de dezembro e que “segue empenhada em concluir a negociação do acordo na mesa de negociações com as entidades sindicais”.

Entenda a greve

A paralisação teve início com a entrega da operação das plataformas do Espírito Santo e do Norte Fluminense às equipes de contingência da empresa. Às 7h da manhã, os trabalhadores de seis refinarias vinculadas à FUP não realizaram a troca de turno, fazendo com que o revezamento regular fosse suspenso e exigisse o acionamento de contingência.

Ação similar ocorreu nas refinarias de Betim (Regap/MG), Duque de Caxias (Reduc/RJ), Paulínia (Replan/SP), Mauá (Recap/SP), São José dos Campos (Revap/SP) e Araucária (Repar/PR). No Rio Grande do Norte, a sede administrativa da Petrobrás em Natal teve 90% de adesão, segundo informou a FUP.

A mobilização envolve ainda trabalhadores do administrativo, incluindo petroleiros em confinamento offshore. No Espírito Santo, 100% dos médicos e dentistas que atendem as bases da categoria também aderiram à greve. Funcionários do Terminal Aquaviário de Coari, no Amazonas, também aderiram integralmente à greve.

Sérgio Borges, diretor do Sindipetro-NF e da FUP afirmou que “o primeiro dia da greve nacional da categoria petroleira já demonstra um movimento muito forte em todos os estados do país.”

— No Norte Fluminense, diretores sindicais estão presentes em todas as bases, incluindo aeroportos, unidades operacionais, sedes administrativas e áreas portuárias. Nas plataformas, os trabalhadores vêm realizando os procedimentos de parada, entrega das unidades e solicitação de desembarque, enquanto os trabalhadores de terra se organizam para participar ativamente das atividades da greve, que é por tempo indeterminado — acrescentou,

Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP, disse que a greve “foi aprovada quase por unanimidade nas assembleias realizadas em todo o país e tornou-se inevitável diante da falta de diálogo da gestão da Petrobrás.”

Violência policial

Na refinaria de Duque de Caxias (Reduc), na Baixada Fluminense, a FUP criticou a atuação violenta da polícia contra manifestantes, num episódio que classificou como “abuso de autoridade e direito de greve”. De acordo com a Federação, os agentes usaram força física e spray de pimenta contra os grevistas.

O secretário-geral do Sindipetro Caxias, Marcello Bernardo, e o membro titular da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Assédios (Cipa) Fernando Ramos foram presos durante a confusão. Eles passarão por exame de corpo de delito na tarde desta segunda.

Em nota, a PMERJ informou que policiais do 15º BPM (Duque de Caxias) foram acionados para atuar na protesto, que acontecia próximo à BR-040 (Rio-Petrópolis). A corporação disse que “alguns manifestantes abordavam caminhoneiros e intimidavam transeuntes que tentavam acessar a área interna da refinaria”, além de causarem congestionamento na avenida.

Sobre a prisão dos manifestantes, a Polícia Militar disse que eles “resistiram à prisão, o que exigiu o emprego dos meios necessários para contê-los.” Bernardo e Ramos foram conduzidos à 60º DP (Campos Elíseos), onde o caso foi registrado. A Polícia Civil informou que os detidos foram ouvidos e autuados por desobediência. O caso foi encaminhado ao Juizado Especial Criminal (Jecrim).

Crédito: Beatriz Coutinho / EXTRA – @ disponível na internet 1612205

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui