É com profunda indignação e tristeza que reagimos ao conteúdo exibido no programa Fantástico deste domingo. O que vimos não é apenas uma afronta à vida humana, mas também um retrato cruel e repulsivo da forma como animais têm sido tratados no Brasil.
As chamadas “corridas de charretes” mostradas na reportagem não passam de um espetáculo de dor, irresponsabilidade e ilegalidade. Cavalos são forçados a correr em altíssimas velocidades, em terrenos inadequados, sem qualquer cuidado com sua integridade física ou bem-estar. São explorados, agredidos e descartados como se fossem máquinas – e não seres vivos que sentem dor, medo e exaustão.
Essa prática, além de criminosa, culminou em uma tragédia brutal: a morte de Thalita Rochino de Souza, atropelada por uma charrete conduzida a toda velocidade em uma disputa clandestina na praia de Itanhaém (SP). Thalita estava com amigas, vivendo um fim de semana de paz e alegria, quando sua vida foi ceifada por uma irresponsabilidade absurda. A dor de sua família é também a dor de todos nós, cidadãos que clamam por justiça, respeito à vida – humana e animal – e pelo fim da impunidade.
Não podemos aceitar que cenas como essas ainda ocorram em pleno século XXI. É inaceitável que animais sejam torturados em nome de apostas clandestinas e vaidades humanas. É inaceitável que vidas humanas sejam perdidas por falta de fiscalização, por omissão do poder público e por falhas estruturais na proteção animal e civil.
Queremos justiça para Thalita. Queremos punição exemplar para os envolvidos nesse evento criminoso. Queremos o fim imediato das corridas de charretes, das vaquejadas clandestinas, das rinhas, das carroças puxadas por animais em áreas urbanas sem regulamentação e de toda forma de exploração cruel.
É preciso que o Ministério Público, as autoridades policiais, os legisladores e a sociedade civil se unam para pôr fim a essa barbárie. Que a tragédia de Thalita e o sofrimento dos cavalos usados nessas disputas não caiam no esquecimento.
A vida – toda forma de vida – importa. E a crueldade, sob qualquer justificativa, jamais será tolerável.
Basta de impunidade. Basta de crueldade.
Protetores Inmetro 31/3/2025
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