O Laboratório de Metrologia de Fluidos (Laflu) do Inmetro realizou um importante estudo comparativo entre dois métodos utilizados na determinação da tensão superficial de líquidos: o método Wilhelmy e o método de análise da forma da gota pendente (pendant drop). A pesquisa, publicada na revista Acta Polytechnica (v. 65, n. 3, 2025), reforça a confiabilidade dos resultados metrológicos ao comparar técnicas amplamente adotadas na indústria e na ciência.
A tensão superficial é uma propriedade essencial para diversos setores, como a fabricação de componentes automotivos, eletrônicos, alimentos, fármacos e produtos químicos. Para assegurar a rastreabilidade e qualidade das medições, o Laflu avaliou a compatibilidade entre os dois métodos utilizando líquidos de diferentes características — água bidestilada, n-dodecano e perfluorcarbono (FC-40) — nas temperaturas de 20 °C e 25 °C, as mais demandadas pelos clientes do laboratório.
A análise estatística baseou-se no cálculo do Erro Normalizado (EN), parâmetro que permite verificar a compatibilidade entre os resultados. Todos os valores de EN ficaram dentro dos limites aceitáveis (EN ≤ 1), evidenciando a consistência dos métodos. Um dos principais resultados do estudo foi a identificação das principais fontes de incerteza de medição: no método Wilhelmy, a maior contribuição veio da regressão utilizada para corrigir a indicação do tensiômetro; já no método da gota pendente, destacou-se a influência da repetibilidade da formação da gota e da resolução do instrumento.
A pesquisa também evidenciou vantagens práticas do método de gota pendente, como a necessidade de volumes menores de amostra (5 mL contra 50 mL do método Wilhelmy), sendo particularmente útil em aplicações onde há limitação na quantidade de líquido disponível. Ambos os métodos, contudo, apresentam vantagens e desvantagens que devem ser consideradas conforme as características do líquido analisado e as condições experimentais.
Este estudo reforça o compromisso do Inmetro com a excelência metrológica, ao buscar continuamente garantir a rastreabilidade e a confiabilidade das medições fundamentais para o desenvolvimento científico, industrial e tecnológico do país.
Crédito: Estela Cristina Cavalcante de Farias, Ricardo Kropf Santos Fermam e Amsterdam de J. Souza Marques de Mendonça 12/7/2025
Acesse aqui o artigo completo publicado na revista Acta Polytechnica – Volume 65, Número 3 (2025) >>> 10038-Cavalcante-de-Farias
