Visão do Correio: Por uma Reforma Administrativa
Uma efetiva reforma administrativa só ocorrerá quando os Poderes constituídos estabelecerem um pacto para abolir práticas e privilégios que tornam o atual modelo insustentável.
As distorções no serviço público se perpetuam há décadas, com supersalários, verbas indenizatórias e benefícios que, em muitos casos, já não encontram respaldo legal ou moral. O resultado é um sistema desigual, que compromete as finanças públicas e mina a confiança da população.
O Executivo, em sua narrativa de fortalecimento do Estado, precisa enfrentar a realidade de que não haverá desenvolvimento sem eficiência e racionalidade. O Legislativo, ao mesmo tempo em que propõe mudanças, amplia seus próprios custos com o aumento do número de parlamentares — um contrassenso frente ao discurso de austeridade. O Judiciário, por sua vez, continua blindado em torno de privilégios incompatíveis com o momento do país.
A sociedade brasileira não suporta mais tamanhas distorções. A construção de um novo pacto administrativo, capaz de garantir justiça, eficiência e equilíbrio fiscal, é imperativa.
Só haverá reforma administrativa verdadeira quando todos os Poderes assumirem o compromisso de eliminar privilégios injustificáveis e adotarem um modelo de gestão que respeite o cidadão e valorize a função pública de forma equânime e responsável.
Editorial do Correio Braziliense – publicado em 14/09/2025
www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2025/09/7248024-visao-do-correio-por-uma-reforma-administrativa.html
Posicionamento do ASMETRO-SI
O ASMETRO-SI reconhece a relevância da análise do Correio Braziliense ao destacar a urgência de uma reforma administrativa capaz de superar distorções e privilégios que pesam sobre a sociedade.
No entanto, entendemos que o debate deve ir além do corte de custos e da retórica da austeridade. Para ser justa e efetiva, a reforma administrativa precisa contemplar:
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Valorização das carreiras de Estado: servidores técnicos e científicos, como os do Inmetro, exercem papel essencial na defesa do consumidor, na competitividade da indústria nacional e na inovação tecnológica. Fragilizar essas funções seria comprometer o futuro do país.
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Correção das desigualdades entre Poderes: hoje, o Executivo federal é o mais cobrado e, paradoxalmente, o que apresenta as remunerações mais baixas em comparação ao Legislativo e ao Judiciário, onde se concentram os maiores privilégios.
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Fortalecimento institucional: modernizar não significa precarizar. A verdadeira eficiência administrativa virá da transparência, da profissionalização da gestão e da eliminação de privilégios injustificados, mas também de investimentos em tecnologia, capacitação e valorização do corpo técnico.
O ASMETRO-SI, portanto, apoia uma reforma administrativa que seja equilibrada, transparente e justa, capaz de eliminar privilégios sem enfraquecer o serviço público, assegurando que o Estado continue a servir com qualidade e responsabilidade à sociedade brasileira.
Diretoria Executiva do ASMETRO-SI 15/9/2025
