Veja em 14 gráficos como os brasileiros avaliam o serviço público no País

0
99
@internet
Segundo pesquisa da Atlas/República, metade dos entrevistados estão insatisfeitos com a qualidade da gestão pública
 

Quase metade dos brasileiros estão insatisfeitos com a qualidade do serviço público.   

É o que mostra uma pesquisa realizada pela Atlas Intel com o Instituto República sobre a necessidade de uma reforma administrativa no País.

Se por um lado os dados apontam que o servidor não é visto como um “vilão”, por outro, a pesquisa indica que há vários pontos que podem ser melhorados com a reforma administrativa para aumentar o grau de satisfação da população com o serviço público.

“Existe a percepção evidente de valor do serviço público. Não vemos uma demanda para acabar com o serviço público, o servidor não é vilão. Mas, ao mesmo tempo, é muito clara a percepção de que existem oportunidades para melhoria de eficiência”, diz o CEO da Atlas, Andrei Roman.

Procurado, o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) não se manifestou.

Entre os pontos que mais chamaram atenção na pesquisa está a percepção de privilégios concedidos a servidores do Poder Judiciário, como os supersalários, as férias remuneradas de 60 dias e a aposentadoria compulsória como forma de punição.

“Isso é visto como injusto até pelos próprios servidores, porque são benefícios restritos a uma minoria. Me parece que há um consenso de que é necessário combater privilégios”, diz. 

A pesquisa, obtida com exclusividade pelo Estadão, ouviu 2.287 pessoas com mais de 16 anos, em todas as cinco regiões do País, e tem uma margem de erro de dois pontos porcentuais, com nível de confiança para estimação da margem de erro de 95%.

A sondagem também avaliou propostas contidas na reforma proposta pelo deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), em tramitação no Congreso Nacional, que é dividida em quatro eixos: Estratégia, Governança e Gestão, Transformação Digital e Profissionalização. Para Pedro Paulo, os números da pesquisa mostram aderência da população a algumas mudanças sugeridas pelo texto – embora o levantamento também aponte que a proposta ainda é pouco conhecida pelos brasileiros.

“A pesquisa mostra que avaliação da administração pública é negativa e reforça a urgência da reforma. Um nível de aprovação do texto que propomos excelente, mesmo ainda com uma parcela de desconhecimento”, afirmou Pedro Paulo. “Quanto mais o debate público aprofundar, aumentará a aprovação, é só olhar a extraordinário apoio de cada uma das medidas, algumas superando 80%”, disse.

Veja abaixo os principais resultados em 14 gráficos:

1) De acordo com a sondagem, 27% dos brasileiros estão insatisfeitos com a qualidade do serviço púbico do País, enquanto 19% estão muito insatisfeitos – ou seja, quase metade está insatisfeita. Por outro lado, 19% estão satisfeitos e 9% estão muito satisfeitos.

2) Na comparação com o esforço dos servidores com trabalhadores do setor privado, 30% entendem que eles se esforçam muito menos, enquanto 27,8% acreditam que se esforçam menos. No total, 57,8% têm essa percepção negativa.

3) Sobre o número atual de servidores no País, 27,4% avaliam que é maior do que o necessário, enquanto 23,6% acham que é muito maior. Já 16,4% responderam que acham muito menor, 15,4% acham adequado e 13,7% avaliam que o contingente é menor do que o necessário.

4) A proposta de reforma administrativa em tramitação na Câmara dos Deputados ainda é pouco conhecida pela população em geral. Apenas 18,5% conhecem muito bem os principais pontos, enquanto 37,5% conhecem alguns aspectos; 28,3% já ouviram falar, mas não sabem do que se trata, e 15,6% não conhecem nada.

5) Mesmo assim, 41,4% são a favor da reforma administrativa, enquanto 37,4% são contrários. Mas 26,4% dizem não saber – o que, na visão de Andrei Roman, é uma porcentual ainda bastante elevado: “Indica que é uma discussão prematura e que pode evoluir”, afirmou.

6) Já entre os que têm algum conhecimento da proposta, 56,1% são favoráveis, de forma total ou majoritária, e 43,6% são contrários.

7) Quando perguntados sobre quais deveriam ser os principais objetivos da reforma, 40% disseram combater privilégios no serviço público. Já 37,4% afirmaram aumentar a transparência e o combate à corrupção. A pergunta permitia até duas respostas.

 

8) A questão dos supersalários é um dos temas em que há mais consenso na reforma: 73,1% entendem que é preciso limitar os ganhos ao teto do funcionalismo, hoje de R$ 46 mil.

9) Outro ponto com forte concordância é a necessidade de se limitar as férias de 60 dias para membros do Ministério Público e do Poder Judiciário.

10) Outro benefícios concedido a membros do Poder Judiciário e do Ministério Público é visto como uma forma de privilégio: a aposentadoria compulsória como forma de punição é considerada “totalmente injusta por 63,1% e injusta por 4,6%.

12) A chamada “licença-prêmio”, afastamento remunerado a cada cinco anos de exercício, também é vista como uma forma de privilégio: 41,5% entendem o benefício como totalmente injusto, enquanto 16% veem como injusto. Já 16,2% acham totalmente justo e 11,7%, justo.

12) A pesquisa checou o que os entrevistados achavam da proposta da reforma para que prefeitos, vice-prefeitos e secretários tenham um teto salarial a depender do tamanho do município: 80,5% concordaram totalmente.

13) Houve também forte aderência, de 76,6% dos entrevistados, com a proposta de que todo ato público seja digital e rastreável.

14) Outro ponto da reforma que apresenta forte apoio é a obrigação de que servidores públicos sejam avaliados periodicamente de acordo com o seu desempenho: 70,8% concordaram totalmente enquanto 11,9% concordaram parcialmente.

 
Crédito: Alvaro Gribel / O Esrtado de São Paulo – @ disponível na internet 10/11/2025

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui