Nos últimos anos, os planos de saúde quiseram eliminar os planos de pessoa física. Porque eles preferem os coletivos, das empresas, porque acham que isso dilui o risco deles. Os jornais estão trazendo dados de que os reajustes dos planos são muito maiores do que a inflação e do que a inflação médica. As empresas argumentam que é a medicina que está ficando mais cara, há novos equipamentos e procedimentos. Ela vai se sofisticando, mas também ficando mais cara. Por outro lado, a pessoa pagou a vida inteira e quando precisa ela passa a ter dificuldade de aprovação dos procedimentos. Quando ela vai ficando mais velha, ela vai sendo expulsa dos planos.
Todo mundo tem uma história triste para contar, seja de si próprio ou de algum familiar ou conhecido. Eu mesma, há alguns anos, fui contratar o mais caro que tinha. Paguei dois anos sem usar. Um dia, pedi para fazer um procedimento simples que o médico pediu. Uma mamografia digital. Eles disseram que o meu plano não cobria, só a analógica. Eu tive que escrever uma carta para o presidente do plano, ele jamais me respondeu. E eu saí do plano. É isso que eles querem, dependendo da sua idade.
Crédito: Matéria publicada por Míriam Leitão no Jornal O Globo dia 29/07/2018 – disponível na internet 02/07/2018