10 milhões: IBGE revisa taxa de desemprego e desocupação é a mais alta desde 2004.

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Com recuo do consumo das famílias e redução de investimentos pelas empresas e pelo setor público, as demissões continuarão superando as admissões.

 A deterioração do mercado de trabalho em 2015 foi ainda pior do que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) havia previsto. Em março deste ano, a instituição informou que a taxa de desocupação havia fechado o ano anterior em uma média de 8,5%. No entanto, com a divulgação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2015, nesta sexta-feira (25/11), a taxa de desemprego foi revisada para 9,6%. É o maior nível desde o início da série histórica do estudo, iniciado em 2004.

O contingente de desocupados (pessoas de 15 anos ou mais de idade que não estavam ocupadas e tomaram providência efetiva para conseguir um trabalho) aumentou 38,1% (mais 2,8 milhões de pessoas) em 2015, chegando a 10 milhões.

Diante do quadro de retração econômica, a desocupação subirá ainda mais este ano. Com recuo do consumo das famílias e redução de investimentos pelas empresas e pelo setor público, as demissões continuarão superando as admissões. E com o aumento da população desocupada, as pessoas vão continuar procurando emprego, mas sem muito sucesso.

Esse movimento, naturalmente, vai provocar uma pressão sobre a taxa de desemprego. Por conta disso, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV), prevê que a desocupação fique em 11,5% em 2016. E, sem recuperação do mercado de trabalho a curto prazo, esse nível deve subir para 12,8% em 2017.

Rendimento em queda

Segundo o IBGE, todas as categorias do emprego registraram redução no rendimento médio mensal do trabalho principal. Empregados e trabalhadores domésticos receberam em média R$ 1.832 em 2015, cerca de 1,9% a menos do que a média do ano anterior (R$ 1.867).

Os trabalhadores domésticos com carteira de trabalho assinada, em 2015, declararam rendimentos em média 3,1% menores que em 2014 (de R$ 1.049 para R$ 1.016), e os sem carteira de trabalho assinada 1,2% (de R$ 655 para R$ 647). Os trabalhadores com carteira assinada tiveram redução de 2,4% nos rendimentos (de R$ 1.850 para R$ 1.805), enquanto os sem carteira mostraram queda de 5,8% (de R$ 1.230 para R$ 1.159) e os militares e estatutários apresentaram decréscimos de 1,7% (de R$ 3.243 para R$ 3.188). Já o rendimento médio mensal real do trabalho principal recebido pelo trabalhador por conta própria diminuiu 9,1% de 2014 para 2015, passando de R$ 1.632 para R$ 1.484.

Crédito: Correio Braziliense – disponível na web 26/11/2016

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