2015: II oficina lucro social no setor público. Apresentações dos resultados e opiniões dos participantes.

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ASMETRO-SN encerra II oficina lucro social no setor público com desafio. Publicado em Quinta, 17 Setembro 2015 04:32 –  Acessos: 1171

O Sindicato Nacional dos Servidores de Metrologia, Normalização e Qualidade (ASMETRO-SN), terá um grande desafio a partir desta quarta-feira (16/9), quando encerrou a “II Oficina Lucro Social no Setor Público: Ferramenta de Gestão e Transparência das Ações”, que durante três dias reuniu cerca de 40 lideranças sindicais e representantes de órgãos públicos, no Hotel Bel Air, em Teresópolis (RJ). Os participantes não só aprovaram o grande debate sobre o tema, como enfatizaram a necessidade de o ASMETRO levar esse conhecimento, que vem sendo construído há seis anos, para todos os órgãos públicos federais.

O secretário de Relações de Trabalho no Serviço Público do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, que participou da primeira oficina, no ano passado, enviou documento à direção do ASMETRO-SN, solicitando informações sobre o evento. Ele não pode comparecer dessa vez, porque estava atendendo à agenda do Ministério, em Brasília. Para o presidente e o secretário geral do ASMETRO-SN, Rodrigo Ozanan e Sérgio Ballerini, respectivamente, o fato de todos os participantes terem manifestado o desejo de o ASMETRO-SN realizar outras oficinas em suas entidades e organizações, demonstra que a “semente do balanço social/lucro social já está germinando”.

A II Oficina reuniu técnicos dos Ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), e diversas instituições, entre elas, do próprio INMETRO, Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), Federação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (CONDSEF), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Federação Nacional dos Policiais Rodoviários (FENAPRF) e  Laboratório de Tecnologia, Gestão de Negócios e Meio Ambiente (LATEC), da Universidade Federal Fluminense (UFF), AFINPI, ASFOC e ASMETRO.

Rodrigo Ozanan e Sérgio Ballerini lembram que as oficinas objetivam explorar a ferramenta Lucro Social para apresentar à sociedade a importância das ações desempenhadas pelos institutos, com números concretos de desempenho, abrangência e impacto de ações. O trabalho visa também a análise e melhoria dos processos relacionados às instituições, porque o Lucro Social tem a capacidade apresentar e customizar um produto que funcione como ferramenta de transparência e gestão. “Todos ganham com isso, principalmente a sociedade”, acrescentaram.

A opinião foi respaldada pelos participantes que formaram cinco grupos e apresentaram os resultados de balanços sociais fictícios. Os grupos começaram a trabalhar no segundo dia do evento (15), discutindo de que forma seus temas poderiam gerar lucro social. A apresentação de cada grupo foi um dos pontos alto durante o encerramento do evento.  

PONTO ALTO: APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

“Afirmo muitas vezes que, se você medir aquilo de que está falando e expressar em números, você conhece alguma coisa sobre o assunto; mas, quando você não o pode exprimir em números, seu conhecimento é pobre e insatisfatório”. William Thompson, Lord Kelvin 

A apresentação dos resultados dos trabalhos realizados pelos cinco grupos, foi um dos pontos alto do encerramento da II Oficina e colocou para reflexão a frase do pensador Lord Kelvin. Os grupos foram formados e começaram a trabalhar na tarde de terça-feira, com o entusiasmo dos aprendizes, diante da novidade de elaborar projetos fictícios utilizando a ferramenta do balanço social/lucro social.  Temas de grande interesse como saúde, prevenção de acidentes em estradas, programas de governo, foram os preferidos. Os trabalhos serão apresentados na íntegra na página do ASMETRO-SN, em gráficos, como foram elaborados. Eis a formação dos grupos com os temas selecionados.

Pelo Ministério do Planejamento, Marina Vieira Marinho e Denise Gomes dos Santos Barbosa, abriram as apresentações utilizando o tema PRONATEC para mostrar de que forma o governo poderia chegar ao lucro social com o programa. As dificuldades na localização e interpretação dos números, de um modo geral, são desafios, mas servem como alerta, até quando o projeto é fictício. “Vamos debater bastante sobre tudo isso e queremos que essas oficinas sejam levadas ao Ministério”, comentaram Marina e Denise.

O segundo grupo, representado por Giovanilza Maria Pessoa de Oliveira e Aline Lopes Bittencourt, da Fiocruz; e Bianca Ferraz, da Associação dos Funcionários da Fiocruz (ASFOC), elegeu o tema vacina oral contra a poliomielite, produzida pelo Bio-Manguinhos/Fiocruz, para a elaboração do balanço social. “Teríamos que fazer os cálculos levando em conta o número de pacientes salvos pela vacina, a quantidade de vacinas produzidas, o custo com a mão- de- obra, por exemplo, na elaboração real do lucro social”, observaram, além de levar em conta a parte da logística, o tempo do tratamento e a redução da doença. O tema motivou perguntas e desencadeou o maior interesse pelos elementos que compõem o balanço social, que variam de organização para organização.

Em seguida, a apresentação ficou por conta de Alex de Almeida Carvalho, Marlos Losik Correa e Marcio Hemerly, do INMETRO, que optaram por utilizar como tema os medidores de velocidade. O lucro social é obtido a partir de informações como a redução do número de acidentes nas rodovias brasileiras e não apenas a redução do número de multas, o que acaba acontecendo também, frisou o grupo. O conceito de lucro social, na visão do grupo, precisa ser mais divulgado, inclusive dentro do Instituto, para as chefias e todos os subordinados. “É um conceito que nos leva a refletir, a pensar muito mais sobre a importância do que fazemos”, comentou Alex.

O quarto grupo reuniu representantes de quatro entidades: Fernando Feitosa, da Comissão de Valores Mobiliário (CVM); Jesus Castro Caamaño, da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FENAPRF); Fernando Feruti Sleiman, da Associação dos Funcionários do INPI (AFINPI); e Rogério Antônio Expedito, da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (CONDSEF). O grupo escolheu trabalhar também com o tema da redução do número de acidentes fatais mediante a implementação da fiscalização com radares móveis. São diversos os fatores que podem compor o balanço social e os benefícios para a sociedade que esse tipo de mecanismo de fiscalização, segundo o grupo, desde a criação dos radares móveis até a sua utilização, um bem para toda a sociedade.

O quinto grupo formado por técnicos do INMETRO, fez duas apresentações. A primeira, contou com a participação dos pesquisadores Luzia Gomes e Silva, Leonardo Rodrigues Cinelli e Murilo Alves. O tema eleito foi o lucro social na verificação subsequente de hidrômetros. “A medição da vazão da água potável, a questão da arrecadação, da fiscalização”, segundo, ele, são pessoa importantes da elaboração do lucro social, evitando fraudes, por exemplo.

Um trabalho extra, mostra como o entusiasmo tomou conta dos grupos. “Implicações do Controle Metrológico Legal no Conceito de Lucro Social – Estudo de Caso da Divisão de Fluidos e Físico-Química”, da Dfluq/INMETRO, elaborado pelos pesquisadores Luzia Gomes e Silva e por Leonardo Rodrigues Cinelli, fechou a parte das apresentações. Eles também reconhecem que a análise do impacto social, econômico e financeiro referentes às ações das instituições públicas é uma questão que precisa ser amadurecida. Mas acham que a consolidação do conceito Lucro Social é um longo processo de quebra de paradigmas, que traz consigo a desconstrução do pensamento de que o serviço público é “ineficaz, inoperante, excessivamente burocrático”, por exemplo.  

E com números, capazes de mostrar que conhecem bem a máxima do pensador Lord Kelvin, eles apresentaram informações consistentes que podem compor o balanço social do tema escolhido.

Texto e Fotos: Assessoria de Imprensa do Evento: Jornalista Tânia Malheiros e Fotógrafo Robson Monte 17/09/2015


Opiniões sobre a II Oficina de Lucro Social no Setor Público.

AFINPI: ANTÍDOTO AO PARADIGMA
ASFOC:LEVA A REFLETIR.
ASMETRO: SOLIDIFICAR CONCEITOS e ESCASSA LITERATURA
CONDSEF: OFICINAS PARA OS ASSOCIADOS DA CONFEDERAÇÃO
CVM – MELHOR AVALIAÇÃO
FENAPRF: FUTURAS NEGOCIAÇÕES.
FIOCRUZ: URGÊNCIA DA ABORDAGEM.
IBBCA: OFICINA INOVA COMO MULTIPLICADOR
INMETRO: EVENTO É PROVA DE MATURIDADE.
MDIC: ESSENCIAL NO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

INMETRO: EVENTO É PROVA DE MATURIDADE.
“Excelente”. Foi assim que o presidente do INMETRO, João Jornada, definiu a “II Oficina de Lucro Social no Setor Público: Ferramenta de Gestão e Transparência das Ações Sociais”, que está sendo realizada pelo ASMETRO, reunindo 40 lideranças e representantes sindicais. Para Jornada, que participou do primeiro dia da oficina (14/9), o evento “quebra paradigmas e é prova de maturidade e comprometimento com a atividade precípua dos funcionários públicos”. Embora a oficina esteja sendo realizada pela segunda vez, Jornada considera que todo o debate promovido pelo ASMETRO pode ser considerado inédito no país.
Na avaliação do presidente do INMETRO, o mais importante não é o balanço social propriamente dito, mas a iniciativa de discutir o tema com profundidade, independente do termo utilizado. Ao levar o tema ao debate, ele acredita que o ASMETRO pode estimular os mais diversos setores do funcionalismo público a prestar conta à sociedade sobre a importância de suas atividades.
 “Essa é uma visão madura, moderna e talvez até revolucionária do ASMETRO, porque até então, a postura do setor sindical era de apenas tentar reivindicar através de uma numerologia. Mas o ASMETRO nos apresenta uma forma inédita de mostrar para a sociedade porque se quer ganhar mais, porque é um determinado trabalho é importante. E ao fazer isso, o Sindicato conscientiza a sociedade e articula um discurso para poder ter uma boa interlocução com o governo, o que já está acontecendo”, comentou Jornada. E completou: “Esse trabalho tem que continuar e se espalhar para todo o país. Por isso, sinto orgulho em ser presidente do INMETRO”.

João Jornada :“Esse trabalho tem que continuar e se espalhar para todo o país. Por isso, sinto orgulho em ser presidente do INMETRO”.

IBBCA: OFICINA INOVA COMO MULTIPLICADOR.

O presidente e o vice-presidente da Administradora de Benefícios IBBCA, parceira da Unimed-Rio, Claudio Póvoa e Fernando Bispo, respectivamente, participaram nesta segunda-feira (14\9) da II Oficina Lucro Social no Setor Público: Ferramenta de Gestão e Transparência das Ações. “Sabemos que a oficina tem uma importância fundamental principalmente no resultado. A oficina prova que o monitoramento, a tecnologia desenvolvida, a tecnologia tratada e a certificação têm uma importância muito grande no processo de gestão, não só da área pública, como também da área privada”, comentou o presidente da IBBCA. 

Na opinião deles, a oficina é um acontecimento inovador e todo o seu conteúdo deve ser multiplicado.  “O lucro social que se fala aqui é o que se transformará em lucro financeiro. O tema inovador nos faz despertar para a sua importância. O que se quer, em nosso entendimento é que o serviço público cuide bem da cada um de nós”, disse Fernando Bispo.  

CONDSEF: OFICINAS PARA OS ASSOCIADOS DA CONFEDERAÇÃO

O secretário de imprensa da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (CONDSEF), Rogério Antonio Expedito, vai propor à direção da entidade que o ASMETRO realize uma série de oficinas sobre lucro social para seus associados, por considerar o trabalho “fascinante”. 

Servidor público do Ministério do Trabalho há 32 anos, Rogério admitiu nunca ter ouvido falar em balanço ou lucro social. Mas para ele, agora, conhecer mais o tema é uma meta dentro da CONDSEF, a maior confederação da América Latina, fundada em 1989, que representa hoje 880 mil servidores federais e 33 entidades sindicais. 

“Em nossas campanhas salariais sempre discutimos e tivemos como prioridade a questão da melhoria da qualidade do serviço público e em consequência disso a tentativa de demonstrar para o governo como é que se poderia fazer para novas conquistas. Vimos que o balanço social deve ser utilizado nesse sentido”, comentou o representante da CONDSEF. 

FENAPRF: FUTURAS NEGOCIAÇÕES.

Para o diretor jurídico da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FNAPRF), Jesus Castro Caamaño, a expressão “lucro social” é novidade, mas a partir de agora o conceito será aplicado nas futuras negociações da categoria com o governo. Criada em 1992, reunindo 25 sindicatos e representando 17 mil policiais na ativa e aposentados, segundo ele, a oficina provou que a entidade dispõe de material para demonstrar o quanto a categoria gera lucro social para a sociedade.

Dados do Instituto de Política Econômica Aplicada (Ipea), disse ele, mostram que “de 2010 em diante, com o trabalho da categoria, houve uma redução de 15% dos acidentes nas rodovias, gerando uma economia para o governo de cerca de R$ 7 bilhões, considerando custo de cada acidente”.  

“A projeções sobre a redução de acidentes consideram vários fatores, entre eles, o crescimento da frota de veículos. Tudo isso gera bons índices e são fatores para a elaboração do lucro social. Vamos fazer agora a correlação do lucro social com a valorização da carreira. O policial vai se sentir mais motivado e poderá desenvolver melhor as suas funções”, comentou. 

MDIC: ESSENCIAL NO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

A Analista Técnico-Administrativo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Marina Vieira Marinho, disse que o conhecimento transmitido durante a II Oficina será essencial nesse momento, quando o órgão está em fase de amadurecimento do planejamento estratégico. “Estamos construindo o planejamento estratégico para o ciclo de 2016/2019 e vamos utilizar o conhecimento do balanço social”, informou.

Para a analista do Ministério, as variáveis do lucro social e a maneira que esse lucro é construído mostram um pensamento bastante avançado e arrojado. “Acredito que a oficina nos prepara melhor para que possamos estabelecer uma ficha de indicadores mais representativos para o Ministério”, disse ela.

“Poderemos comunicar o que realmente fazemos em termos de política pública para a sociedade. A ideia agora é criarmos algo que seja simples e que consiga ser medido e ao mesmo tempo comunicativo.  A oficina mostrou isso com clareza. Queremos implementar em nosso ciclo, esse ano ainda, com a participação do ASMETRO. Queremos aproveitar cada detalhe da oficina”, finalizou a analista.

 CVM – MELHOR AVALIAÇÃO

“Por desconhecer a filosofia do balanço social/lucro social é possível que algumas instituições prestem ótimos serviços à sociedade, mas que acabem subavaliando esse bem”. Essa é a opinião do contador Fernando Feitosa, analista de planejamento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), um dos responsáveis pela conformidade do balanço orçamentário e financeiro da instituição, com foco na receita e despesa.
Fernando lembrou que a CVM realiza a avaliação institucional, tem seus próprios indicadores voltados para medir a eficiência das áreas e da instituição como um todo. “Contudo, com esse foco de balanço para aferir o produto ofertado para a sociedade, para mim é algo novo que merece ser adicionado”, comentou o contador.
“Aprendi na oficina a importância desse conhecimento sobre balanço social, enquanto instrumento capaz de aferir o verdadeiro valor do serviço prestado pela instituição. É uma novidade que a gente sabe que tem, mas subavalia”, disse. E acrescentou: “Não tenho dúvidas de que o balanço social resgata valores existentes, que precisam ser apresentados ao nosso maior cliente: a sociedade”.

 

AFINPI: ANTÍDOTO AO PARADIGMA
O balanço social/lucro social é uma ferramenta de “resgate da importância da função pública, um verdadeiro antídoto ao paradigma negativo que foi estabelecido pela sociedade em relação ao serviço público”. É o que pensa o diretor de benefícios da Associação dos Funcionários do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (AFINPI), Fernando Feruti, que participou do evento pela segunda vez.

 “Meu primeiro contato com o tema foi em agosto do ano passado, na primeira oficina realizada pelo ASMETRO-SN, que está de parabéns por disseminar essa cultura dentro do serviço público. Dessa forma acredito que é possível elevar o nível das discussões, não só em relação à valorização de carreira, mas no sentido da instrumentalização e infraestrutura para que a missão das instituições seja alcançada numa linguagem fácil e tecnicamente robusta”, comentou Feruti.

Ele também sugeriu que o ASMETRO-SN forme um grupo com os participantes da oficina visando a troca de ideias sobre o aprendizado e a aplicação da ferramenta balanço social/lucro social.  “Por meio da aplicação segura do lucro social, cada um estará apto para disseminar o conhecimento para outros interessados,  sob a supervisão do ASMETRO, criando uma positiva reação em cadeia no âmbito da gestão pública”, propôs.

 

ASFOC: LEVA A REFLETIR.

Com especialidade em marketing, Bianca Ferraz, representou a diretoria da ASFOC – Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz, na II Oficina, lembrando que a instituição, em greve, representa seis mil servidores. Bianca informou que fará relatório sobre o evento, que ela considerou muito interessante e enriquecedor.
“Por tratar de tema novo, o balanço social/lucro social, e incluir na agenda das palestras a questão da sustentabilidade, assunto sempre em voga, a II Oficina demonstra estar atenta a detalhes que muitas vezes nos passam despercebidos. Gostei muito das palestras e essa, sobre sustentabilidade, para mim, foi de grande importância, pois nos leva a refletir muito”, comentou Bianca.

 

FIOCRUZ: URGÊNCIA DA ABORDAGEM.

A  Diretoria de Planejamento Estratégico (Diplan), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) também participou da II oficina representada pelas gestoras em saúde, Aline Bittencourt e Giovanilza Pessoa.

“O evento foi extremamente válido pela urgência da abordagem do tema nas instituições públicas. Já não cabe mais olharmos apenas para o que acreditamos ser mérito nosso, ao truncarmos o processo dentro do próprio muro. O valor que o nosso produto agrega somente pode ser visto na entrega ao usuário”, observaram.

As duas gestoras também parabenizaram o ASMETRO-SN pela realização do evento e completaram: “A oficina nos levou com maestria a esta percepção tão importante. Parabéns a todos os organizadores e participantes”. 

ASMETRO: SOLIDIFICAR CONCEITOS 

O diretor jurídico do ASMETRO-SN, Raimundo Rezende, realizou duas palestras sobre  os temas “Ferramentas da Qualidade I” e “Ferramentas da Qualidade II”, no primeiro dia do evento (14/9), debatendo e promovendo exercícios para solidificar conceitos relacionados ao balanço social. 

Nas apresentações, ele colocou em debate questões da modernidade administrativa, como disse, fundamentadas em normas de gestão, especialmente na ISO-9001, de 2008, já vislumbrando a sua modificação que está ocorrendo, para a edição de 2015.  

Para a II Oficina, segundo o diretor jurídico do ASMETRO, o mais importante foi poder contextualizar os temas junto a representantes das mais significativas organizações do setor público brasileiro, tendo como fundamento a Tecnologia Industrial Básica (TIB).

“Foi um dos melhores treinamentos de que participei nos últimos tempos. Aprendemos com cada um. Por mais simples que tenha sido a apresentação, em geral, houve grande diversidade de opiniões, temas e questionamentos”, analisou Raimundo Rezende.

 

ESCASSA LITERATURA
O analista da qualidade do INMETRO, Murilo Alves,  acredita que a oficina pode contribuir muito na elaboração do lucro social das empresas do setor público, porque há pouca informação disponível na literatura científica sobre o tema. “Não há quase nada”, observou. 

Na avaliação do analista, ao disponibilizar esse conhecimento sobre balanço social/lucro social, o ASMETRO está abrindo portas para que o serviço público possa contar com uma ferramenta escassa no mercado, que é o estudo do tema, apresentado pelo sindicato.

“Encontramos referências aos aspectos econômicos e muita coisa sobre as questões ambientais, também importantes até mesmo para a elaboração do lucro social. Mas é extremamente relevante o contato com a metodologia do balanço social para que se possa valorizar o trabalho prestado pelo servidor público. Nesse aspecto há muita coisa importante que o servidor entrega para a sociedade, que fica invisível”, finalizou o analista.

 

Texto e Fotos: Assessoria de Imprensa do Evento: Jornalista Tânia Malheiros e Fotógrafo Robson Monte

ASMETRO-SN 18/09/2015


2ª Oficina Lucro Social no Setor Público: Ferramenta de Gestão e Transparência das Ações Sociais.

O ASMETRO-SN promove nos dias 14,15 e 16 de setembro a 2ª Oficina de Lucro Social no Setor Público – Ferramenta de Gestão e Transparência das Ações Sociais com a participação das seguintes instituições: AFINPI (INPI), ASFOC (FIOCRUZ), ASMETRO-SN (Inmetro), CONDSEF,  CVM, FENAPRF (PRF), INMETRO, INPI, LATEC-UFF, MDIC, MPOG e SUFRAMA .

Contextualização: Apesar de a metodologia para apresentação do Balanço Social em empresas do setor privado já serem consagradas, no setor público esta ferramenta ainda carece de uma padronização: aqui se identificam algumas diferenças em relação ao modelo privado:

assumindo que a sociedade é o patrão e beneficiário direto das ações decorrentes de empresas públicas, apontar o retorno social tem uma conotação diferente: quanto cidadão tem, economicamente falando, de retorno em função das ações ou dos processos gerenciados/fiscalizados por entidades públicas? Como mensurar este ganho ou a economia gerada em pela ação direta ou indireta do Estado?

Para responder esta pergunta, é recomendável que um modelo de LUCRO SOCIAL voltado exclusivamente para o setor público, seja elaborado.

Contudo, a elaboração de um modelo de Lucro Social consistente, que atenda as necessidades tanto do governo quanto da população não é trivial e demanda uma série de conceitos, sem os quais tal tarefa é impraticável.

Desta feita, com vistas a dirimir estas questões e direcionar a elaboração de um modelo de Lucro Social que realmente reflitam a realidade da instituição, o ASMETRO-SN estará realizando uma oficina para as instituições federais a realizar-se entre os dias 14,15 e 16 de setembro de 2015.

Nosso objetivo é explorar esta ferramenta para apresentar à sociedade a importância das ações desempenhadas por nossos institutos, apresentando números concretos de nosso desempenho, ou seja: explorar o Lucro Social das instituições como uma ferramenta de TRANSPARÊNCIA DAS AÇÕES SOCIAIS.

Outro ponto importante é termos os números, abrangência e impacto de nossas ações junto à sociedade. De posse destas informações, obtidas através de indicadores de desempenho elaborados pelas áreas fim de cada instituição, um novo horizonte se abre. Com isto melhores estratégias, recursos e ações podem ser criadas e direcionadas para maximizar o efeito do uso os recursos públicos, ou seja: explorar o Lucro Social das instituições como uma ferramenta de GESTÃO.

A oficina abordará os seguintes temas:

Necessidade e desafios da Transparência, sustentabilidade e modelos socialmente sustentáveis;

Ferramentas necessárias para identificação dos processos relevantes de cada instituto e elaboração de um modelo personalizado de Lucro Social aplicado a sua realidade;

Conceitos de Balanço Social para os setores privado e público;

Conceito de Lucro Social e como utilizá-lo na composição do Lucro Social;

Definição os indicadores de desempenho de eficácia, eficiência e efetividade para cada instituição para elaboração de se respectivo modelo.

Saiba mais acessando: http://www.asmetro.org.br/workshopII/

ASMETRO-SN 14/09/2015


 

Lucro Social no Setor Público.

     Publicado em Segunda, 26 Outubro 2015 05:46 –  Acessos: 408

ASMETRO-SN convida a força de trabalho do Inmetro para apresentação do Painel sobre o Lucro Social no Setor Público.
Data: 28 de outubro de 2015 (quarta-feira) – Horário: 9 h – Local: Auditório do Prédio 06 do Campus Xerém.    

  • Você sabe por que o sindicato está realizando as oficinas sobre o lucro social no setor publico?
  • Você sabe a importância do trabalho executado pelo Inmetro para a sociedade?
  • Você sabe quanto vale a contribuição da força de trabalho do Inmetro?

Depoimento do Secretário de Relações de Trabalho no Serviço Público, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Sérgio Mendonça, sobre a “Iª Oficina sobre Lucro Social Aplicado ao Setor Público”,evento organizado pelo ASMETRO-SN.  Para o secretário, a experiência deve ser disseminada para todo o serviço público. Por se tratar de primeiro evento do gênero, ele disse que fez questão de participar para conhecer a “ideia que deveria entrar na mesa de negociação do serviço público, desde que haja o comprometimento com a gestão”

Qual a sua avaliação sobre o debate “Balanço Social” e” Lucro Social” no serviço público?

A iniciativa do ASMETRO, que reúne outras entidades parceiras, demonstra o interesse de se fazer uma discussão sobre a qualidade do serviço público, sobre a gestão pública, para além daquilo que já é legítimo, que são as demandas a partir das bases do servidor público. Isso porque a relação entre “patrão” e “empregado” no serviço público é muito diferente do setor privado e portanto, o fundamental no setor público é um produto que se entrega e aqui nesse evento está sendo chamado de lucro social, balanço social.

O tema poderia entrar na agenda?

É fundamental que entidades sindicais e representativas dos servidores estendam e ampliem a sua agenda para além das demandas dos servidores, porque essa é a discussão sobre a melhoria da qualidade do serviço público. Isso me interessou muito nesse debate, também para a troca de experiência. As nossas negociações até aqui, infelizmente, têm avançado pouco na área da gestão e acho que podem avançar com essa experiência.

Por que avançou pouco?

Porque ficamos na mesa de negociação mais clássica, mais tradicional. É quando aparecem as pautas de negociação e o governo federal, como empregador, avalia as suas possibilidades, sobretudo orçamentárias. Evidente que muitas reivindicações significam mudanças de carreira, às vezes uma ou outra relacionada às condições de trabalho, mas pouco a gente avançou coletivamente num debate sobre gestão. Então, muito bem, vamos atender parte ou toda demanda, vamos atender as carreiras, vamos estruturar, fazer concurso, mas qual é o resultado lá na ponta? Acho que é isso que essa oficina traz como reflexão e que pode ser uma experiência muito positiva para um próximo ciclo. Nós estamos diante de um desafio de institucionalizar esse sistema de relação do trabalho no setor público federal e isso pode ser uma contribuição para ajudar a pensar esse sistema para além do que nós já temos.

A divulgação do lucro social pode, de alguma forma, desconstruir a visão negativa da sociedade em relação ao servidor público?

Exatamente. Mas é um longo caminho. No Brasil, se nós lembrarmos historicamente, tem até piada sobre o servidor público, por conta dessa coisa histórica, cultural, do nepotismo, empreguismo e patrimonialismo. O fato é que o serviço público profissionalizado, com base na meritocracia, está sendo construindo há algum tempo, sobretudo depois da Constituição de 1988, com concursos públicos transparentes e impessoais. Mas há muito a ser feito. Então, acho que ao reunir entidades extremamente importantes como o IBGE, Inmetro, INPI e Fiocruz, as quatro joias da coroa, que os brasileiros conhecem pouco, é muito positivo. E são entidades que prestem relevantes serviços, porque têm servidores qualificados e motivados, que se capacitam permanentemente. Como se faz para que tudo isso apareça para a sociedade? Essas oficinas podem contribuir para a mudança e essa mudança, essa transformação é fundamental.

Há também a questão da renovação dentro do serviço público. Isso preocupa o senhor?

Trabalhar no serviço público requer vocação, é processo permanente de formação, capacitação. O serviço público não pode ser um trampolim para se enriquecer e ganhar dinheiro. Por isso, quem não tem vocação deveria sair do serviço público, porque se não nós não vamos romper o estigma de que o serviço público é um cabide de emprego para as pessoas. Essa renovação tem sido muito importante, mas não podemos esquecer de que o jovem concursado, que conhece o mundo digital, não tem a experiência adquirida pelos mais antigos. Daí, a nossa preocupação com a preservação da memória das instituições. Não podemos esquecer nunca disso, dessa importância, no caso dessas instituições que estão no evento, é fundamental que a renovação seja vista com atenção, pela excelência que representam para a sociedade.

As demandas ao Serviço público mudaram muito?

Hoje, para se atingir os objetivos de prestar um serviço público adequado, tem que se considerar múltiplas dimensões. Tem a dimensão econômica, a social, da sustentabilidade e muito mais. Hoje a atuação, seja no serviço público ou no privado, é diferente. A atuação das organizações, das empresas, da administração pública é muito mais complexa. Isso, atendendo a uma demanda social e da sociedade, também de maior exigência. A sociedade está aumentando o seu nível de escolaridade, de conhecimento, de informação e obviamente ela exige mais. O serviço público tem que estar preparado para isso.

E o compromisso com a gestão, tem a ver com o lucro social?

Acho que essa oficina tem também esse mérito de discutir esses temas, incluindo a sustentabilidade. De fato, pelo menos recentemente, eu não conheço uma iniciativa como essa, partindo das entidades sindicais. São instituições que têm prestígio, que têm qualidade reconhecida na sociedade. É claro que todos sentem necessidade de demonstrar para a sociedade o trabalho que é feito nessas organizações e não apenas as suas demandas. Isso é extremamente positivo, amplia a visão setorial que é fundamental para essa discussão das relações do trabalho no serviço público. Ampliar essa dimensão para garantir que haja compromisso com a gestão pública e o compromisso não com o governo, mas com a gestão para que se possa prestar melhores e mais abrangentes serviços.

Uma mensagem para os participantes?

Acho que deviam não só aprofundar o debate sobre balanço social e lucro social, como ampliá-lo. Sobretudo ampliá-lo. Acho que se todas concordarem e entenderem que é estratégico, poderiam, no bom sentido, seduzir outras entidades do serviço público que representam interesses dos servidores para atraí-los para esse debate. Acho que todos só têm a ganhar, porque uma mesa de negociação e um debate sobre relações do trabalho no serviço público tem que ser transparente. Nós não temos que temer. E a sociedade, olhando para o nosso debate, vai apoiar sim, à medida que ela compreender que ali estão sendo discutidos os seus próprios interesses, os interesses difusos e não apenas os interesses específicos dos servidores, sobre os quais pairam os estigmas de serem trabalhadores que não produzem adequadamente.

 ASMETRO-SN 26/10/2015

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