Reforma da Previdência: Líderes têm avaliações distintas sobre votação. Ministros serão exonerados para votar reforma

0
434
Líderes do governo, de partidos de centro e da oposição têm avaliações distintas sobre a votação da reforma da Previdência (PEC 6/19) nesta semana no Plenário da Câmara dos Deputados. A ideia do presidente da Casa, Rodrigo Maia, é que a análise do relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) tenha início nesta terça-feira (9). 
 
A líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), disse acreditar que os dois turnos da matéria podem ser aprovados ainda nesta semana pelo Plenário. Ela afirmou que tem trabalhado para que destaques que favoreçam determinadas categorias, como os policiais, não sejam aprovados.

“A gente precisa focar em apoiar esse texto; chega, já deu! Se a gente ficar rompendo acordos, tentando transformar o texto ou reduzir a reforma, não sairemos do lugar”, comentou. “O PSL não pode emagrecer a proposta. Somos o partido que mais tem responsabilidade sobre isso, então temos de manter a reforma a mais musculosa possível, embora em Plenário tudo possa acontecer”, acrescentou a parlamentar.

Líder do PP, o deputado Arthur Lira (AL) ressaltou afirmou que até amanhã os líderes vão continuar conversando sobre a reforma para mapear os votos. Segundo ele, não há uma contagem exata sobre o número de votos favoráveis à reforma, mas disse crer que o texto será aprovado.

“Não estou vendo nesta Previdência o monitoramento de votos como a gente tinha no governo passado. A gente sabia exatamente quem votava, que partido votava, e isso não ocorre agora”, declarou. “Há uma perspectiva de 330, 320 votos, isso é muito solto. Qualquer erro de avaliação pode dar problema, pois o assunto é polêmico. Por isso, a conversa é tão importante.” Para ser aprovada em Plenário, a matéria precisa do voto favorável de 308 deputados, em dois turnos.

O líder do Podemos, deputado José Nelto (GO), cobrou do governo mais empenho na articulação para aprovar a reforma. Ele lembrou que há muita pressão por parte dos setores da segurança pública para alterar o texto.

“A nossa avaliação é de muita cautela, mas, ao mesmo tempo, o governo precisa entrar em campo, porque a reforma da Previdência é do Brasil”, pontuou. “Neste momento, há muitas dúvidas; há a pressão popular, principalmente na segurança pública. A oposição vai tumultuar, fazer o papel dela, porém temos de ter a cabeça fria”, completou o líder.

Oposição
A oposição, por sua vez, afirmar ter votos suficientes para barrar o texto em Plenário. Conforme a líder da Minoria, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), os apoiadores da reforma não têm mais de 260 votos. Segundo ela, o cenário é favorável à rejeição da proposta.

“Vamos continuar trabalhando para ganhar os dissidentes nas bancadas e não deixar votar a reforma neste primeiro semestre. Faremos obstrução e atuaremos dentro das bancadas”, sustentou Feghali.

Ela também criticou a não cobrança – prevista no texto aprovado pela comissão especial – de contribuições previdenciárias sobre a exportação do agronegócio. “Iremos impedir que os custos da reforma caiam sobre os mais pobres. É um absurdo tirar a pensão de quem ganha um salário mínimo e dar R$ 83 bilhões para o agronegócio”, destacou.

Vice-líder do PV, o deputado Professor Israel Batista (DF) disse que um dos destaques que devem ter apoio no Plenário é o que tira os professores da proposta de reforma da Previdência.

“A Comissão de Educação, por unanimidade, formalizou uma moção pedindo para tirar os professores da reforma. É raro um documento unânime, que una partidos como PSL e o PT, e nós conseguimos isso.”

Confira os principais pontos da reforma da Previdência, após votação na comissão especial

Agência Câmara dos Deputados 09/07/2019


Ministros serão exonerados para votar reforma da Previdência

 
O presidente Jair Bolsonaro vai exonerar ministros que detêm mandatos na Câmara dos Deputados para que possam votar a reforma da Previdência, que deve ir a plenário, em primeiro turno, ainda nesta semana. A informação foi confirmada hoje (8) pelo Palácio do Planalto. Atualmente, quatro ministros do governo são deputados federais: o chefe da Casa Civil, Onyx Lorezoni (DEM-RS); a titular da Agricultura, Tereza Cristina (DEM-MS); o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG) e o titular da pasta da Cidadania, Osmar Terra (MDB-RS).

“Os ministros que têm mandato já estão liberados para participarem da votação. O senhor presidente entende que a presença deles em plenário há de reforçar a presença do governo em plenário, no sentido que a Nova Previdência é essencial para o futuro do nosso país”, disse o porta-voz do governo, Otávio Rêgo Barros, em entrevista a jornalistas.

O suplente de Onyx é o deputado Marcelo Brum (PSL-RS); a suplente de Tereza Cristina é a deputada Bia Cavassa (PSDB-MS); o suplente de Álvaro Antônio é Enéias Reis (PSL-MG); e o suplente de Osmar Terra é Darcísio Perondi (MDB-RS). O governo não informou se vai exonerar todos os quatro ministros para votarem a reforma.

Confiança

O porta-voz da Presidência da República disse que o governo está confiante na aprovação da reforma da Previdência e ressaltou que os dois turnos da votação da medida – uma exigência para propostas de emenda constitucional – podem ser votados ainda essa semana.

“O deputado Rodrigo Maia também está esperançoso, e ele inclui nessa esperança a possibilidade de votar os dois turnos da Nova Previdência ainda essa semana. Então, é um sinal de que o esforço conjunto entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo, na pessoa do presidente da República e seus representantes, os ministros Onyx e o ministro Ramos, e na pessoa do deputado Rodrigo Maia, estão se mostrando adequados”, afirmou.

Mudanças

Sobre eventuais mudanças no texto da Previdência, como regras mais brandas para agentes de segurança, o governo prefere deixar nas mãos dos próprios parlamentares. Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro chegou a fazer um apelo público para que revindicações dessa categoria fossem atendidas na comissão especial da Câmara, o que acabou sendo rejeitado pelo colegiado. Pelo texto aprovado, policiais federais e legislativos se aposentarão aos 55 anos de idade, com 30 anos de contribuição e 25 anos de exercício efetivo na carreira, independentemente de distinção de sexo.

“Sob o ponto de vista do presidente, existem percepções que podem ser melhoradas, nós já tocamos aqui nos assuntos referentes aos policiais federais, mas ele gostaria de reforçar a importância que atribui à decisão da Câmara nesse momento”, afirmou Rêgo Barros. Segundo ele, o Congresso “tem capacidade de avaliar mudanças, pequenas ou grandes, em cima do relatório, a partir da percepção de cada um daqueles legisladores”.

Agência Brasil de Notícias 09/07/2019


Maia: aprovação da reforma será uma vitória do Parlamento, não do governo

“O governo não conseguiu uma maioria parlamentar e, pela primeira vez, o Parlamento tem construído as soluções econômicas do País”, afirmou

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou que a aprovação da reforma da Previdência, se ocorrer, será uma vitória do Parlamento e não do governo. Maia disse que o texto que sai da comissão foi uma construção parlamentar, discutido e apoiado pela maioria dos deputados. As afirmações foram feitas em seu podcast semanal.

“A Câmara organizou muito bem esse texto. Todos participaram. A construção do texto foi uma construção parlamentar, e a construção da vitória, se acontecer, será uma construção do Parlamento e não do governo. O governo ajudou, mas, em alguns momentos, o governo atrapalhou. O resultado dessa semana será o resultado do esforço do trabalho e da dedicação de cada deputado e de cada deputada. Sabemos que o governo não conseguiu uma maioria parlamentar e, pela primeira vez, o Parlamento tem construído as soluções econômicas do País”, afirmou o presidente.

Em relação ao rito de tramitação da reforma no Plenário a partir desta semana, Maia afirmou que, antes de tudo, é preciso garantir a presença de parlamentares na Casa, já que o quórum necessário para aprovar uma Emenda Constitucional é muito alto (308 votos favoráveis). Ele reafirmou a expectativa de começar a discussão do texto na terça na parte da manhã e dar início à votação no fim do dia. Hoje, Maia participa de reunião de líderes para a definição dos procedimentos de votação da reforma.

Apoio
Maia afirmou que o tema da reforma tem apoio de grande parte da sociedade brasileira e, por essa razão, a Câmara vai aprovar o texto. Segundo ele, isso significa que a sociedade está próxima ao Parlamento. O presidente destacou que a reforma da Previdência é o primeiro passo para uma sociedade mais justa e menos desigual.

“O Brasil tem quase 10 milhões de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza, não é possível que um país com tantas oportunidades e tantas riquezas e essas riquezas estejam concentradas nas mãos de poucas pessoas. A reforma é o primeiro passo para esse equilíbrio, um sistema igual”, disse.

Modernização
Rodrigo Maia também defendeu a modernização do estado brasileiro para garantir mais eficiência nas políticas públicas e mais competividade e produtividade para o setor privado. Maia explicou que o estado custa muito caro para o cidadão e sobram poucos recursos do orçamento público federal para investimento.
“Tenho certeza de que o Parlamento vai construir a solução da reestruturação do estado, começando pela Previdência e esperamos que, no momento seguinte, a gente já veja redução de juros, e propostas para retomada da geração de empregos e aumento da produtividade e da competitividade no País”, defendeu.

Agência Câmara dos Deputados 09/07/2019

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui