Incêndio na Amazônia

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Sete estados já pediram apoio federal para combater incêndios.

PF vai investigar grupo que teria planejado atear fogo em floresta.

G7 acorda sobre ajuda à Amazônia “o mais rápido possível”.

Por que os incêndios da Amazônia estão espalhando uma crise no Brasil e no mundo?

Triste com repercussão de incêndios, Bolsonaro avalia visitar Amazônia


Sete estados já pediram apoio federal para combater incêndios

Aviões da FAB estão sendo usados em operações contra o fogo

Um despacho do presidente Jair Bolsonaro, publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) neste domingo (25), autorizou o emprego das Forças Armadas no combate aos incêndios florestais no Acre, Mato Grosso e Amazonas. Com isso, são sete os estados que solicitaram apoio federal nas operações, já que Roraima, Rondônia, Tocantins e Pará haviam feito o pedido desde a última sexta-feira (23), quando o presidente assinou o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) que permite a atuação dos militares da União. A medida vale para áreas de fronteira, terras indígenas, em unidades federais de conservação ambiental e outras áreas da Amazônia Legal

Segundo o texto, o emprego dos militares será autorizado apenas mediante requerimento do governador de cada estado da região. A Amazônia Legal é um território que abrange os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, de Rondônia, Roraima e parte dos estados de Mato Grosso, do Tocantins e do Maranhão. 

Equipes da Força Nacional, que ajudarão no combate ao incêndio na Amazônia, embarcam na Base Aérea de Brasília – Foto: Antônio Cruz – Agência Brasil

O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, afirmou, no dia 24, que cerca 44 mil militares das Forças Armadas estão continuamente na Região Amazônica e poderão ser empregados nas operações.

Já o Ministério da Economia informou ontem (25), em nota ter aprovado o descontingenciamento imediato R$ 38,5 milhões do orçamento da Defesa para custear os trabalhos de combate aos incêndios conduzidos pelas Forças Armadas.

Aviões em operação

A Força Aérea Brasileira (FAB) está empregando, desde ontem (24), duas aeronaves C-130 Hércules no combate aos focos de incêndio na Amazônia. Os aviões são operados pelo Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Transporte e têm usado o aeroporto de Porto Velho como base.

A Força Aérea Brasileira (FAB) emprega, desde ontem (24), duas aeronaves C-130 Hércules no combate aos focos de incêndio na Amazônia, partindo de Porto Velho (RO). – Divulgação/FAB

As aeronaves são equipadas com o sistema chamado MAFFS (Modular Airborne Fire Fighting System, em inglês). O equipamento é composto por cinco tanques de água e dois tubos que se projetam pela porta traseira do avião, podendo carregar até 12 mil litros de água. Para realizar a missão, a aeronave tem que sobrevoar a área do incêndio a uma altura de 150 pés (aproximadamente 46 metros de altura), segundo a FAB. O lançamento, por meio de pressão, dura sete segundos e a própria inércia se encarrega de espalhar o líquido sobre o fogo, por uma linha de 500 metros. Após despejar a água, o avião retorna para a capital de Rondônia, ponto de apoio, onde recebe um novo carregamento.

Agência Brasil de Notícias 26/08/2019


PF vai investigar grupo que teria planejado atear fogo em floresta

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, afirmou ontem (25), em uma postagem no Twitter, que a Polícia Federal (PF) vai investigar integrantes de um grupo que teria planejado atear fogo em áreas de floresta entre os municípios de Altamira e Novo Progresso, sudoeste do Pará, no último dia 10 de agosto, data que chegou a ser batizada, por produtores rurais da região, como “dia do fogo”. O caso foi denunciado em uma reportagem da revista Globo Rural. 

“Fui contatado hoje mesmo pelo PR @jairbolsonaro sobre o fato e solicitando apuração rigorosa. A Polícia Federal vai, com sua expertise, apurar o fato. Incêndios criminosos na Amazônia serão severamente punidos”, afirmou o ministro.

Porto Velho, Brasil 24/08/2019. REUTERS/Ueslei Marcelino

Segundo a matéria, mais de 70 pessoas, entre sindicalistas, produtores rurais, comerciantes e grileiros combinaram, por meio de um grupo de WhatsApp, incendiar as margens da BR-63, rodovia que liga essa região do Pará aos portos fluviais do Rio Tapajós e ao estado de Mato Grosso.

A reportagem também foi compartilhada pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, em que ele reforça a determinação do presidente Bolsonaro para uma “investigação rigorosa” e punição dos responsáveis pelos incêndios criminosos.

De acordo com a assessoria do Ministério da Justiça e Segurança Pública, a apuração da PF deve se concentrar sobre o caso denunciado na matéria da revista Globo Rural.

MPF no Pará apura denúncia

Na última quinta-feira (23), o Ministério Público Federal (MPF) no Pará informou que está investigando o aumento de queimadas na mesma região, incluindo uma denúncia semelhante de incêndios criminosos. De acordo com o MPF, o procurador da República Paulo de Tarso Moreira Oliveira apura a convocação, divulgada em jornal de Novo Progresso, supostamente por fazendeiros, para um “dia do fogo”, em que os produtores rurais incendiariam grandes áreas de floresta. O dia previsto para a manifestação também seria 10 de agosto.

Satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) detectaram aumento significativo de queimadas no dia 10 de agosto, com o registro de 124 focos de incêndio, aumento de 300% em relação ao dia anterior. No dia seguinte, foram registrados 203 focos. Em Altamira, os satélites detectaram 194 focos de queimada em 10 de agosto e 237 no dia seguinte, um aumento de 743% nas queimadas.

Agência Brasil de Notícias 26/08/2019


G7 acorda sobre ajuda à Amazônia “o mais rápido possível”

Chefes de Estado e governo do G7 que participam de sua 45ª conferência de cúpula acordaram sobre o envio de ajuda aos países afetados pelos incêndios na Região Amazônica “o mais rápido possível”, declarou neste domingo (25/08) o chefe de Estado francês, Emmanuel Macron.

Ele acrescentou que os líderes das maiores potências econômicas avançadas estão se aproximando de um consenso sobre como ajudar a extinguir o fogo e reparar os danos resultantes. Trata-se de encontrar os mecanismos apropriados, tanto técnicos quanto financeiros, acrescentou, e “tudo depende dos países da Amazônia”, que compreensivelmente defendem sua soberania.

G7 – Reuters/Direitos Reservados

“Mas o que está em jogo na Amazônia, para esses países e para a comunidade internacional, em termos de biodiversidade, oxigênio, a luta contra o aquecimento global, é de tal ordem, que esse reflorestamento tem que ser feito”, advertiu.

Embora 60% da Região Amazônica se situe no Brasil, a maior floresta do mundo também se estende por oito outros países: Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Venezuela, e até mesmo o departamento ultramarino da França, Guiana Francesa.

Na qualidade de atual presidente do G7, Macron colocara os incêndios amazônicos no topo da agenda da cúpula, após declará-los emergência global. Numa iniciativa controversa, ele também ameaçou não ratificar o acordo de livre-comércio assinado entre a União Europeia e o Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai), devido às “mentiras” do presidente Jair Bolsonaro quanto a seu real comprometimento climático e ambiental.

Um vídeo gravado pelas câmeras oficiais da cúpula mostrou uma reunião em que líderes europeus discutem justamente a crise na Amazônia. Nas imagens, divulgadas no sábado pela agência Bloomberg, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, aparece afirmando aos colegas que pretende discutir a situação das queimadas diretamente com o presidente Jair Bolsonaro.

Além de Merkel e Macron, também estavam à mesa o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e o premiê italiano, Giuseppe Conte.

A chefe de governo alemã afirma que ligará para o brasileiro na próxima semana “para que ele não tenha a impressão de que estamos trabalhando contra ele”. Johnson diz em seguida que acha isso “importante”. Até Macron, que primeiro pergunta de quem eles estão falando, para confirmar se se trata de Bolsonaro, expressa seu apoio à ligação. “Eu vou ligar”, confirma Merkel.

O vídeo não parece ter sido gravado intencionalmente para ir a público. Em certo momento da conversa, uma mão cobre as lentes da câmera, e a imagem é cortada.

Agência Brasil de Notícias 26/08/2019


Por que os incêndios da Amazônia estão espalhando uma crise no Brasil e no mundo?

Um número recorde de incêndios está ocorrendo na Amazônia e causando revolta no mundo devido à importância da floresta tropical para o ambiente global. O desastre fez o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, enviar as Forças Armadas para combater o fogo.

POR QUE A AMAZÔNIA IMPORTA?

    A Amazônia, que tem 60% de sua área no Brasil, é a maior floresta tropical do mundo. É considerada um grande centro de biodiversidade, com muitas plantas e animais que só podem ser encontrados ali.

    A densa floresta absorve uma quantidade enorme do dióxido de carbono produzido mundialmente. Esse é o gás que, segundo estudos, é o maior causador das mudanças climáticas. De acordo com os cientistas, preservar a Amazônia é vital para combater o aquecimento global.

    QUÃO GRAVES SÃO OS INCÊNDIOS?

Região próxima a Humaitá, Amazonas, Brasil, 17/08/2019. REUTERS/Ueslei Marcelino

    Os incêndios florestais no Brasil atingiram o seu pico desde pelo menos 2013, tendo aumentado 84% neste ano até 23 de agosto, comparado com o mesmo período do ano passado, de acordo com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Houve 78.383 incêndios neste ano, quase metade deles apenas em agosto.

    Oito dos nove estados da Amazônia registraram aumento, sendo o Amazonas com um crescimento de 146%. Moradores de Rondônia disseram que há incêndios todos os anos, mas nunca viram algo tão grave quanto agora, com nuvens de fumaça cobrindo a região.

   O QUE CAUSOU O FOGO?

    Incêndios na Amazônia geralmente são iniciados com o propósito de limpar a terra. Depois que os madeireiros extraem a madeira, especuladores queimam a vegetação restante para “limpá-la” na esperança de vender essa terra para fazendeiros. A Amazônia passa por uma estação seca há meses, um período no qual os incêndios podem se espalhar mais facilmente e sair do controle.

Ambientalistas dizem que as pessoas que incendeiam a floresta estão encorajados porque escutam Bolsonaro pedindo por mais desenvolvimento na Amazônia e sentem que não serão punidos.

O desmatamento subiu 67% ano contra ano nos primeiros sete meses de 2019, mais do que o triplo de julho analisado isoladamente. Ambientalistas creem que os desmatadores são os mesmos que ateiam fogo à floresta.

QUAL FOI A REAÇÃO DO GOVERNO BRASILEIRO?

    Bolsonaro inicialmente sugeriu que não havia nada de anormal nos incêndios. Depois, que organizações não-governamentais estavam colocando fogo na floresta para prejudicar a imagem do governo. Ele não apresentou evidência alguma que suportasse essa retórica e, criticado, afastou-se dela.

    Bolsonaro disse que o país não tem recursos para combater o incêndio em uma região tão vasta quanto a Amazônia, e alertou outros países para que não interferissem, dizendo que o dinheiro estrangeiro teria o objetivo de minar a soberania nacional.

    O governo decidiu, então, mobilizar os militares para combater o fogo, e vários estados da Amazônia subsequentemente pediram ajuda. Ainda não está claro como as Forças Armadas serão utilizadas e se o seu papel será eficaz.

    O QUE OS LÍDERES MUNDIAIS DIZEM?

O presidente francês, Emmanuel Macron, disse que os incêndios são uma emergência internacional e um “ecocídio”, criticando o governo brasileiro por não agir para proteger a floresta

O gabinete de Macron afirmou, em comunicado, que se oporia e um eventual acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, porque Bolsonaro mentiu sobre suas preocupações ambientais no encontro do G20, em junho.

    O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e a chanceler alemã, Angela Merkel, disseram que estão preocupados com a destruição da Amazônia, mas que bloquear o acordo comercial não era a resposta correta.

    Neste domingo, Macron afirmou que líderes de Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Itália, Reino Unido e Canadá estão finalizando um possível acordo no encontro anual sobre “ajuda técnica e financeira” para os países afetados pelos incêndios, incluindo o Brasil.

    O presidente dos EUA, Donald Trump, ofereceu assistência a Bolsonaro durante uma ligação, mas autoridades brasileiras dizem que não estão trabalhando com os norte-americanos para combater o fogo.

    COMO O PÚBLICO REAGIU?

    Brasileiros realizaram protestos em mais de uma dezena de cidades contra a inação do governo sobre os incêndios, fechando importantes vias de Brasília e São Paulo. Manifestantes também se reuniram em frente às embaixadas do Brasil em Paris e Londres.

    Nas redes sociais, a hashtag #PrayForAmazonas e outras chegaram aos Trending Topics do Twitter. Partidários de Bolsonaro responderam com a hashtag #AmazoniaSemONGs.

O QUE ISSO TUDO SIGNIFICA PARA AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS?

   Cientistas temem que a continua destruição da Amazônia possa chegar a um ponto de não retorno, quando a região chegaria a um ciclo de rebaixamento de floresta para savana.

   O cientista brasileiro Carlos Nobre acredita que de 15% a 17% de toda a Amazônia já foi destruída. Primeiro, pesquisadores pensavam que esse ponto de não retorno seria 40%. Mas isso mudou com o aquecimento global, o aumento de temperaturas da Amazônia e os incêndios. Hoje, acredita-se que esse ponto seja entre 20% e 25%.

   Se esse ponto for atingido, essa regressão de status da floresta durará de 30 a 50 anos, um período em que 200 bilhões de toneladas de dióxido de carbono serão jogados na atmosfera, segundo Nobre, tornando difícil para o mundo manter o aumento de temperatura entre 1,5 e 2 graus Celsius, a meta para evitar efeitos mais devastadores do aquecimento global.  (Tradução Redação São Paulo; +55 11 56447764)

Crédito: Jake Spring/Reuters Brasil – disponível na internet 26/08/2019


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Triste com repercussão de incêndios, Bolsonaro avalia visitar Amazônia

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) tem revelado tristeza com o noticiário sobre os incêndios na floresta amazônica, em conversas com interlocutores nos últimos dias. Bolsonaro entende que as queimadas já vinham ocorrendo e enxerga um exagero na repercussão negativa que tem sido dada sobre ele. A um aliado próximo, o presidente disse que talvez viaje à região amazônica. Oficialmente, não há ainda nenhuma viagem prevista.Em coletiva de imprensa nesse sábado (24/08/2019), os ministros da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e do Meio Ambiente, Ricardo Salles, destacaram a preocupação do presidente Bolsonaro em conter a devastação causada pelo fogo e por crimes ambientais na Amazônia. A decisão de enviar as Forças Armadas foi citada como prova disso. Interlocutores do presidente também frisam essa medida.A interlocutores, o presidente também se queixou da posição do presidente francês Emmanuel Macron, que associou a crise ao governo Bolsonaro.

Vista aérea de um dos focos de incêndio da Amazônia / Foto: Reprodução Reuters

Na última quinta-feira (22/08/2019), Macron tuitou sobre os incêndios na Amazônia e convocou os líderes do G7 a discutirem o assunto no encontro deste fim de semana. Revelou a intenção de obstruir um acordo comercial entre a União Europeia e o grupo Mercosul dos países sul-americanos para pressionar o Brasil contra incêndios florestais. O gabinete presidente francês chegou a afirmar que o presidente brasileiro mentiu quando minimizou preocupações com a mudança climática na cúpula do G20 no Japão em junho.

Bolsonaro, neste domingo (25/08/2019), compartilhou em uma rede social um vídeo gravado no encontro do G7, em Biarritz, na França, em que a chanceler alemã, Angela Merkel, diz que vai ligar para o chefe do Executivo brasileiro na próxima semana.

“Já avisei que vou ligar para ele na próxima semana para não dar a impressão de que estamos contra ele”, disse Merkel, sentada à mesa de reunião ao lado do presidente da França, Emmanuel Macron, e do primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson.

Então, Macron pergunta a quem Merkel estava se referindo e ela responde: “Bolsonaro”. “Nós vamos ligar para ele”, disse Macron. A conversa gravada, veiculada na conta do Twitter do presidente, traz uma legenda que diz “Biarritz, 24 de agosto”.

Junto com o vídeo compartilhado em rede social, Bolsonaro escreveu uma mensagem dizendo que a “crise só interessava aos que querem enfraquecer o Brasil” e agradeceu às “dezenas” de chefes de Estado que o ouviram e ajudaram a “superar” essa crise.

“Somos uma das maiores democracias do mundo, comprometidos com a proteção ambiental e respeitamos a soberania de cada país”, disse o presidente.

 

Bolsonaro ainda afirmou que, desde o princípio, buscou o diálogo com os líderes do G-7, assim como com a Espanha e o Chile, que participam do encontro como convidados. “O Brasil é um país que recupera sua credibilidade e faz comércio com praticamente o mundo todo”, disse.

Crédito: Bruno Pires/Estado de São Paulo – Metrópoles – disponível na internet 26/08/2019 

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