Passado um ano de governo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, vai promover uma troca de cadeiras após uma avaliação do desempenho da equipe e das metas da agenda econômica que foram traçadas ainda na transição. Guedes já avisou a equipe que fará essa avaliação e poderá fazer um “giro” de alguns integrantes do grupo para oxigenar determinadas áreas do Ministério da Economia.
O secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, que já manifestou ao ministro o desejo de deixar o governo depois de um período longo na equipe econômica (ele é remanescente do time do ex-presidente Michel Temer), foi escolhido pelo ministro para ocupar a secretaria-executiva do Conselho Fiscal da República, previsto na Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Pacto Federativo.
A interlocutores, Guedes tem dito que Mansueto é o “eleito” para ser o fiador da nova governança fiscal que será criada, depois da aprovação das PECs do pacote econômico entregue em novembro ao Congresso.
Fontes próximas a Mansueto atestam que ele não deixará o governo nesse momento. Ele vai sair de férias, o que gerou nova especulação sobre a sua saída. Seu retorno é previsto para o dia 12 de janeiro. Não é a primeira vez que surgem rumores de sua saída, com especulação de desentendimentos com outros integrantes da equipe. Ele tem dito que, quando sair, comunicará com bastante antecedência para fazer a transição.
Uma mudança que já está acertada e deverá ser anunciada em breve é a transferência do secretário-adjunto da Secretaria Especial de Fazenda, Esteves Colnago, para o gabinete de Guedes. Colnago vai reforçar o time da articulação com o Congresso para aprovação do rol de novas reformas enviadas pela equipe econômica.
Ex-ministro do Planejamento no governo Michel Temer, Colnago trabalhou na elaboração do texto das propostas e ganhou a confiança de Guedes.
O ministério da Economia está reforçando a integração com o ministro da secretaria de governo, Luiz Eduardo Ramos, para melhorar a dobradinha da articulação em 2020. A ideia de Ramos e Guedes é que as assessorias parlamentares dos dois ministérios trabalhem de forma mais integrada e Colnago ficará com as relações institucionais.
Organismos Internacionais
Novas mudanças também podem ocorrer com a janela de troca de vagas de organismos internacionais que se abrirá nos próximos meses. O atual secretário de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, Marcos Troyjo, é cotado para uma vaga no banco dos Brics (o grupo de países formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Ele é um dos maiores conhecedores dos Brics e tem recebido elogios do ministro Guedes pela sua atuação nas negociações internacionais.
O secretário especial de Produtividade, Carlos Alexandre da Costa, também é cotado para uma vaga que vai abrir no Banco Interamericano (BID). Envolvido em polêmicas, ele sempre contou com o apoio do ministro.
O assessor especial do ministro, Caio Megale, que já foi da equipe de Carlos da Costa, vai ocupar uma diretoria na secretaria especial de Fazenda comandada por Waldery Rodrigues. Segundo fontes, Megale será absorvido no lugar de um dos diretores que vai para o lugar de Colnago.
Waldery é considerado um integrante que trabalha na “defesa” e deve continuar no cargo. Já o diretor do Departamento de FGTS, Igor Villas Boas de Freitas, da equipe de Waldery, deixará o cargo.
Fontes afirmaram que o processo de avaliação ainda não foi feito. E, portanto, não há decisão de trocas, além das já acertadas, como Megale e Colnago. Para Guedes, esse processo de avaliação é natural e tem a ver com a forma de gestão implementada por ele. Como em uma empresa privada, se avalia o que foi bem e não tão bem na agenda. Até a própria estrutura do Ministério pode sofrer novos rearranjos depois da experiência de um ano da fusão do ministério da Economia, que reuniu em um mesmo ministério áreas que antes pertenciam a outros cinco.
Crédito: Adriana Fernandes/O Estado de São Paulo /Terra – disponível na internet 30/11/2019
Quase um ano depois do início do governo Jair Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, se prepara para fazer um balanço e uma avaliação da equipe econômica. A análise que o ministro fará junto aos integrantes de seu time pode resultar em mudanças importantes na atual composição do Ministério da Economia, segundo fontes que acompanham as discussões.
Guedes fez uma avaliação de sua equipe com seis meses de governo. E fará uma nova, com um ano de mandato. Com isso, já há expectativa de mudanças dentro do governo.
O secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, chegou a dizer a pessoas próximas que pretendia deixar o Ministério da Economia no início do próximo ano, por motivos pessoais. Com a divulgação da notícia sobre sua sáida, Mansueto afirmou ao GLOBO que permanecerá no governo.
— Não vou sair. Quero ainda melhorar os relatórios do Tesouro e tentar começar um relatório adicional olhando para as contas fiscais mais no médio prazo. Quero ainda tentar resolver a questão do ajuste fiscal dos estados e, mais importante, ajudar o governo aprovar as mudanças estruturais relacionada ao ajuste fiscal — disse ele.
Mansueto é considerado um dos fiadores da agenda de responsabilidade fiscal em curso no governo e participou da elaboração das propostas de reformas apresentadas por Guedes nas últimas semanas.
A avaliação do ministro da Economia pode resultar em mudanças em pelo menos três nomes, os dos secretários especiais Salim Mattar, Marcos Troyjo e Carlos da Costa, de acordo com interlocutores do ministério. O secretário de Desestatização, Salim Mattar, poderia ser substituído, diante de uma avaliação sobre a sua condução do processo de privatizações
Troyjo, secretário de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, pode ir para o banco dos Brics — grupo que reúne Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul. Já Carlos da Costa, secretário de Produtividade, poderia ser transferido para o Banco Interamericano (BID).
Outro técnico que está com a situação incerta é o diretor do Departamento de FGTS, Igor Villas Boas de Freitas, que está desgastado dentro do governo por conta da defesa que fez pelo fim do monopólio da Caixa no Fundo.
As mudanças na equipe, porém, ainda não foram definidas. Segundo interlocutores de Guedes, o processo de avaliação ainda não foi concluído e, por isso, não há decisão.
Guedes considera esse processo de avaliação e de eventuais trocas na equipe como naturais. No ministério, ele se comporta como um chefe de uma empresa, dizem pessoas próximas a Guedes. Com isso, ele traça metas e cobra resultados semanalmente de cada integrante da equipe.
No primeiro ano do governo, já houve três trocas importantes dentro da equipe econômica. O ex-presidente do BNDES Joaquim Levy deixou o cargo depois de uma nomeação criticada por Bolsonaro. O ex-secretário da Receita Federal Marcos Cintra foi substituído pelo auditor fiscal José Barroso Tostes Neto por conta da sua insistência em ressuscitar um imposto nos moldes da CPMF. E Caio Megale saiu da equipe de Carlos da Costa para integrar a assessoria de Guedes.
Crédito: Manoel Ventura/ O Globo – disponível na interner 30/11/2019
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