02/05 no Senado: Alcolumbre propõe congelar salário de servidores para União ajudar estados

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Alcolumbre propõe congelar salário de servidores para União ajudar estados

Proposta de socorro a estados prevê congelamento de salários até 2021

Davi apresenta relatório preliminar sobre auxílio a estados e municípios


Alcolumbre propõe congelar salário de servidores para União ajudar estados

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), apresentou o parecer do projeto de auxílio aos estados e municípios, com previsão de R$ 60 bilhões em repasses diretos de recursos da União aos governos locais. No texto, divulgado nesta quinta-feira (30/4), ele propõe como contrapartida o congelamento de salários de servidores públicos até 31 de dezembro de 2021. Ele pretende pautar a matéria no sábado (2/5) no plenário, em sessão remota.

Nos próximos dois dias, os senadores vão avaliar a proposta e sugerir mudanças, por meio de emendas. Depois que o texto for aprovado, precisará voltar para a Câmara, por ter sido reformulado pelo Senado. A versão aprovada pelos deputados previa a liberação de cerca de R$ 90 bilhões, de acordo com a perda de arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS, estadual) e Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS, municipal) nos próximos três meses.
 
Em acordo com o governo, Alcolumbre propôs um repasse fixo. Os R$ 60 bilhões serão pagos em quatro parcelas mensais. O texto exige que R$ 10 bilhões sejam usados em ações de saúde e assistência social. A prioridade deve ser o pagamento de profissionais de saúde, como médicos e enfermeiros, mas essa parte do dinheiro pode ser usada também na contratação de pessoal ligado ao Sistema Único de Saúde (SUS) e ao Sistema Único de Assistência Social (SUAS).
Divisão
Desses R$ 10 bilhões, R$ 7 bilhões serão destinados aos estados e ao DF e R$ 3 bilhões, aos municípios. A primeira parte será dividida da seguinte forma: 60% de acordo com a taxa de incidência da Covid-19 no estado e os outros 40% serão pagos com base na população. A taxa de incidência mede o número de novos casos no local e serve como indicador da capacidade do sistema de saúde local acolher os infectados, explica o parecer.
 
“Supostamente, quando a taxa de incidência é muito alta é mais provável que o sistema de saúde colapse, levando à falta de leitos, respiradores e demais equipamentos. Esses são os locais onde devemos atuar com mais presteza”, diz o texto. Já a fatia repassada de acordo com a população do estado privilegia os entes que, potencialmente, terão maior número absoluto de infectados e doentes.
 
A quantidade de habitantes será o único critério para divisão dos R$ 3 bilhões destinados aos municípios. O critério foi adotado para evitar medidas que estimulem ações que podem contribuir para espalhar o vírus, como liberação de quarentenas. Além disso, é mais difícil medir a taxa de incidência em nível municipal, segundo o relator.
 
Metade dos R$ 50 bilhões restantes vai ser repassada aos estados e ao DF e a outra metade, aos municípios. Os R$ 25 bilhões dos estados vão variar de acordo com arrecadação de ICMS, população, cota do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e valores recebidos como contrapartida pelo não recebimento de tributos sobre bens e serviços exportados. 
 
A parte dos municípios será dividida com base na tabela dos estados (veja abaixo). “Usamos um critério semelhante para distribuir os R$ 25 bilhões entre os municípios. Também usaremos esta tabela como norte, a fim de estabelecer quanto será destinado para os municípios de cada estado. E dentro de cada estado, quanto cada município receberá, tendo em vista sua população”, diz o documento.

Novas regras

Alcolumbre também propõe mudanças na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) como parte do que chama de Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus. O texto prevê ainda a suspensão de dívidas de estados, municípios e Distrito Federal com a União, entre 1º de março e 31 de dezembro deste ano. Os valores precisarão ser pagos a partir de 1º de janeiro de 2022.
 
Além disso, estados, DF e municípios poderão renegociar dívidas, tanto domésticas quanto externas, com o sistema financeiro e a instituições de crédito.  Será suspenso o pagamento das prestações em 2020, desde que as condições financeiras originais do contrato sejam mantidas. Nesse caso, ficam afastadas algumas exigências previstas na LRF para celebração de contratos de financiamento e de oferecimento de garantias. 
 
> Veja a distribuição dos R$ 25 bilhões dos estados:
 
Acre: R$ 165,3 milhões
 
Alagoas: R$ 343,6 milhões
 
Amapá: R$ 133,8 milhões
 
Amazonas: R$ 521,9 milhões
 
Bahia: R$ 1,4 bilhão
 
Ceará: R$ 765,7 milhões
 
Distrito Federal: R$ 388,8 milhões
 
Espírito Santo: R$ 593,6 milhões
 
Goiás: R$ 952,1 milhões
 
Maranhão: R$ 610 milhões
 
Mato Grosso: R$ 1,1 bilhão
 
Mato Grosso do Sul: R$ 518 milhões
 
 Minas Gerais: R$ 2,5 bilhões
 
Pará: R$ 913,4 milhões
 
Paraíba: R$ 373,4 milhões
 
Paraná: R$ 1,4 bilhão
 
Pernambuco: R$ 898 milhões
 
Piauí: R$ 334 milhões
 
Rio de Janeiro: R$ 1,7 bilhão
 
Rio Grande do Norte: R$ 368,5 milhões
 
Rio Grande do Sul: R$ 1,6 bilhão
 
Rondônia: R$ 279,3 milhões
 
Roraima: R$ 122,7 milhões
 
Santa Catarina: R$ 959,2 milhões
 
São Paulo: R$ 5,5 bilhões
 
Sergipe: R$ 261,3 milhões
 
Tocantins: R$ 250,4 milhões
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Crédito: Alessandra Azevedo/Correio Braziliense – disponível na internet 01/05/2020


Proposta de socorro a estados prevê congelamento de salários até 2021

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), apresentou nesta quinta-feira ( 30) o texto alternativo à proposta de ajuda a estados e municípios. Negociada com a equipe econômica, a proposta de Alcolumbre é bem diferente do Plano Mansueto aprovado na Câmara dos Deputados. O agora Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus estabelece repasse menor que o proposto pela Câmara. Serão até R$ 60 bilhões, em quatro parcelas, para que governadores e prefeitos tomem medidas nas áreas de saúde e assistência social para a contenção do novo coronavírus (covid-19).

Em troca do auxílio, estados e municípios terão que se abster de reajustar o salário de servidores públicos até 31 de dezembro de 2021. E fica proibido “conceder a qualquer título, vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração de membros de Poder ou de órgão, de servidores e empregados públicos e militares, exceto quando derivado de sentença judicial transitada em julgado ou de determinação legal anterior à calamidade pública”.

A proibição também envolve criação de cargos, empregos e funções, bem como a alteração de estruturas de carreira, que impliquem aumento de despesas. A admissão de pessoal só será possível em “reposição de cargos de chefia e de direção que não acarretem aumento de despesa” ou quando houver vacância em cargos efetivos ou vitalícios.

“Entendemos que é necessário impor um limite ao montante do auxílio. Por mais que concordemos que a covid-19 impôs restrições financeiras graves aos estados e municípios, não podemos ignorar que as contas da União também sofreram impacto da pandemia”, disse o presidente do Senado.

Sob a justificativa de que o modelo aprovado pelos deputados – no qual recursos seriam repassados de acordo com a queda na arrecadação de impostos – favorece estados e municípios mais ricos, que mais arrecadam, Alcolumbre também alterou os critérios de rateio do dinheiro proposto pela Câmara.

Divisão de recursos

Na proposta do presidente do Senado, dos R$ 60 bilhões previstos a estados e municípios, R$ 10 bilhões serão reservados a ações na área da saúde e assistência social. Desse total, R$ 7 bilhões serão para os estados. O critério de divisão levará em consideração a taxa de incidência da covid-19 (60% de peso) e população (40% de peso). Os municípios receberão R$ 3 bilhões. O critério de distribuição será o tamanho da população.

Os R$ 50 bilhões restantes serão entregues metade para estados e o Distrito Federal e metade para os municípios.

Além desse repasse, a versão apresentada por Alcolumbre estabelece a suspensão do pagamento das dívidas contratadas entre União, estados, Distrito Federal e municípios e a restruturação das operações de crédito interno e externo dos entes junto a instituições financeiras.

A proposta de Alcolumbre deverá ser levada à votação em uma sessão remota convocada para este sábado (2). Como sofreu alterações, se aprovado o texto terá que retornar à Câmara, que dará a palavra final.

Agência Brasil de Notícias 01/05/2020


Davi apresenta relatório preliminar sobre auxílio a estados e municípios

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, apresentou nesta quinta-feira (30) a primeira versão do seu relatório ao PLP 149/2019, projeto de lei que prevê compensação a estados e municípios pela perda de arrecadação provocada pela pandemia de coronavírus. O texto, um substitutivo à proposta já aprovada na Câmara dos Deputados, será votado neste sábado (2), a partir das 16h, em sessão extraordinária deliberativa remota. Esse projeto será o único item da pauta.

Davi afirmou que os senadores poderão apresentar emendas à sua primeira versão do relatório até as 10h de sábado. Nas cinco horas seguintes, essas emendas serão analisadas, para que seja possível chegar a um texto de consenso até as 15h.

Arrecadação

De acordo com dados preliminares do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), em março a arrecadação de ICMS — imposto de competência dos estados — caiu mais de 30% em relação ao ano passado.

Conhecida em sua versão original como Plano Mansueto, o PLP 149/2019 visa repassar recursos a estados e municípios para auxiliá-los nas despesas relativas ao enfrentamento da pandemia de covid-19.

Davi Alcolumbre declarou que pretende chegar a um texto que concilie os interesses regionais, do governo federal e do Congresso. Para isso, participou de reuniões nesta semana com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.

Congelamento

Uma das medidas propostas pelo presidente do Senado em seu relatório é o congelamento dos salários de servidores públicos municipais, estaduais e federais até o fim do próximo ano, como contrapartida aos repasses da União a estados e municípios. A estimativa é que o congelamento resultaria em uma economia de cerca de R$ 130 bilhões.

O texto também prevê a atenuação de algumas exigências previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) para a contratação de operações de crédito e aumento de despesas.

“Tenho perfeita compreensão de que períodos de calamidade como o atual requerem aumentos de gastos públicos, tanto os destinados a ações na área da saúde como os destinados a áreas relativas à assistência social e à preservação da atividade econômica. Por outro lado, é necessário pensar no Brasil pós-pandemia. O aumento dos gastos hoje implicará maior conta a ser paga no futuro. A situação é ainda mais delicada porque já estamos com elevado grau de endividamento. Dessa forma, para minimizar o impacto futuro sobre as finanças públicas, proponho limitar o crescimento de gastos com pessoal, bem como a criação de despesas obrigatórias até 31 de dezembro de 2021”, justifica o senador.

O substitutivo cria o Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus SARS-CoV-2 para permitir, além da suspensão dos salários, a suspensão dos pagamentos das dívidas contratadas entre a União, os estados e o Distrito Federal.

Outro ponto importante do projeto é a reestruturação das operações de crédito internas e externas: contratos de empréstimo já firmados com bancos privados e organismos multilaterais poderão ser negociados diretamente com o credor, mantido o aval da União.

R$ 60 bilhões em repasses

De acordo com o texto, a União repassará R$ 60 billhões a estados, Distrito Federal e municípios em quatro parcelas mensais e iguais, durante o exercício de 2020. Essa verba deverá ser aplicado pelos poderes executivos locais em ações de enfrentamento à covid-19 e na mitigação dos efeitos financeiros da pandemia. Parte desses recursos também serão utilizados para o pagamento de profissionais que atuam no Sistema Único de Saúde (SUS) e no Sistema Único de Assistência Social (SUAS). As verbas serão transferidas de acordo com a população de cada ente federado, calculada a partir dos dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O montante deverá ser distribuído da seguinte forma:

  • R$ 10 bilhões para ações de saúde e assistência social, divididos entre estados e Distrito Federal (R$ 7 bilhões), e municípios (R$ 3 bilhões);
  • R$ 50 bilhões, sendo a metade (R$ 25 bilhões) para estados e Distrito Federal, e a outra metade (R$ 25 bilhões) para municípios. 

Repasses da União a estados e DF (R$ 25 bilhões)

UF Transferência
  de programa
federativo
(repasses da União)
Economia com
suspensão
de dívida
TOTAL
AC 165.297.338,05 198.398.708,36 363.696.046,41
AL 343.640.407,66 301.720.000,00 645.360.407,66
AP 133.829.571,56 259.491.685,22 393.321.256,78
AM 521.928.489,91 174.566.839,13 696.495.329,04
BA 1.390.411.064,02 374.159.091,19 1.764.570.155,21
CE 765.684.452,39 464.222.805,51 1.229.907.257,90
DF 388.848.130,68 316.689.131,79 705.537.262,47
ES 593.651.101,46 480.270.880,75 1.073.921.982,21
GO 952.147.992,94 2.370.205.419,57 3.322.353.412,51
MA 609.975.915,74 233.334.568,57 843.310.484,31
MT 1.121.700.508,51 436.700.929,77 1.558.401.438,28
MS 518.091.984,18 310.480.000,00 828.571.984,18
MG 2.495.326.775,59 6.060.427.655,92 8.555.754.431,51
PA 913.403.172,54 279.106.769,78 1.192.509.942,32
PB 373.420.425,55 262.822.152,39 636.242.577,94
PR 1.430.878.884,20 563.141.298,43 1.994.020.182,63
PE 897.981.470,25 568.204.557,35 1.466.186.027,60
PI 334.006.694,61 188.843.092,90 522.849.787,51
RJ 1.673.519.769,80 10.897.275.040,04 12.570.794.809,84
RN 368.546.659,12 582.996.482,11 951.543.141,23
RS 1.621.147.551,82 3.681.184.998,94 5.302.332.550,76
RO 279.335.655,45 230.253.706,06 509.589.361,51
RR 122.669.208,65 210.449.362,57 333.118.571,22
SC 959.242.069,89 498.011.799,09 1.457.253.868,98
SP 5.513.592.514,91 13.208.511.668,67 18.722.104.183,58
SE 261.291.459,97 136.254.594,78 397.546.054,75
TO 250.430.730,55 14.691.321,04 265.122.051,59

Agência Senado 01/05/2020

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