Depois da CAPES, governo corta bolsas também do CNPq: redução chega a 85%

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Ministério da Ciência e Tecnologia alterou prioridades para concessão de bolsas de pós-graduação
 

Pouco depois de alterar regras de bolsas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o Ministério da Ciência e Tecnologia também mudou parâmetros para a concessão de bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o que causará cortes para vários programas de pós-graduação brasileiros.

Uma portaria publicada pelo ministério em 19 de março definiu as “prioridades” em “projetos de pesquisa, de desenvolvimento de tecnologias e inovações, para o período 2020 a 2023”.

Na prática, a portaria determinou que o CNPq faça ajustes e adequações para aplicar as prioridades da pasta comandada por Marcos Pontes.

A medida afetará diversos programas tradicionais de mestrado e doutorado.

Segundo o presidente da Comissão de Pós-Graduação do Instituto de Física da Universidade de São Paulo, Raul Abramo, só o Instituto de Física da USP espera ter uma redução de 85% de suas bolsas.

De acordo com Abramo, o Instituto de Física já havia perdido 40% de suas bolsas de doutorado quando a Capes alterou, no mês passado, o cálculo na concessão de bolsas para a pós-graduação.

A medida afetou 35 dos 92 programas de mestrado da USP.

Com a nova publicação envolvendo o CNPq, os cortes serão ainda maiores.

“O CNPq financiava metade de nossas bolsas e, pelo jeito, essas serão progressivamente extintas. O resultado desses dois ‘choques’, da Capes e do CNPq, é que nós teremos no segundo semestre apenas três bolsas de mestrado e nenhuma de doutorado, quando normalmente teríamos por volta de dez bolsas de cada”, disse Abramo.

Crédito: Naomi Matsui/Revista Época – disponível na internet 04/05/2020

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