De cada 100 servidores que se aposentam, só 26 são repostos.

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A cada 100 servidores públicos que se aposentam, apenas 26 têm o posto ocupado por um novo servidor hoje em dia na União. A informação é do ministro da Economia, Paulo Guedes, que, por isso, já prevê uma economia superior a R$ 300 bilhões com a reforma administrativa

“Fizemos os cálculos de R$ 300 bilhões na reforma administrativa com uma taxa de reposição de, para cada 100 que se aposentassem, nós iríamos contratar 70. Estamos contratando 26, exatamente pela digitalização. Então, a economia deve ser maior ainda”, afirmou Guedes, em uma cerimônia no Palácio do Planalto, nesta quinta-feira (22/10).

O ministro afirmou que essa taxa de reposição é fruto do avanço da digitalização na administração pública, que tem reduzido a necessidade de certos trabalhos manuais. “A digitalização segue, no setor público inclusive”, afirmou.

Digitalização

Segundo o Ministério da Economia, o governo digitalizou 1 mil serviços públicos nos últimos dois anos. Com isso, cerca de 88 milhões de atendimentos públicos deixaram de ser presenciais. A pasta afirma que essa medida simplificou o acesso aos serviços públicos e pode poupar 150 milhões de horas dos cidadãos brasileiros com a redução da burocracia, dos deslocamentos e da papelada que era exigida anteriormente. Também há uma expectativa de que essa medida traga uma economia de R$ 2 bilhões por ano, sendo R$ 1,5 bilhão para a população e R$ 500 milhões para o governo.

Por conta disso, o governo tem uma meta de digitalizar 100% dos 3,8 mil serviços do governo federal até o final de 2022. Assim, o Ministério da Economia também projeta uma economia de R$ 38 bilhões nos próximos cinco anos com a eliminação do papel e da burocracia, a locação de estruturas e manutenção dessa logística, a redução de perdas com erros e fraudes em serviços públicos e também a contratação de pessoal para o atendimento presencial da população.

Reforma administrativa

A proposta de reforma administrativa do governo, enviada para o Congresso Nacional no mês passado, busca reduzir os gastos com o funcionalismo e aperfeiçoar as regras do serviço público. A expectativa do governo é que a proposta traga uma economia de R$ 300 bilhões ao longo de 10 anos, considerando que a taxa de reposição dos servidores públicos que se aposentam fique entre 60% e 70% e uma redução no salário de entrada do serviço público.

Como o ministro afirmou nesta quinta-feira, contudo, essa previsão ainda pode crescer, seja porque o governo já vem praticando uma taxa de reposição menor do que o calculado e porque o Congresso pode fazer ajustes à proposta do governo. O presidente da Frente Parlamentar da Reforma Administrativa, o deputado Tiago Mitraud (Novo-MG), por exemplo, defende que a reforma atinja os atuais servidores, o que não está previsto no texto do governo.

Crédito: Marina Barbosa/Correio Braziliense – disponível na internet 23/10/2020

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