No século XVII, o místico, filósofo e cientista Blaise Pascal dizia que o ser humano é uma criatura irremediavelmente perdida entre os dois extremos do infinitamente grande e do infinitamente pequeno. Mas as últimas gerações de cientistas parecem infinitamente mais próximas do pequeno.
Já em 1959, o físico laureado com o Nobel, Richard Feynman, previu a miniaturização extrema da tecnologia até a manipulação de moléculas e átomos como blocos de construção.
Desde os anos 80, invenções e descobertas na fabricação de nano-objetos têm atestado esta visão. Em poucas décadas a nanotecnologia tornou-se um mercado trilionário, que move universidades, corporações, militares e governos em travessias multidisciplinares entre as fronteiras da química, biologia molecular, ciência dos materiais e física da matéria condensada para compreender a alterar propriedades inesperadas. Desde 1999, há um crescimento anual da ordem de 15% de nanodispositivos no mercado.
Alguns pensam que a nanotecnologia trará a próxima revolução tecnológica, após a revolução industrial e a revolução digital, com efeito combinando e amplificando ambas. Desde já, materiais compostos utilizam elementos em nanoescala para tornar todo tipo de coisa melhor, mais forte e mais rápida – de tecidos e cosméticos a telas de TV e painéis solares.
Estruturas ultra-leves para aeronaves e microchips com hiper-memória já estão no horizonte. Provavelmente não há nenhum aspecto da vida humana que não será em algum momento afetado.
Enquanto a nanotecnologia avança para cobrir a lacuna entre a fantasia e a realidade, os visionários a veem como uma panaceia capaz de eliminar a poluição nos países ricos e a fome nos países pobres, reconstruir plantas e animais extintos, e diagnosticar e curar todos os nossos males. Fala-se até em nano-robôs que “viverão” em nossos corpos, eliminarão patógenos, reverterão traumas e turbinarão nossas capacidades físicas e mentais. Para os céticos isso nunca será mais que um delírio futurista. Os alarmistas enxergam o próximo passo na guerra química e biológica, com nano-robôs fugindo aos laboratórios para evoluírem como seres sensíveis que escaparão ao controle da humanidade e finalmente a substituirão.
Mas o que realmente acontece quando o ser humano se torna capaz de redesenhar e reconstruir com precisão atômica as partículas que compõem o tecido da existência? Quais as conquistas da nanotecnologia hoje? Quais os desafios para o futuro? E quais os dilemas éticos e regulatórios envolvidos nessa aventura?
Rádio Estado da Arte: Entrevista com Ado Jorio de Vasconcelos, Aldo José Gorgatti Zarbin e Ernesto Joselevich.
Crédito: Marcelo Consentino/ Radio Estado da Arte/ O Estado de São Paulo – @disponível na internet 10/02/2022
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