A busca da excelência é fundamental para o desenvolvimento de um país e no Brasil o Inmetro tem muito a contribuir com esse propósito.
A busca da excelência está diretamente associada ao movimento da qualidade que ocorreu e continua em andamento em muitos países, como nos EUA, no Reino Unido, no Japão e também no Brasil.
Em resumo muito apertado, no nosso país os grandes marcos do movimento da qualidade foram, em ordem cronológica, o Acordo Nuclear Brasil-Alemanha, firmado em 1975, que criou a ambiência para os marcos seguintes, ou seja, o PBQP – Programa Brasileiro para a Qualidade e Produtividade, estabelecido em 1990 e, decorrente deste, a criação da FNQ – Fundação Nacional para a Qualidade[1] e do CB-25 – Comitê Brasileiro da Qualidade, órgão da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. (5)
Para contextualizar o parágrafo acima convém mencionar que o Acordo Nuclear foi considerado “a maior transferência de tecnologia nuclear jamais feita para um país em desenvolvimento” (10) e “a maior exportação da história da Alemanha” (6).
Igualmente de forma muito resumida, podemos dizer que o Acordo Nuclear Brasil-Alemanha colocou o Brasil, em geral, e o Inmetro, em particular, na rota da busca da excelência, já trilhada em diversos setores por vários países, como pelos mais adiantados institutos de metrologia do mundo, entre eles o PTB – Physikalisch-Technische Bundesanstalt, o instituto de metrologia alemão e o NIST – National Institute of Standards and Technology que, como veremos, desenvolveu os critérios de excelência do Baldrige Performance Excellence Program aplicados integralmente pela FNQ em seus anos iniciais, como o Prêmio Nacional da Qualidade.
Pode-se dizer que duas inciativas, implementadas no Brasil como consequências direta ou indireta do Acordo Nuclear Brasil-Alemanha, continuam absolutamente atuais em termos internacionais: os critérios do Baldrige Performance Excellence Program[2] desenvolvidos pelo NIST e postos em prática pela ASQ – American Society for Quality e a certificação como CQE
– Certified Quality Engineer, concedida pela própria ASQ, considerada a maior organização dedicada à qualidade no mundo.[1] (3)(4)(5)
O movimento da qualidade brasileiro teve grande influência do exterior, inicialmente dos EUA, de onde veio para o Brasil o conceito de Garantia da Qualidade, sendo também muito relevante a influência daquele país, através do NIST, na incorporação dos critérios do Baldrige Performance Excellence Program, já mencionado e inicialmente aplicados no Brasil em sua integralidade pela FNQ[2], na época denominada FNPQ – Fundação Nacional para o Prêmio da Qualidade. (3)(5) Nessa trajetória não se pode desconhecer a influência japonesa no Brasil, nos EUA e em inúmeros outros países, que deixou marcos importantes como o benchmarking[3][4] e o 5S, este interpretado muitas vezes erroneamente apenas como senso de organização.
Neste contexto, este artigo baseia-se em consagradas obras, porém, principalmente, em minha experiência pessoal, já que em minha trajetória profissional procurei sempre atuar em organizações que estavam na fronteira do conhecimento em relação à busca da excelência, tendo trabalhado em todas as atividades descritas neste artigo. Igual motivo levou-me a ingressar no Inmetro, o principal responsável pela infraestrutura brasileira da qualidade.
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Assim, este artigo está fundamentado em minha vivência de décadas em todas as renomadas instituições aqui relatadas ou em artigos anteriores (ver bibliografia), tais como na antiga Nuclebrás[5], em sua subsidiária Nuclen[6] e na firma alemã KWU[7], então subordinada à holding Siemens[8]. Este artigo toma como base ainda os demais trabalhos por mim realizados, como o relativo ao PBQP – Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade, ao Prêmio Nacional da Qualidade e ao CB-25 (Comitê Brasileiro da Qualidade) da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, assim como o referente à coordenação da representação brasileira no CASCO (Committee on Conformity Assessment da ISO – International Organization for Standardization), este último em nome do CB-25 da ABNT. Da mesma forma, sinto-me à vontade para falar da certificação CQE da ASQ[9] (4), já que fui certificado como tal em 1977, tendo sido recertificado por 30 anos (quando optei pelo status de “retired”). (3) (5)
O programa nuclear brasileiro não desempenha mais o mesmo papel, com repercussão nacional, em relação à busca da excelência e o PBQP, que tinha liderança governamental, não mais existe. Atualmente pode-se considerar que o MBC – Movimento Brasil Competitivo[10] é
o seu sucessor, porém sob liderança privada, e sem a mesma energia que caracterizava o PBQP.
Nesse sentido neste artigo propõe-se que o Inmetro resgate toda a experiência exitosa e relevante, direta ou indiretamente decorrente do setor nuclear brasileiro, para, somada a sua própria experiência, levar adiante a busca da excelência no próprio Instituto e no Brasil.
Leia a íntegra do artigo>>> Arigony Art. Excelência, contribuições
Crédito: Luiz Carlos Arigony @11/04/2022