Governo quer auxílio para caminhoneiros e ampliar vale-gás

1
35

O governo federal vai propor ao Congresso Nacional a criação de um auxílio financeiro a caminhoneiros como forma de conter os impactos das altas nos preços dos combustíveis. A ideia inicial, segundo integrantes do Executivo e do Legislativo, é instituir um benefício de R$ 400 até o fim deste ano, mas o valor não está definido. Além disso, o governo pretende ampliar o Auxílio Gás, aumentando o valor do subsídio e a quantidade de famílias atendidas.

As medidas foram discutidas nesta terça-feira (21) em reunião do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e outros membros do governo federal. O Executivo ainda não tem uma estimativa financeira do impacto da proposta, mas até o fim desta semana a equipe econômica apresentará os estudos. 

O ministro Ciro Nogueira confirmou ao blog que há acerto para que as propostas avancem.

O voucher foi pensado apenas para os caminhoneiros devido à importância da categoria para a economia nacional, já que a maior parte das mercadorias do país é transportada por rodovias. No entendimento do governo e do Congresso, a ajuda pode reduzir o custo do frete, o que beneficiaria toda a cadeia comercial, sobretudo com a diminuição da inflação.

Já as mudanças no Auxílio Gás são cogitadas para aumentar o público-alvo da iniciativa. São atendidas pelo programa as famílias inscritas no CadÚnico (Cadastro Único) do governo federal, com renda familiar mensal per capita inferior ou igual a meio salário mínimo nacional, ou famílias que tenham entre seus integrantes quem receba o BPC (Benefício de Prestação Continuada).

Hoje, os brasileiros atendidos recebem o benefício a cada dois meses. Atualmente, o valor do Auxílio Gás corresponde a 50% da média do preço nacional do botijão de 13 kg. Em junho, as famílias serão contempladas com R$ 53. O governo pensa em, no mínimo, dobrar o subsídio e passar a pagar o auxílio mensalmente, além de mudar os critérios para recebimento do benefício. Os valores, no entanto, assim como no caso do voucher, não estão definidos. 

O advogado-geral da União, Bruno Bianco, também participou do encontro desta terça. Segundo Pacheco, o governo quer entender se há algum impedimento à concessão do benefício devido à proximidade das eleições. 

A lei eleitoral proíbe a distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios por parte da administração pública no ano eleitoral. Segundo a legislação, tais auxílios só podem ser concedidos em situações de calamidade pública, de estado de emergência, ou quando há programas sociais autorizados em lei e já em execução orçamentária no exercício anterior, casos em que o Ministério Público pode promover o acompanhamento de sua execução financeira e administrativa.

“A AGU se dispôs a fazer um estudo nesse sentido. Uma iniciativa que possa atingir setores muito sacrificados nesse momento seria uma iniciativa bem-vinda, desde que sustentável e possível do seu ponto de vista legal em função da eleição”, comentou o presidente do Senado, em coletiva de imprensa.

Nesta segunda-feira (20), Lira e Pacheco já tinham conversado com lideranças partidárias da Câmara sobre soluções para o problema dos combustíveis. Na ocasião, o vale de R$ 400 e a ampliação do Auxílio Gás foram postos em pauta. As medidas têm o apoio do Parlamento, especialmente o voucher para caminhoneiros, garantiu o deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG), que participou das discussões.

“Isso é importantíssimo. Assim você barateia o frete e diminui não só o preço dos combustíveis, mas dos demais produtos também. O valor do frete está embutido nos preços de tudo o que está na prateleira dos mercados, por exemplo. Se você conseguir dar uma espécie de vale aos caminhoneiros, a tendência é baixar o preço de tudo”, analisou.

Crédito: Augusto Fernandes, Thiago Nolasco / R7 e Record TV – @ disponível na internet 22/06/2022

1 Comentário

  1. O interessante é que dinheiro para o “assistencialismo” não pára de aparecer mas, para repor uma parte das nossas perdas, o mínimo que seja, não há verba.
    Até quando vamos continuar apáticos?

DEIXE SEU COMENTÁRIO

Por favor, insira seu comentário!
Por favor, digite seu nome!

Moderação de comentário está ativada. Seu comentário pode demorar algum tempo para aparecer.