Economia da Energia: CCS/CCSU uma visão geral

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Dado a continua acumulação de gases estufa na atmosfera, nossa sociedade está
inevitavelmente tendo que combater as mudanças climáticas com cada vez mais afinco.
Segundo Freudenstein et al (2022), desde a publicação do relatório especial de 2018 sobre o aquecimento global de 1,5ºC, elaborado pelo Painel Intergovernamental das Mudanças
Climáticas (IPCC – Intergovernmental Panel on Climate Change) tem sido cada vez mais
evidente a necessidade de reduzirmos as emissões de gases estufa gerados por nossas
atividades e de buscarmos remover gigatoneladas de CO2 já emitido da atmosfera
anualmente.

Apenas com a combinação desses dois fatores seria possível atingir as metas
estabelecidas no Acordo de Paris.   

As diferentes particularidades de cada país em respeito à sua matriz energética atual, nível
de desenvolvimento de sua economia e parque industrial sinalizam que a descarbonização
de processos e transição energética para fontes mais limpas trarão impactos desiguais entre as nações. Face ao exposto, Zakkour e Heidug (2022) sinalizam a necessidade de implementar a mais ampla variedade de soluções para combater as mudanças climáticas, incluindo neste rol a captura e armazenamento de carbono (CCS – Carbon capture and storage) e tecnologias de emissões negativas (NET – Negative emissions technologies), como captura direta do ar com armazenamento de carbono (DACCS – Direct air capture with carbon storage) e bioenergia com captura e armazenamento de carbono (BECCS – Bioenergy with carbon capture and storage).   

Apesar da existência de caminhos naturais de captura de carbono (como arborização e reflorestamento), a escala necessária de sequestro requer o uso de soluções tecnológicas que podem prover um armazenamento seguro e duradouro.   

Leonardo Bettega – Administrador, Mestrando na FGV/Rio

Antes de entrarmos nos pormenores da tecnologia de captura de carbono que seria escopo
do artigo, vale ressaltar a definição de alguns termos que ajudam a entender melhor o seu
contexto de aplicação.

Segundo Muslemani (2022), os termos “neutralidade de carbono” e “net-zero” são frequentemente usados alternadamente para se referir à mesma coisa.   

Todavia, existem diferenças. Segundo o IPCC, neutralidade de carbono significa um estado
em que nossas atividades resultam em um efeito líquido zero nas emissões. Para uma
empresa, significa compensar suas emissões atuais através de investimentos em projetos de redução de carbono, como plantar árvores, por exemplo (inclusive, poderia se manter a
neutralidade em carbono até mesmo aumentando suas emissões, desde que aumente os
investimentos em compensação, o que não é recomendado).   

Já o termo net-zero, por outro lado, envolve o estoque geral de CO2, que vai além do equilíbrio das emissões que emitimos hoje, mas sim tentando removê-las ativamente do sistema. As emissões removidas incluem emissões residuais que não podem ser evitadas usando técnicas convencionais de mitigação, além de emissões que já tínhamos colocado na atmosfera desde a revolução industrial, até que o saldo geral do que emitimos e do que removemos seja zero.  

Indo além disso, se a quantidade removida de CO2 da atmosfera exceder o que emitimos, um estado de “emissões negativas” é alcançado.

Acesse a íntegra do artigo >>> CCS_CCUS – Uma visão geral

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