Conheça os planos de governo dos candidatos à Presidência

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Documentos apresentam ideias dos candidatos ao Planalto sobre economia, combate às desigualdades sociais, meio ambiente, saúde e segurança pública

Os candidatos à Presidência têm até 15 de agosto para apresentar seus planos de governo, em que detalham como pretendem governar o país. A entrega do documento é uma exigência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Os candidatos ficam livres para definir o modelo do programa e sobre quais setores da administração pública vão discorrer no texto. Cabe ao eleitor analisar as propostas antes de definir seu voto.

CNN reuniu as principais propostas apresentadas pelos candidatos em seus planos de governo para as seguintes áreas: economia, meio ambiente, combate à pobreza, segurança pública e saúde. Os documentos completos podem ser consultados no portal do TSE.

Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

O ex-presidente Lula apresenta o seu plano de governo como um “programa de reconstrução e transformação do Brasil”, com um regime fiscal baseado na credibilidade, previsibilidade e sustentabilidade para atrair investimentos. O projeto prevê a construção de uma estratégia de desenvolvimento que busque “superar o modelo neoliberal que levou o país ao atraso”, segundo o próprio documento.

As propostas da candidatura de Lula também focam no combate à fome e à pobreza, com a volta de políticas públicas já conhecidas em governos petistas, como o Bolsa Família. Além disso, aborda o enfrentamento às mudanças climáticas.

Economia

No documento, Lula defende a revogação da lei do teto de gastos e a discussão sobre a legislação trabalhista, revogando “os marcos regressivos da atual legislação trabalhista”, estipulados na última reforma. Sobre a previdência, o petista propõe a superação das “medidas regressivas e o desmonte” promovido na reforma de 2019.

O plano de governo de Lula fala em uma reforma tributária com a simplificação de tributos e mode progressivo – reduzindo a tributação do consumo e aumentando os impostos pagos pelos mais ricos.

O documento sugere a retomada de investimentos governamentais em infraestrutura e a reindustrialização nacional. Além disso, prevê que o governo estimule o investimento privado por meio de crédito, concessões, parcerias e garantias. Também cita o fortalecimento da agropecuária, de setores e projetos inovadores e a economia criativa.

Em relação às estatais, o projeto se opõe à privatização da Eletrobras e cita a “recuperação do papel da empresa como patrimônio do povo”. E propõe o fim da Política de Paridade Internacional de preços da Petrobras (PPI).

Meio Ambiente

O projeto afirma ter compromisso com a “sustentabilidade social, ambiental, econômica e com o enfrentamento das mudanças climáticas”. Para isso, ele sugere a mudança no padrão de consumo de energia, a construção de sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis e o avanço da transição ecológica e energética. O plano prevê o combate ao “uso predatório” dos recursos naturais e o fortalecimento da Funai, a proteção da Amazônia e o combate a crimes ambientais.

Combate às desigualdades sociais

O plano de governo do ex-presidente se diz comprometido com o enfrentamento da fome e da pobreza de forma urgente. Para isso, aposta na geração de emprego e renda para os mais pobres e em programas já conhecidos de governos petistas do passado, como a renovação e ampliação do Bolsa Família. O projeto também cita a volta de “um amplo programa de acesso à moradia”.

Segurança pública

Caso eleito, Lula pretende colocar em prática uma nova política sobre as drogas no país, focada na redução de riscos, na prevenção, tratamento e assistência ao usuário. Ao mesmo tempo, o plano de governo aposta na desarticulação das organizações criminosas por meio do fortalecimento da investigação e da inteligência.

O ex-presidente pretende promover uma política de segurança pública coordenada e integrada nacionalmente. Seu plano cita a aprimoração do Sistema Único de Segurança Pública e reformas para ampliar a eficiência e modernizar o sistema de segurança.

Saúde

O plano de governo petista prevê o fortalecimento do SUS “público” e “universal”, o aprimoramento da sua gestão e a valorização e formação de profissionais de saúde. Além disso, prevê a retomada de políticas como o Mais Médicos e o Farmácia Popular, bem como a reconstrução e fomento ao Complexo Econômico e Industrial da Saúde.

Jair Bolsonaro (PL)

Jair Bolsonaro (PL) coloca a “liberdade” como cerne de seu plano de governo. O documento afirma que ela “é tão importante quanto a própria vida”, repetindo a máxima usada pelo presidente em seus discursos.

A temática permeia os principais tópicos elencados por Bolsonaro no programa. O presidente defende a “liberdade econômica”, a “liberdade religiosa”, “liberdade de expressão”, a “liberdade para a defesa de direitos” e a “liberdade para o uso responsável dos recursos naturais”.

O plano de governo propõe ainda o aprimoramento de políticas de combate à criminalidade, a ampliação do Auxílio Brasil e reformas estruturantes.

 

Economia

No campo da Economia, o documento cita a liberdade econômica como mecanismo para promover o bem estar social. Segundo o documento, é preciso reduzir a quantidade de atribuições do Estado e facilitar o trabalho do empreendedor, para que se possa gerar emprego e renda. O texto defende a privatização de estatais para promover a melhor administração pública.

Consta também no plano de governo a realização de uma reforma tributária, com simplificação de impostos e correção de 31% na tabela do Imposto de Renda. A ideia seria aumentar a faixa de isenção do imposto de renda para cinco salários mínimos. Sem dar maiores detalhes, o plano de governo ainda defende a realização de uma reforma administrativa, que teria como foco a valorização do servidor.

No documento, Bolsonaro se compromete a manter o valor do Auxílio Brasil em R$ 600 em 2023 e a trabalhar pelo ingresso do Brasil na OCDE e em outras entidades internacionais de promoção do livre comércio.

Meio Ambiente

Bolsonaro defende que a evolução tecnológica é um mecanismo para aumentar a produtividade no campo sem causar danos ao meio ambiente e contribuindo para a preservação. Nesse contexto, o presidente afirma que é necessário fortalecer os setores de mineração e agropecuário.

O plano de governo destaca o papel central do Brasil na produção de alimentos mundial e defende a adoção de políticas para garantir a segurança alimentar no país.

No documento, Bolsonaro ainda reafirma seu compromisso com o combate ao desmatamento e às queimadas ilegais na Amazônia.

Combate às desigualdades sociais

O presidente afirma, em seu plano de governo, que é papel do Estado e da sociedade civil atuar para reduzir as desigualdades sociais. Segundo Bolsonaro, é preciso criar uma “sinergia” entre eles em programas e projetos que impactem a população menos favorecida de modo a elevar o seu poder de compra.

Seguindo essa lógica, o documento cita o crescimento econômico como o principal responsável por assegurar as condições sociais mínimas para a população.

Segurança pública

Bolsonaro propõe o fortalecimento das ações no combate ao crime organizado, a partir da tecnologia. O plano de governo cita o uso de drones, inteligência artificial e perícia forense como alternativas em prol desse objetivo. O documento cita ainda o aprimoramento da coordenação e integração entre as instituições federais e os órgãos estaduais e municipais.

O presidente afirma que é necessário ampliar o direito à legítima defesa do cidadão. Segundo Bolsonaro, cabe ao Estado assegurar “os meios para o exercício” desse direito.

O plano de governo diz que o acesso a armas de fogo é, além disso, um “importante instrumento” elemento cultural e desportivo.

Saúde

Bolsonaro afirma que, se for reeleito, vai trabalhar para estender o acesso a serviços básicos de saúde, a partir do entendimento de que “a família é a base da sociedade”. Segundo o presidente, é preciso ter como foco a atenção primária em saúde.

O plano de governo cita os programas “Estratégia da Saúde da Família”, “Rede de Atenção Materna e Infantil” (RAMI), “Programa Médicos pelo Brasil”, o “Programa de Saúde Bucal” e o “Conecte SUS” como exemplos em que o investimento do governo deu certo e deve continuar.

O documento também defende a necessidade de adequar serviços ao envelhecimento populacional e incentivar a realização de atividades físicas e a alimentação saudável.

Ciro Gomes (PDT)

O ex-ministro Ciro Gomes intitula seu plano de governo como Projeto Nacional de Desenvolvimento (PND) e diz ser essencial retomar o crescimento de forma economicamente sustentável, com a geração de empregos e a garantia da estabilidade de preços.

O pedetista pretende retomar obras de infraestrutura logística e social, na intenção de estimular o setor privado a investir no país e recuperar a capacidade do setor público de financiar políticas públicas. Para financiar esse projeto desenvolvimentista e, ainda assim, manter o equilíbrio fiscal, Ciro defende uma ampla reforma tributária e fiscal.

Economia

Com o objetivo de aumentar a receita do estado, o pedetista quer reduzir subsídios e incentivos a empresas privadas, recriar impostos sobre lucros e dividendos, adotar o princípio do orçamento base zero e a taxação de grandes fortunas (0,5% para patrimônios acima de 20 milhões).

O ex-ministro propõe uma menor tributação sobre o consumo, aliada ao aumento dos impostos sobre renda. Ele ainda defende uma reforma da previdência baseada em três pilares: renda básica garantida, uma parte da renda baseada no regime de repartição, e outra parcela no de capitalização.

Ciro pretende estimular o setor produtivo, com ênfase nas indústrias do agronegócio; do petróleo, gás e derivados; saúde; e defesa. Neste sentido, o candidato quer que o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) seja o grande financiador e estruturador de projetos.

Meio ambiente

O pedetista entende que é necessário envolver as populações locais das florestas em atividades econômicas que sejam viáveis e sustentáveis a elas, mas que excluam o desmatamento. Ele defende a criação de zonas econômicas e ecológicas no país e uma estratégia de desenvolvimento regional com maior segurança fundiária.

Combate às desigualdades sociais

Para combater a fome e a miséria, o ex-ministro propõe a implementação do programa de renda mínima universal e o acompanhamento das famílias em situação de vulnerabilidade por centros de referência de assistência social. Ciro também cita o refinanciamento das dívidas das famílias e um plano de universalização do saneamento básico e da água potável até 2030.

Segurança pública

No programa, Ciro diz que o crime organizado deve ser combatido por meio de investigações das operações financeiras e de lavagem de dinheiro. Ciro pretende redesenhar a política de drogas, partindo de uma abordagem de redução de riscos e danos, e aprimorar a gestão prisional visando a ressocialização da população carcerária.

Saúde

No âmbito da saúde, o plano de governo do pedetista cita a “reconstrução” do SUS, com o foco na modernização da atenção primária, a transformação de policlínicas em centros de referência especializados para consultas e exames, e a integração dos centros de referência especializados ao atendimento prévio das policlínicas através de um registro eletrônico de saúde. O plano também prevê a retomada da produção de medicamentos que atualmente são importados e a valorização da classe médica.

Simone Tebet (MDB)

A assessoria da senadora Simone Tebet disse que a candidata ainda não tem um plano de governo. O prazo para apresentação ao TSE termina em 15 de agosto.

Felipe d’Avila (Novo)

Nomeado “Um Novo Brasil Para Todos”, o plano de Felipe d’Avila (Novo) estabelece dois pilares principais: valorizar os “talentos e riquezas naturais” no Brasil e conectar o país à “nova era econômica”.

O presidenciável define seu plano como “transversal” e aponta que todas as suas propostas convergem para um mesmo objetivo: fazer do Brasil a maior potência mundial da nova economia.

Ele destaca, porém, que este novo modelo se baseia no respeito ao meio ambiente e na redução das emissões de carbono.

Economia

As propostas de d’Ávila para a Economia têm como pilar a “abertura total”. A ideia seria reduzir as proteções “tarifárias e não tarifárias” a qualquer tipo de bem.

Outro pilar citado no documento é a atração de investimentos estrangeiros. Para isso, o presidenciável propõe a simplificação do código tributário, que — segundo o plano — é “complexo demais”.

Também a fim de atrair capital externo, o programa diz ser necessária a adoção de leis trabalhistas “atuais” e “flexíveis”, que permitam adaptar os contratos a uma sociedade mais moderna.

Já para o mercado interno, a ideia é estimular a competitividade das indústrias brasileiras, por meio da concentração de investimentos em infraestrutura, do incentivo à concorrência e da privatização de empresas que estão sob controle estatal.

Meio ambiente

O plano do candidato do Novo diz ser “consenso” que o planeta precisa reduzir suas emissões de carbono. Segundo o presidenciável, o Brasil “tem condições” de ser líder neste processo.

D’Ávila aponta que, sob seu governo, o Brasil buscaria se tornar um país “carbono zero”.

Outro objetivo é preservar a Amazônia e demais biomas, a fim de garantir emprego e renda a populações que vivem nessas regiões. “Manter a floresta em pé, além de ser vital para o ambiente, será mais lucrativo do que derrubar as árvores”, diz o programa.

Combate à pobreza

Na introdução de suas propostas no combate à pobreza, o candidato menciona países como Canadá e Nova Zelândia, que apresentam bons resultados na área. Com base na experiência internacional, diz que o primeiro passo para o Brasil é a “criação de legislações específicas e estabelecimento de metas”.

Uma das maiores preocupações do plano é a redução da pobreza infantil — definida como “a forma de pobreza mais danosa pelo seu impacto de longo prazo”.

Segurança pública

Entre as propostas para a área estão: realizar ações contra o crime organizado, dar autonomia à Polícia Federal, garantir a prisão em segunda instância, endurecer a execução penal e controlar armas e munições.

D’Ávila diz que irá promover articulação das forças de segurança. Com isso, fomentaria a integração entre os sistemas de inteligência e informação das polícias e de outros órgãos que atuam no setor.

O candidato também defende a reconstrução da capacidade regulatória do sistema de controle das armas de fogo.

Saúde

O programa estabelece que “o caminho para a melhoria da Saúde no Brasil passa obrigatoriamente por um fortalecimento e reestruturação do SUS”. D’Ávila afirma, porém, que o sistema não precisa ser estatizado e que há espaço para a mobilização da sociedade civil.

Entre as propostas estão a digitalização do sistema, o fortalecimento da telemedicina, bem como da atenção primária, e a qualificação profissional.

Soraya Thronicke (União Brasil)

A senadora Soraya Thronicke ainda não divulgou seu plano de governo. O prazo para apresentação ao TSE termina em 15 de agosto. A CNN entrou em contato com a assessoria da candidata, mas ainda não obteve retorno.

Sofia Manzano (PCB)

A professora e economista Sofia Manzano define seu plano de governo como um programa “anticapitalista e anti-imperialista”. O projeto prevê que o Estado tenha maior controle sobre a Economia e promova grandes investimentos sociais.

Manzano propõe a redução da jornada de trabalho para 30 horas para combater o desemprego. Além disso, defende o fim do Senado e a criação de um Parlamento Unicameral. Outra proposta é a elaboração de uma nova Constituição por meio de uma Assembleia Constituinte de Novo Tipo, “com uma representação que corresponda à maioria social do país e às organizações de massas dos trabalhadores”.

Economia

Manzano defende revogar o que chama de “contrarreformas neoliberais”, o que incluiria as reformas da previdência e trabalhista, a implementação do teto de gastos, a autonomia do Banco Central e privatizações. A professora afirma querer reestatizar empresas como a Vale, a Embraer e a Eletrobras.

O programa de Manzano também prevê o controle público do sistema monetário e financeiro e a estatização de instituições financeiras. Se eleita, a candidata ainda quer reduzir a tributação sobre o consumo e a cobrança progressiva de impostos e taxar lucros, dividendos, grandes fortunas e heranças.

Meio ambiente

Manzano propõe a recuperação de florestas devastadas e a revitalização de rios, lagos e nascentes por meio de um programa de recuperação das matas ciliares. O projeto aponta para a redução da atividade pecuária e a expansão das reservas florestais.

Combate às desigualdades sociais

O plano da candidata prevê a criação da “Lei de Responsabilidade Social”, assegurando recursos para programas sociais. Além disso, cita a criação de uma rede de restaurantes e mercados populares para reduzir de forma emergencial a fome e os preços dos alimentos.

Segurança pública

Manzano pretende pôr fim ao que classifica como política de “guerra às drogas”, com a descriminalização do uso de drogas. Também prevê a desmilitarização completa da segurança pública, a revogação da lei antiterrorismo e a adoção de medidas contra o encarceramento em massa.

Saúde

Manzano pretende investir 10% do PIB na Saúde. Ela também quer estatizar todas as empresas privadas do setor. “Só uma saúde 100% pública pode colocar a vida acima dos lucros”, justifica. A candidata também defende a legalização do aborto, com garantia deatendimento na rede pública de saúde.

Leonardo Péricles (UP)

O plano de governo do candidato Leonardo Péricles defende o fortalecimento do Estado como um caminho para a redução do capital privado nas mais diversas frentes da sociedade, como a economia, a educação, a saúde e os meios de comunicação. Entre as propostas, consta a obrigatoriedade de uso de educação e saúde pública para todos os governantes e legisladores.

Caso eleito, Péricles pretende criar uma “constituinte popular” e sugere uma ruptura com o atual modelo econômico. Assim como Manzano, ele também quer reduzir a jornada de trabalho para 30h semanais.

Economia

Péricles pretende suspender imediatamente o pagamento de juros e amortização da dívida pública. Além disso, quer revogar o teto de gastos, a reforma trabalhista e a reforma da previdência. O candidato do UP pretende nacionalizar o sistema bancário, anular acordos de dívidas do país com investidores estrangeiros e reestatizar empresas.

Ele pretende promover uma reforma tributária baseada na taxação de grandes fortunas e aposta em obras de infraestrutura para gerar empregos.

Meio Ambiente

O plano de governo do UP prevê a realização de um programa de transição das matrizes energéticas e de extração de matérias primas que “respeite a conservação da natureza e evite catástrofes ambientais”. Além disso, pretende aumentar a fiscalização de atividades com impacto ambiental.

Combate às desigualdades sociais

Péricles diz que, caso eleito, vai garantir o auxílio emergencial de um salário mínimo e criar frentes emergenciais de trabalho em bairros pobres e no interior. O candidato também sugere a criação de um Programa Nacional de Soberania Alimentar da família na Escola, com entrega de cestas básicas com produtos da agricultura familiar a famílias de alunos.

Segurança pública

O plano de governo prevê o fim da polícia militar, aliado à melhoria do aparato de inteligência para combater o crime organizado. Além disso, cita a participação popular nas polícias estaduais e o resgate do lema “proteger e servir”.

Saúde

O candidato do União Popular prevê investimentos na saúde pública e o reforço do SUS. Marçal quer ainda controlar aumentos “abusivos” do setor privado de saúde, principalmente nos planos privados. Ele também defende a legalização do aborto “na ótica da saúde pública”.

José Maria Eymael (DC)

José Maria Eymael ainda não apresentou seu plano de governo. O prazo para apresentação ao TSE termina em 15 de agosto. A CNN entrou em contato com a assessoria do candidato e aguarda retorno.

Pablo Marçal (Pros)

Inspirando em Juscelino Kubitschek – que tinha como lema “cinquenta anos em cinco”, em um processo de industrialização do país – Pablo Marçal diz que, se for eleito, promoverá “40 anos de crescimento em 4 de governo”.

O candidato sugere uma nova visão sobre o papel do estado na sociedade e na mentalidade dos cidadãos que o compõem. Ele “batiza” essa “nova forma de pensar” de “governalismo”.

O “governalismo”, segundo Marçal, possui três pilares: a “virtualização”, com a implementação de novas tecnologias em vários processos do governo e da sociedade; a “empresarização”, com o incentivo à cultura do empreendedorismo; e a “mudança de mentalidade”, com a implementação de “princípios nacionais”.

Economia

Marçal defende a desburocratização e a desoneração das forças produtivas a partir da implementação de reformas tributárias e trabalhistas. Objetivo é reduzir a carga fiscal sem ameaçar garantias dos trabalhadores.

O seu plano de governo prevê a promoção da cultura empreendedora para “alavancar” a economia do país e garante a manutenção do tripé econômico formado por câmbio flutuante, responsabilidade fiscal e metas para conter a inflação. Ele também sugere grandes investimentos públicos em infraestrutura de tecnologia.

O candidato do Pros não cita a política de teto de gastos, a reforma da previdência ou privatizações. Também não aborda o entendimento de seu eventual governo sobre a Petrobras, principal empresa do país, e outras estatais.

Meio ambiente

Sem dar maiores detalhes, Marçal defende que o Brasil deve aproveitar suas condições climáticas para desenvolver pólos de produção de energia limpa, como eólica e solar. O candidato diz que pretende “incentivar e controlar a extração de madeira e minérios”.

Combate à pobreza

Em relação ao combate à pobreza, o presidenciável defende projetos voltados a grupos específicos. Um dos programas seria o “Auxílio Financeiro para Mulheres”, que tem como compromisso prover ajuda financeira a mulheres com crianças em situação de vulnerabilidade.

Outro programa funcionaria a partir de “vouchers de hospedagem para aposentados de baixa renda”. “Objetivamos, com isso, promover o desfrute do lazer e incentivar o crescimento da rede hoteleira brasileira, com o preenchimento das vagas ociosas em períodos de baixa e média temporadas”, explica.

Segurança pública

O candidato do Pros afirma que, sob seu governo, seriam adotados projetos contra crimes violentos, como homicídio e feminicídio, e tráfico de drogas.

Entre as iniciativas de Marçal para a área está também a expansão do sistema de Parcerias Público-Privadas. Ele visa criar meios para que o Estado, instituições de ensino e o setor privado possam financiar projetos de desenvolvimento de tecnologias para o combate à criminalidade.

Saúde

Marçal propõe a criação do programa “Pró-Saúde”, que teria o objetivo de conferir maior eficiência à rede de saúde pública. “Implantaremos um sistema informatizado para marcação de exames e atendimentos de baixa e média complexidade com a telemedicina”, diz o plano de governo.

Além disso, o candidato defende a criação de polos tecnológicos de saúde regionais. Os estabelecimentos eliminariam a necessidade de deslocamentos para os grandes centros, e contribuiriam para a aceleração do desenvolvimento regional.

Vera Lúcia (PSTU)

O plano de governo da candidata de Vera Lúcia é baseado na implementação de um regime socialista dirigido por trabalhadores. Isso ocorreria através da reforma agrária e de um amplo processo de estatização.

Com esse objetivo, a presidenciável defende a mobilização coletiva dos trabalhadores e um programa de ruptura com o capitalismo.

O programa é centrado em cinco propostas: o combate imediato à fome e a miséria; a defesa da soberania; o combate a todas as formas de opressões; a defesa do meio ambiente; e o ataque às propriedades das grandes empresas.

Economia

Uma das principais propostas da candidata para economia é duplicar o salário mínimo. O objetivo é alcançar o rendimento sugerido por estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), de R$ 6.388,00.

O plano também defende o fim imediato da precarização do trabalho. Para isso, todos os empregados devem ter carteira assinada, estabilidade, direito a férias, décimo terceiro e aposentadoria.

Para gerar empregos, a ideia é iniciar um grande plano de obras públicas, com construção de casas populares, saneamento básico, hospitais, escolas, creches, espaços culturais, estradas e metrôs.

Meio ambiente

Segundo Vera Lúcia, há necessidade de o Brasil estabelecer um plano de desenvolvimento econômico que considere a preservação do meio ambiente. Para isso, propõe “enfrentar as grandes empresas” que ameaçam os biomas brasileiros.

Entre as propostas estão: expropriar as madeireiras, prender garimpeiros ilegais e grileiros; fortalecer os órgãos ambientais, estabelecer normas para redução da emissão de carbono e utilizar fontes limpas de energia.

Combate à pobreza

A presidenciável defende que a única maneira de garantir “boas condições” aos brasileiros é assegurar serviços públicos gratuitos e de qualidade.

Dentre as diversas propostas, o programa propõe um “auxílio emergencial” de valor equivalente ao salário mínimo para todos os desempregados. A medida, segundo ela, é “transitória”, segundo a presidenciável, até o momento em que se atingirá o pleno emprego.

Segurança pública

Para a candidata do PSTU, “a violência urbana é um subproduto do desemprego, subemprego e da criminalização das drogas”. A solução, portanto, seria o pleno emprego, o fim da precarização do trabalho e aumentos salariais.

Outros dois pontos defendidos são a descriminalização das drogas e a criação de “outra polícia”, que tenha seus comandantes eleitos pela população.

Saúde

Ao comentar o tema, a presidenciável relembra que durante a pandemia o sistema de saúde brasileiro colapsou. Ela diz que, porém, os “ricos” não sofreram com falta leitos de UTI e remédios.

A fim de mudar o cenário, ela propõe a estatização da saúde, com a expropriação dos hospitais e grupos privados. Além disso, defende a quebra de todas as patentes — de vacinas, remédios e outras drogas.

Debate

As emissoras CNN e SBT, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal Terra e a rádio NovaBrasilFM formaram um pool para realizar o debate entre os candidatos à Presidência da República, que acontecerá no dia 24 de setembro.

O debate será transmitido ao vivo pela CNN na TV e por nossas plataformas digitais.

Crédito: Danilo Moliterno e Daniel Reis /CNN – @ disponível na internet 12/08/2022 (https://www.cnnbrasil.com.br/politica/conheca-os-planos-de-governo-dos-candidatos-a-presidencia/)

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