O que é economia verde e quais são suas características? Quais são os principais benefícios apontados pela OCDE

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Sustentabilidade, preservação ambiental e responsabilidade social são temas que preocupam cada vez mais não só as  empresas, como também os consumidores, trazendo à tona o conceito de economia verde.

Basicamente, a economia possui três pilares fundamentais para seu funcionamento: produção, distribuição e consumo. Quando esses pilares estão associados às preocupações de inclusão social, consumo consciente e preservação ambiental, dá-se o nome de economia verde. 

O que é economia verde?

Economia verde é um modelo econômico que visa a melhoria de indicadores sociais, da eficiência no uso de recursos naturais e a adesão de práticas de consumo consciente e baixa emissão de carbono.

O seu objetivo é promover o crescimento econômico ao mesmo tempo em que se combate a desigualdade social, os riscos ao meio ambiente e também a escassez ecológica. 

O conjunto de medidas e ações que buscam o desenvolvimento sustentável da economia em sua totalidade descreve o que é economia verde.

Onde surgiu o termo economia verde?

A definição de economia verde foi concebida a partir do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), no ano de 2008. Apesar disso, o termo passou a ganhar novos significados com o passar do tempo.

O termo “economia verde” veio para substituir o “ecodesenvolvimento”, palavra que era utilizada para descrever esse tema até aquele momento. Basicamente, a pretensão é suprir as necessidades e demandas da sociedade sem que se prejudique ou comprometa as gerações futuras.

Um conjunto de 50 empresas, agências e ONGs, chamada Green Economy Coalition, entrou em consenso que economia verde se refere a um processo econômico que busca pela resiliência e um desenvolvimento econômico mais justo, com o intuito de proteger os limites ecológicos e promover a equidade social.

Como funciona a economia verde?

A economia verde funciona como uma alternativa ao modelo econômico dominante atualmente. Mas para que isso seja possível de ser levado adiante, é necessário que a ideia conte com a participação das grandes economias mundiais.

Por conta disso, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) tem um setor específico que lida diretamente com a temática de “Crescimento Verde e Desenvolvimento Sustentável”, abordando assuntos como:

  • Energia Verde;
  • Transporte Verde;
  • Agricultura Sustentável.

A título de comparação entre os países, a OCDE também tem um indicador próprio, em que monitora a trajetória dos países nessa busca pela adesão à economia verde. 

Já que é um conceito que está diretamente ligado à própria economia dos países, a participação estatal nesse processo se torna necessária, sobretudo na implementação de regras e normas que incentivam as empresas e a própria sociedade a terem um olhar mais voltado no combate às desigualdades e à degradação ambiental.

A economia verde também está relacionada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda de 2030, sendo assim, é um tema de interesse entre os governantes dos países, fazendo com que a participação do Estado nesse quesito seja ainda mais importante.

Os principais objetivos da economia verde acabam coincidindo com os pilares da Agenda 2030, já que ambos buscam desenvolver energias renováveis e mais acessíveis, cidades sustentáveis, ações climáticas e a diminuição das desigualdades.

Quais são as características da economia verde?

Entre as principais características da economia verde e de qualquer projeto associado ao  tem, está a busca pela baixa emissão de carbono e outros gases que relacionados ao efeito estufa, assim como a redução de outros impactos climáticos.

Além da eficiência no uso de recursos naturais, a economia verde também busca a inclusão social, a reciclagem e reuso de bens e a utilização de energias renováveis e limpas. Uma característica dela é valorizar a biodiversidade dos ecossistemas, assim como aderir práticas sustentáveis na produção e na prestação de serviços.

Por fim, a economia verde também propõe a ideia de consumo consciente, universalizar o saneamento básico e ter uma maior preocupação com os recursos hídricos.

Quais são os benefícios da economia verde?

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apontou uma lista de quais são os principais benefícios da economia verde, o que implica na importância de sua aplicação. 

Entre as vantagens da economia verde está a possibilidade de um aumento na produtividade, trazendo uma diminuição dos desperdícios e no consumo energético, ao passo que gera maior eficácia no uso de recursos escassos da natureza.

Além disso, a economia verde e a busca por essa demanda acabam gerando novas oportunidades de emprego e trabalho, além de fomentar a criação de tecnologias e inovações.

Nos investimentos, a adoção de práticas de economia verde por parte de uma empresa acaba atraindo uma confiança maior por parte dos investidores. Do ponto de vista macroeconômico, essa ideia pode trazer mais previsibilidade e estabilidade, sobretudo nos preços.

Essa maior estabilidade é gerada por conta da menor volatilidade dos recursos e cotações, 

já que um dos intuitos da economia verde é evitar a escassez desses recursos ou até mesmo prevenir a queda de sua qualidade.

Do mesmo modo, uma vantagem da economia verde também é trazer soluções para prevenir os desequilíbrios em sistemas naturais que causem impactos negativos, abruptos e algumas vezes irreversíveis.

Economia verde e as empresas

Além do papel do Estado na implementação de uma economia “mais verde”, as empresas também têm muita relevância nesse processo. Isso porque as grandes companhias exercem uma enorme influência na sociedade, além de serem detentoras do capital.

As próprias empresas passaram a implementar a economia verde em seus negócios, já que além de auxiliar na retomada dos objetivos da Agenda 2030, essas pautas passaram a ser um diferencial competitivo.Segundo uma pesquisa recente feita pela McKinsey & Company, cerca de 85% da população brasileira se sente melhor quando consome produtos sustentáveis. 

Essa preocupação dos consumidores fez com que 96% do total das 250 maiores organizações do Brasil incluíssem informações referentes à sustentabilidade em seus relatórios, conforme apontou um levantamento da KPMG.

Assim, a adoção de práticas associadas à economia verde se tornou uma necessidade das empresas para que elas sigam competitivas. Isso porque, o perfil dos consumidores mudou (e esse caminho não tem volta).

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