Notícias do novo Governo

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Presidente Lula transmitiu o cargo ao vice-presidente, Geraldo Alckmin — @ Ricardo Stuckert/PR
  • Lula chega à Argentina em primeira viagem internacional desde que assumiu o novo mandato
  • Alckmin assume interinamente as funções de presidente
  • Lula e Fernández anunciam estudos para criar ‘moeda sul-americana comum’: a ‘sur’
  • Leniência em punir militares e recusa a dispensar homem de confiança de Bolsonaro levaram à queda de Arruda
  • Apesar de fala de Lula contra CPI, Soraya Thronicke diz à CNN que insistirá em investigação no Senado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou na noite deste domingo (22) em Buenos Aires, na Argentina, na sua primeira viagem internacional desde que assumiu o novo mandato. Ele estava acompanhado da primeira-dama, Janja Silva.

O avião presidencial decolou às 18h03, na Base Aérea de Brasília, e pousou na capital argentina às 21h13.

Os compromissos de Lula no país vizinho vão acontecer na segunda (23) e terça-feira (24). Segundo o Palácio do Planalto, as agendas previstas são:

  • oferenda de flores na Plaza San Martín;
  • reunião na Casa Rosada com o presidente da Argentina, Alberto Fernández;
  • encontro com empresários;
  • eventos culturais, como concerto musical com artistas argentinos e brasileiros no Centro Cultural Kirchner; e
  • participação na 7ª Cúpula de Chefas e Chefes de Estado da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

A participação de Lula na Celac será na terça-feira. Há a expectativa de encontros bilaterais com os países que solicitaram, mas essas agendas ainda estão em fase de confirmação.

As demais agendas acontecem na segunda-feira. Ainda na segunda, é esperada na Casa Rosada uma declaração à imprensa ao meio-dia e assinatura de acordos, após a reunião de Lula com Fernández.

Segundo o Planalto, a comitiva presidencial é formada por seis ministros:

  • Mauro Vieira (Relações Exteriores);
  • Fernando Haddad (Fazenda);
  • Nísia Trindade (Saúde);
  • Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência);
  • Luciana Santos (Ciência e Tecnologia); e
  • Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social).

Segundo o secretário das Américas, embaixador Michel Arslanian Neto, a escolha de um país da América do Sul para a primeira viagem internacional de Lula busca passar a mensagem de que o Brasil quer retomar os laços com a região.

Ainda segundo o Planalto, diversos temas serão tratados durante a visita, como integração energética, investimentos, meio ambiente, defesa e combate a ilícitos.

Crédito: Portal do G1 – @ disponível na internet 23/01/2023  


Alckmin assume interinamente as funções de presidente

Antes do embarque, o presidente Lula transmitiu a função de chefe do Executivo a Geraldo Alckmin.

O vice-presidente assume interinamente as funções de presidente assim que o avião com Lula cruzar a fronteira.

É a primeira vez que Alckmin vai assumir as funções de presidente da República. Ele fica inteirinamente na função até Lula retornar do Uruguai. 

Em uma rede social, Alckmin disse que “com orgulho e lealdade, assumo o governo, procurando honrar os compromissos de Lula com todos os brasileiros”.

Outras viagens

Na próxima quarta-feira (25), Lula segue em viagem oficial para o Uruguai, onde se encontra com o chefe do Executivo no país, Luis Alberto Lacalle Pou.

Em fevereiro, Lula deve ir para os Estados Unidos. Em março, o presidente deve viajar para a China.

Crédito: Portal do G1 – @ disponível na internet 23/01/2023


Lula e Fernández anunciam estudos para criar ‘moeda sul-americana comum’: a ‘sur’

Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Argentina, Alberto Fernández, querem criar uma moeda comum sul-americana para transações tanto comerciais quanto financeiras. Ambos assinaram um artigo no jornal argentino Perfil com o anúncio da medida, à véspera do primeiro encontro bilateral entre presidentes dos dois países em mais de três anos.

“Pretendemos quebrar as barreiras em nossas trocas, simplificar e modernizar as regras e incentivar o uso de moedas locais. Também decidimos avançar nas discussões sobre uma moeda sul-americana comum que possa ser usada tanto para fluxos financeiros quanto comerciais, reduzindo custos operacionais e nossa vulnerabilidade externa”, escreveram Lula e Fernandez. 

O objetivo inicial não é fazer com que os países deixem de usar suas próprias moedas – o real os peso argentino -, mas sim formatar uma moeda comum para as transações comerciais entre eles, sem depender do dólar. A ideia também difere da criação de uma moeda única, como o euro, moeda oficial dos países-membros da União Europeia.

No ano passado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e seu secretário-executivo, Gabriel Galípolo, escreveram um artigo propondo o uso de uma moeda comum no comércio sul-americano para impulsionar a integração na região e fortalecer a soberania monetária dos países do continente. O instrumento único para transações no bloco não é uma ideia nova e já foi defendida inclusive pelo ex-ministro da Economia Paulo Guedes.

Como mostrou o Estadão em maio, a moeda comum proposta por Haddad e Galípolo seria utilizada para fluxos comerciais e financeiros entre os mercados da região e teria um câmbio flutuante entre as moedas dos países – que poderiam adotá-la ou não domesticamente. A estratégia por trás de sua criação é a de “acelerar o processo de integração regional, constituindo um poderoso instrumento de coordenação política e econômica para os povos sul-americanos”, diz o artigo de ambos.

A criação de uma moeda comum na América Latina é vista com ceticismo por especialistas. Ainda que a adoção de uma política monetária unificada em diferentes países possa resultar em uma maior eficiência, aumentando o potencial de crescimento dos mercado envolvidos, colocar uma medida dessas seria muito difícil dadas as discrepâncias econômicas entre países como Brasil e Argentina.

Haddad chegou a se reunir com o embaixador da Argentina, Daniel Scioli, para discutir o tema e se irritou no início do mês quando foi questionado por jornalista a respeito da nova moeda. “Não existe proposta de moeda única do Mercosul, vai se informar primeiro”, disse.

Apesar de ser um diário pouco conhecido no Brasil, o artigo publicado no Perfil repercutiu nos grandes jornais argentinos, como o Clarin. O britânico Financial Times também deu espaço hoje para a criação da moeda comum. Segundo reportagem do Financial Times, o movimento pode eventualmente criar a segunda maior moeda de um bloco econômico do mundo. O ministro da economia argentino, Sergio Massa, afirmou ao veículo inglês que serão estudados os parâmetros necessários para uma moeda comum, mas que é o primeiro passo de um longo caminho a trilhar. De acordo com o jornal, o Brasil sugere que o nome dado à nova moeda seja chamada de “sur”.

Segundo o Clarin, a ideia de que Argentina e Brasil tenham uma moeda em comum para trocas comerciais transcendeu as rachaduras políticas entre os países. “Lula da Silva a propôs assim que foi eleito para seu primeiro mandato, em 2002, a ideia foi retomada anos depois pelos governos de Jair Bolsonaro e Mauricio Macri, e agora Lula e Alberto Fernández sonham com ela”, lembrou o jornal argentino.

A Argentina é o terceiro país que mais comprou produtos brasileiros em 2022. No ano, o saldo da balança comercial com os argentinos ficou positivo em US$ 2,2 bilhões, com o aumento de quase 30% nas exportações na comparação com o ano anterior.

No artigo, os dois presidentes também condenam todas as formas de extremismo antidemocrático e violência política, numa clara referência aos atentados, de duas semanas atrás em Brasília, contra as sedes dos três poderes da República. “Os laços entre Argentina e Brasil se sustentam na consolidação da paz e da democracia. Queremos democracia para sempre. Ditadura nunca mais.”

Crédito: Talita Nascimento e Eduardo Laguna / O Estado de São Paulo – @ disponível na internet 23/01/2023


Leniência em punir militares e recusa a dispensar homem de confiança de Bolsonaro levaram à queda de Arruda

A demissão do comandante do Exército, Júlio César de Arruda, foi motivada, especialmente, por dois episódios, segundo relatos feitos à CNN: a leniência do general em punir militares que participaram dos atos criminosos em Brasília no último dia 8 e sua recusa em cumprir a determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para remover o tenente-coronel Mauro Cid, homem confiança do ex-presidente Jair Bolsonaro, do comando de um dos batalhões do Exército em Goiânia.

À CNN, autoridades que acompanharam de perto a decisão do governo de substituir Arruda disseram que o então comandante do Exército não vinha demonstrando disposição em controlar as tropas. Os sinais emitidos pelo general, segundo relatos, passaram a preocupar o governo diante da possibilidade de prisões de militares que participaram —direta e indiretamente— das invasões às sedes dos três Poderes, em Brasília.

A avaliação foi a de que a eventual detenção de militares e a chamada leniência de Arruda em relação à punição poderia provocar o que foi classificado como “caos” nas tropas.

De acordo com relatos feitos à CNN, Arruda vinha demonstrando pretensão de manter Cid, que foi ajudante de ordens de Bolsonaro durante todo o seu mandato, no posto em Goiás. A insistência do general passou a preocupar o governo. Cid é investigado por Alexandre de Moraes num inquérito que corre no Supremo Tribunal Federal (STF).

Crédito: Thais Arbex/CNN – @ disponível na internet 23/01/2023


Apesar de fala de Lula contra CPI, Soraya Thronicke diz à CNN que insistirá em investigação no Senado

Apesar de o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ter se posicionado contra a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os atos criminosos de 8 de janeiro em Brasília, a senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS) afirmou à CNN que pretende insistir em uma investigação no Senado sobre o caso.

Soraya é autora de pedido de CPI para apurar quem são os políticos e os financiadores por trás dos atos de violência, além de apurar eventuais omissões cometidas por administradores públicos federais, estaduais e municipais no controle da segurança em 7 e 8 de janeiro.

“Entendo o lado dele [de Lula] de tentar apaziguar e tentar administrar da forma mais pacífica possível esse momento, que é conturbado. […] Porém, não abrimos mão de fazer a nossa parte. Por que? Queremos estar totalmente por dentro desses acontecimentos e não vamos investigar essas pessoas que já estão presas, os autores diretos”, declarou.

A seu ver, apesar das investigações já em curso por órgãos federais, uma CPI caminha de forma concomitante e o dever dos senadores de investigar não suprime o trabalho das demais autoridades.

Em sua avaliação, apesar das falas de Lula, os petistas no Senado não devem desistir da CPI. Ala de opositores a Lula têm defendido que integrantes do atual governo também sejam ouvidos e investigados para apurar eventuais omissões da administração federal.

Soraya defende uma CPI “séria, célere e imparcial”. “Não vou recuar em nenhuma hipótese. Porque ela tem objeto determinado e o número de assinaturas. Não há por que recuar. E é [sobre] um fato muito pesado, muito sério, gravíssimo.”

Até o momento, segundo a assessoria de Soraya, o requerimento conta com o apoio de 33 senadores que estarão na Casa na próxima legislatura, a partir de 1º de fevereiro. O mínimo necessário é de 27 assinaturas. Ao todo, são 45 senadores em exercício que apoiam a abertura da comissão.

Soraya disse à reportagem que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), lhe assegurou que vai manter o compromisso de ler o requerimento da CPI em plenário, passo necessário para sua instalação, caso seja reeleito à presidência do Senado.

A CNN apurou que Pacheco realmente reforçou esse posicionamento favorável a Soraya e a outros senadores envolvidos no assunto. Ele fez a ressalva de que isso só será feito se os requisitos mínimos forem atingidos, como fato determinado, número mínimo de assinaturas e orçamento disponível. Em princípio, o pedido de Soraya atende aos três pontos.

A interlocutores, porém, Pacheco avalia que a abertura de uma CPI no início do governo Lula pode prejudicar o andamento da pauta econômica e outras prioridades da gestão petista.

A reportagem apurou que Soraya pretende ser presidente da CPI, se for instalada. É usual no Senado que o autor do pedido coordene os trabalhos. A relatoria poderia ficar com Alessandro Vieira (PSDB-SE), Renan Calheiros (MDB-AL), Fabiano Contarato (PT-ES) e até Rodrigo Pacheco, se este não se reeleger à presidência do Senado, por exemplo.

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