Governo confirma proposta de 9% de reajuste a servidores federais

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A nova proposta de reajuste salarial apresentada pelo governo federal aos servidores do Executivo desagradou a diversas categorias, que deixaram a reunião da mesa permanente de negociação para reclamar da oferta. O governo ofereceu um reajuste de 8,4% a partir de abril (com efeito na folha de maio) e mantendo o acréscimo de R$ 200 no vale-alimentação.

Para os servidores, a proposta piora a primeira oferta feita em fevereiro, na abertura da negociação. Segundo Rudinei Marques, presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Tipicas do Estado (Fonacate), a sinalização de Sérgio Mendonça, secretário de Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho do Ministério da Gestão, provocou uma “frustração total”.

― O secretário recuou da primeira proposta, que havia sido apresentada na reunião de 16 de fevereiro, que previa 7,8% de reajuste em março. Março já passou e não dá mais para aplicar esse reajuste. Mas ele também falou de aumento de 8,5% a partir de abril e 9% a partir de maio. E agora o governo apresenta 8,4% de reajuste a partir de abril? A insatisfação foi generalizada ― disse.

Os servidores consideram que esse recuo em relação a proposta inicial, além de gerar um incômodo, sinaliza que o governo não gastará todo o recurso de R$ 11,2 bilhões previstos para salários do funcionalismo. Os sindicatos, que já haviam apresentado uma contraproposta de 13,5%, já anunciaram que vão se reunir para discutir um novo pedido de reajuste ao Executivo.

O funcionalismo também está insatisfeito porque, além da demanda coletiva pelo reajuste, várias carreiras pleiteiam pedidos específicos.

― Apesar dessa contraproposta de hoje, acreditamos que podemos avançar no sentido de conquistarmos a tão sonhada reestruturação da nossa carreira e entendemos que essa etapa coletiva é um termômetro das negociações, mas não define o que podemos alcançar na rodada setorial ― avalia Janus Pablo de Macedo, presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (ANFFA).

Em discussão

A primeira proposta do governo aos servidores previa um reajuste salarial linear de 7,8% para todos os servidores do Executivo, que valeria a partir de 1º de março, e um aumento de R$ 200 no vale-alimentação, que subiria de R$ 458 para R$ 658. Interlocutores do Ministério da Gestão dizem que técnicos já estudavam a possibilidade de elevar o reajuste para 9% e o espaço para conceder mais aumentos em benefícios, como o auxílio-creche.

Os sindicatos que representam os servidores rechaçaram a oferta e ofereceram contra-proposta subindo para 13,5% o reajuste salarial e pediram esforço do governo para equiparação dos benefícios com os demais poderes até 2026.

O governo tem disponível R$ 11,2 bilhões para a correção salarial dos servidores – esse é o montante incluído no Orçamento deste ano após a aprovação da “PEC da Transição”.

O governo Bolsonaro não concedeu nenhum reajuste aos servidores. As carreiras da base do funcionalismo federal estão com os salários congelados desde 2017. Já as carreiras de Estado tiveram o último reajuste em 2019 – mas que fazia parte de um acordo escalonado, fechado antes de Bolsonaro assumir o poder.

Crédito:  Fernanda Trisotto / O Globo – @ disponível na internet 10/03/2023


Servidores se aproximam de acordo para reajuste salarial de 9% 

A terceira rodada da Mesa Nacional de Negociação Permanente entre governo federal, sindicatos e entidades representantes dos servidores públicos, realizada na tarde desta sexta-feira (10/3), caminhou para um acordo sobre o reajuste dos servidores. Conforme antecipou o Correio, o governo apresentou uma nova proposta de aumento salarial de 9% a partir de maio e acréscimo de R$ 200 no auxílio-alimentação.

O governo inicialmente apresentou uma proposta de 7,8%, considerada insatisfatória pelos servidores, que pediam 13,5%. “Na reunião de hoje o governo disse que não poderia nos atender completamente, avançou até 8,4% em um primeiro momento, nós tencionamos e conseguimos elevar esse percentual a 9% a partir de maio, mais o auxílio alimentação que vai de R$ 458 para R$ 658”, disse o presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, após a reunião.

O teto do aumento era de 9%, levando em consideração os R$ 11,6 bilhões já previstos no Orçamento deste ano para reajuste salarial de funcionários do Executivo. Os servidores estão com os salários congelados desde 2016 e as perdas acumuladas pela inflação já acumulam 35%, de acordo com a entidade.

A proposta, que será encaminhada formalmente na próxima segunda-feira (13/3), deve ser submetida agora a votação pelas bases sindicais. “Estamos tentando ainda colocar no termo de acordo pautas não financeiras e o governo então na segunda-feira vai nos encaminhar a formalização dessa proposta para que então possamos levar para as nossas bases referendarem ou não o que será proposto pelo governo”, declarou o presidente da Fonacate.

“Nós entendemos que fizemos o possível, estendemos a corda até o limite e agora fica com a base a deliberação sobre aprovar ou não os 9% propostos pelo governo federal, mais 43% no auxílio alimentação a partir de maio”, finalizou Marques.

Procurado, o Ministério da Gestão e Inovação, responsável pela negociação com o funcionalismo federal, ainda não deu retorno. 

Crédito: Rafaela Gonçalves / Correio Braziliense  – @ disponível na internet 10/03/2023

30 Comentários

  1. 9% de um salário de fome é quase nada. Resistência de R$200 no auxílio alimentação que o pobre do aposentado não usufrui é piada de mal gosto. Por que esse reajuste de R$200 não se ajusta ao per capita já que um plano de saúde tem valor exorbitante e os aposentados pagam muito mais devido a sua idade?

  2. AUMENTO PARA ABRIL, NÃO MAIO, JÁ PERDEMOS MUITO TEMPO E É EMERGÊNCIAL, PRECISAMOS DESTE AUMENTO PARA ONTEM. RECEBER EM JUNHO E MUITO TEMPO.

  3. Entra governo sai governo são seis anos sem reajuste sabemos que não darão as perdas esse 9% Não representa nada cadê o Lula numa hora desta some isso é uma vergonha

  4. Concordo com essa ideia…do contrário vamos ficar mais tempo sem aumento…e a inflação aqui fora não perdoa….pegamos 9%…depois ano a ano vamos atrás dos 35% ou mais…

  5. Aceitar os 9% e negociarem os aumentos até que chegue às perdas que tivemos, mas num curto período .E que o Ministério da Saúde contribua com maior valor no plano de saúde da GEAP e diminua nossa contribuição .

  6. Governo federal poderia da aumento para servidor federal aposentado maior porque eles não pegou vale alimentação e aumento pode ser maior

  7. O governo Lula está apenas começando, acho que 9% já diminui um pouquinho nossas perdas, porém não podemos acomodar, nossos representantes tem de manter negociação diuturnamente pra garantir ganhos futuros.

    • Concordo com essa ideia…do contrário vamos ficar mais tempo sem aumento…e a inflação aqui fora não perdoa….pegamos 9%…depois ano a ano vamos atrás dos 35% ou mais…

    • SUGESTÃO
      ALÉM DO AUMENTO LINEAR PARA TODOS E R$ 200,00 NO VA PARA OS ATIVOS, PORQUE NÃO DAR AOS APOSENTADOS OS 200 A TÍTULO DE GRATIFICAÇÃO?

    • O governo federal precisa urgentemente verificar a situação dos militares das Forças Armadas e pensionistas.
      Estamos abandonado por todos.
      O governo anterior só beneficiou os militares de alta patente.
      Bolsonaro largou tudo nas mãos dos estrelados. (Generais).
      Somos obrigados à recorrer aos empréstimos consignados.
      Estou endividado na POUPEX.

  8. Só pra quem não lembra, Bolsonaro tinha deixado reservado um reajuste de 100% no vale alimentação além do reajuste salarial. Ou seja, o vale alimentação iria para 900 e pouco. Os pelegos e a imprensa não falam nada sobre isso.

  9. Desse jeito essa porra dessa negociação não termina e a gente fica com esse salário vergonhoso, com vale coxinha que não paga nem almoço no come em pé em Brasília. Vtnc sindicalistas e governo.

  10. É o plano de saúde, seria muito importante aumentar a participação do governo. Tenho visto muitos idoso cancelando plano,pois não está conseguindo pagar.

    • Boa tarde, o Plano de saúde, é de grande importância para o servidor, é vergonhoso o valor que recebemos.
      Que seja feita uma correção no valor dessa per capita para Rs800,00 só assim, o Servidor Federal, ganha dignidade para resguardar a sua saúde e de seus familiares.

  11. PESSOAL, EM MINHA OPINIÃO, ESSE MONTE DE PELEGOS ESTÁ , MUITO MALANDRAMENTE, FAZENDO O JOGO DO GOVERNO.
    DE MANEIRA A PARECEREM GRADES LUTADORES PELA CAUSA, VÃO CRIANDO OBJEÇÕES, E ATRASANDO O MÁXIMO POSSÍVEL A ENTRADA EM VIGOR DO REAJUSTE. É ISSO QUE O GOVERNO QUER. ATRASAR PARA GASTAR MENOS ESSE ANO.

    • Pelego é vc ignorante pois estamos a sete anos sem 1 centavo de reajuste e o Boso que deveria reservar um valor mais elevado para o reajuste dos servidores não fez isso

  12. Ninguém gosta de pagar, somente receber. O governo que trabalha com dinheiro não é diferente. O ideal é juntar todos os poderes em um só. Os salários seriam iguais. ( Até parece)

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