Brasil no Fórum Internacional B20

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  • Alckmin: Brasil pode fazer a diferença na segurança alimentar do Planeta

  • “Relação entre comércio e desenvolvimento sustentável veio para ficar”

Alckmin: Brasil pode fazer a diferença na segurança alimentar do Planeta

Em discurso feito em evento do B20, vice-presidente destacou o papel do país na produção de proteína e de energia limpa
 

O papel do Brasil na segurança alimentar do Planeta foi destacado nesta segunda-feira (29/01) pelo vice-presidente e ministro, Geraldo Alckmin, durante o lançamento do Business 20 (B20 Brasil), grupo empresarial ligado ao G20, principal fórum de cooperação econômica internacional. O evento foi realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

No discurso feito para os empresários brasileiros e estrangeiros, Alckmin ressaltou o fato de o Brasil ocupar a presidência do G20 desde dezembro do ano passado, período em que o mundo atravessa dificuldades pós-pandemia, com retração das atividades econômicas, problemas inflacionários e guerras. “O Brasil pode fazer toda a diferença neste momento nos três temas de hoje: preocupação planetária, segurança alimentar e clima”, afirmou o vice-presidente. “Nós somos o campeão da produção de proteína animal e vegetal, temos energia mais limpa do planeta, temos uma enorme contribuição a dar na descarbonização”, acrescentou.

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O grupo B20 Brasil reúne 900 representantes do setor industrial e tem por objetivo propor ao G20 políticas nas áreas de comércio, investimento, emprego, educação, transformação digital, transição energética, clima, finanças, infraestrutura, integridade, compliance, sistemas alimentares sustentáveis, agricultura, mulheres, diversidade e inclusão nos negócios. Desde o final do ano passado, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) exerce a presidência do grupo.

O G20 é formado por ministros das finanças e presidentes dos bancos centrais das principais economias do mundo, União Europeia, União Africana e países emergentes. O mandato do Brasil na presidência do fórum termina em novembro de 2024.

Presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante reforçou a importância do Brasil na segurança alimentar e na pauta global da descarbonização e lembrou o protagonismo do Brasil na produção de açúcar, café, suco de laranja, carne bovina, carne de frango, milho, soja e algodão. “Em um momento histórico de grandes desafios, nós precisamos ter uma agricultura cada vez mais com baixo carbono, porque 74% das emissões do Brasil vêm da terra, 24% da produção da água pecuária e metade do desmatamento”, disse Mercadante.

Na mesma direção, o presidente da CNI, Ricardo Alban, elogiou a Nova Indústria Brasil (NIB), nome da política industrial lançada no dia 22 de janeiro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Vamos catapultar ainda mais esse novo plano para revigorar a nossa indústria no país”, afirmou Alban. “Não existe economia forte sem indústria forte, e todos os países, como Estados Unidos, Coreia do Sul, Alemanha e China estão revisitando suas cadeias de valor”, completou o presidente da CNI.

Da abertura do evento, também participaram o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e o presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira.

Fórum Econômico Mundial

Ainda no Rio de Janeiro, o vice-presidente se reuniu com o presidente do Fórum Econômico Mundial, Borge Brende, que participa do encontro do B20. O representante do fórum manifestou preocupação com os possíveis impactos que uma eventual escalada no conflito no Oriente Médio poderia ter sobre o comércio exterior, incluindo o Brasil e países vizinhos.

Na ocasião, o vice-presidente reforçou o compromisso do governo federal de proporcionar um ambiente próspero para a neoindustrialização do país, ao mesmo tempo que amplia esforços para conservação da floresta amazônica e o uso sustentável dos recursos naturais.

Repórteres mirins

Pouco antes de subir ao palco do evento do B20, Alckmin recebeu dois estudantes de uma escola municipal do Rio de Janeiro, que fazem parte do projeto Andar (Agência de Notícias dos Alunos da Rede). 

Esse projeto tem por objetivo desenvolver uma rede de trocas e colaboração entre estudantes, professores e toda comunidade escolar em torno de projetos de jornalismo estudantil.

Os alunos, de 13 anos, questionaram o vice-presidente sobre a importância de fóruns como o G20 e o B20 para a vida dos estudantes.

“Tem toda relação. O presidente Lula definiu como prioridades para a presidência brasileira do G20 temas como a redução da fome e da pobreza e o cuidado com o meio ambiente. Ou seja, cuidar das pessoas e do meio ambiente, para termos um mundo melhor para vocês”, respondeu Alckmin.

A agência Andar é vinculada a MultiRio – Empresa Municipal de Multimeios, vinculada à Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura Rio de Janeiro.


“Relação entre comércio e desenvolvimento sustentável veio para ficar”

Grupo de Trabalho de Comércio e Investimentos do G20, coordenado MDIC e MRE, encerrou nesta terça primeira rodada de reuniões sob presidência brasileira
 
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A relação entre o comércio e o desenvolvimento sustentável veio para ficar e o G20 oferece uma oportunidade única para que o Brasil possa influenciar o debate global a respeito desse tema.

A declaração é da secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC), Tatiana Prazeres, coordenadora, ao lado do Embaixador Fernando Pimental, do Ministério das Relações Exteriores, do Grupo de Trabalho sobre e Investimentos do G20, que encerrou nesta terça-feira (30/1) a primeira rodada de reuniões sob a presidência brasileira.

A relação do comércio com o desenvolvimento sustentável é um dos temas prioritários definidos pelo Brasil para as discussões do GT ao longo do ano. Neste quesito, o objetivo é fortalecer o comércio, visando o crescimento econômico, com responsabilidade social e ambiental.   A expectativa é alcançar um entendimento comum sobre princípios básicos para que o comércio e o desenvolvimento sustentável se complementem.

“Ninguém discute a legitimidade de políticas públicas voltadas para a sustentabilidade.  O Brasil, inclusive, se orgulha de uma política orientada para a defesa do meio ambiente, a transição climática e o combate ao desmatamento. Ao mesmo tempo, nós temos a convicção de que há espaço para melhorar a governança global no que diz respeito ao impacto para o comércio de medidas adotadas com outros objetivos de política pública“,  explica Tatiana.  A proposta brasileira de adoção de parâmetros comuns nesse assunto é ambiciosa, conforme avalia a secretária. “Mas estamos convencidos de que o G20 agrega valor ao debate exatamente por reunir países tão relevantes para a economia internacional.”

Para o Embaixador Fernando Pimentel, o comércio pode, sim, contribuir para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, e, para isso, é preciso reduzir os atritos. “A questão é aparar as arestas e fazer com que esse processo seja positivo”.

Além de comércio e desenvolvimento sustentável, o Brasil selecionou outros três temas como prioritários para as discussões do grupo:  a ampliação da participação das mulheres no comércio internacional; o desenvolvimento sustentável em acordos de investimento; e a reforma da Organização Mundial do Comércio e o fortalecimento do Sistema Multilateral de Comércio.

Mulheres no Comércio Internacional — Neste tema, o Brasil propõe o lançamento de um compêndio de melhores práticas do G20 com medidas para aumentar a participação das mulheres no comércio internacional. Além disso, com o apoio do setor privado e da sociedade civil, os países do G20 deverão mapear os principais desafios nesse sentido.

Na reunião dos últimos dias, os representantes dos países membros e convidados assistiram uma apresentação do ITC (International Trade Center), agência da ONU para o comércio, e da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), segundo a qual apenas 20% do comércio internacional é feito por empresas lideradas por mulheres.  Da mesma forma, estudo coordenado pela Secretaria de Comércio Exterior do MDIC, no ano passado, mostrou que apenas 14% das empresas brasileiras que exportam são lideradas por mulheres.  

“A partir do compartilhamento de informações e troca de melhores práticas, podemos implementar iniciativas mais eficazes para aumentar   a participação das mulheres no comércio”, diz a secretária de Comércio Exterior.  De acordo com ela, isso importa porque o comércio internacional é gerador de riqueza, contribui para a redução da pobreza, gera empregos de melhor qualidade e mais bem remunerados. “Expandir os benefícios do comércio para mais grupos da sociedade que ainda não se beneficiam dele é algo que move a presidência brasileira, que fez desse assunto uma prioridade. Isso foi muito bem recebido na reunião que acaba de terminar”, contou a secretária do MDIC.

Desenvolvimento Sustentável em Acordos de Investimento — Nesse tema, os países deverão mapear o tratamento dado pelos membros do G20 a questões de desenvolvimento sustentável nos acordos de internacionais de investimentos. O resultado esperado é um repositório para orientar futuras negociações, possibilitando alinhar cada vez mais os acordos de investimentos aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Fortalecimento da OMC — O GT também debaterá o funcionamento das instituições de governança global, com foco na necessidade de apoiar a reforma da OMC e fortalecer o Sistema Multilateral de Comércio. O Brasil ressalta a importância da OMC como a única instituição multilateral com a capacidade de estabelecer regras que influenciem o comportamento de todos os países que participam do comércio internacional.

“É nosso interesse tentar acertar minimamente alguns pontos e dar impulso político para que o processo de reforma e modernização da OMC continue”, afirmou o Embaixador Pimentel, do MRE.

Participaram da reunião dos últimos dois dias representantes dos 20 países membros, além da União Europeia e da União Africana, mais 15 países convidados e cerca de 10 organizações internacionais. O GT de Comércio e Investimentos realizará outras três reuniões em 2024, em formato presencial, culminando em uma reunião ministerial em outubro.

Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços 31/01/2024

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