Debate sobre salários escancara escolha do Brasil por ser um país de burocratas, não de cientistas
Categorias do Judiciário possuem ‘chave do cofre’, enquanto outros servidores não
É comum ouvir que o alto salário no Judiciário se justifica pelo alto nível requerido pelos cargos. “Miserê”, “humilhados e agachados”, são alguns relatos de servidores do alto escalão sobre seus salários.
“Eu poderia ganhar muito mais em um escritório de advocacia”, bradou um conhecido em uma conversa sobre os supersalários do Judiciário no Brasil.
Em entrevista para a rádio Eldorado, a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, disse que pretende se reunir com representantes do Legislativo para fazer uma proposta de reforma administrativa.
Esther afirmou que é preciso definir o que entra, ou não entra, no teto salarial do funcionalismo e que é preciso uniformizar o teto entre os servidores.
Eu adicionaria que qualquer reforma, ou apenas fazer valer regulações já existentes, deveria ter como princípio fundamental um Estado não indutor de desigualdades. Em 2021 escrevi uma coluna intitulada exatamente Estado indutor de desigualdade.
Nela, deixei um exemplo que é sempre útil e replico aqui. No TJSP, juízes têm direito a garrafinhas de água.
A “serventia”, como são chamados os outros funcionários, não. Na ocasião, descrevi o fato como uma das “pequenezas que se amontoam e escancaram o Estado como indutor de desigualdade por convicção”.
Crédito: Laura Karpuska/O Estado de São Paulo – @ disponível na internet 09/02/2024
Porque é o “Judissiário” quem realmente governa e manda neste país. Simples assim.