Governo usa mesas específicas para aprofundar distorções, em vez de corrigir

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As reuniões que ocorreram nessa terça-feira, 30, para discutir PGPE, PST, PECs e ATA, incluindo a reunião dessa quinta, 2, que tinha como pauta Incra e MDA, mostraram que o direcionamento que o governo pretende dar às negociações da mesa apontam para um aprofundamento das distorções salariais no funcionalismo. A Condsef/Fenadsef destaca que esse cenário é totalmente incompatível com os compromissos que o próprio governo Lula assumiu ainda durante campanha presidencial. 

Enquanto a média dos acordos firmados com as carreiras de servidores que possuem maiores patamares remuneratórios e menores perdas inflacionárias durante o período golpista Temer-Bolsonaro ultrapassa 20% em muitos casos, o governo apresentou índices ao redor de 10% para os servidores que recebem as remunerações mais baixas do funcionalismo. Vale lembrar que esses setores também tiveram maiores perdas durante o período golpista. 

A proposta que está sendo apresentada a todas as carreiras a partir de agora é a mesma, inclusive apresentada aos servidores da educação, categoria em greve desde o mês passado: reajuste para os servidores de nível intermediário e superior de 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026. Já os servidores de nível auxiliar receberiam apenas 9%, divididos em duas parcelas de 4,5% para janeiro/2025 e maio/2026. As propostas se estendem aos servidores aposentados e aos pensionistas. Por isso, a Condsef/Fenadsef reforça que a unidade entre ativos, aposentados e pensionistas será fundamental durante o processo de negociações das mesas temporárias e específicas. 

Na reunião do Incra e MDA a proposta foi exatamente a mesma apresentada ao PGPE, PST, PECs e ATA e que já havia sido apresentada aos servidores da educação, em greve deste o mês passado. “Não é possível que o governo tenha apenas uma proposta ‘control c control v’ para nos apresentar. O que os servidores esperam e vão cobrar é uma negociação efetiva que envolva de fato a reestruturação das carreiras do Executivo”, reforçou Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral da Condsef/Fenadsef.

À medida que as propostas forem formalizadas pelo MGI elas vão ser remetidas a assembleias por local de trabalho em todo o Brasil. Entidades filiadas à Condsef/Fenadsef devem debater com a maioria do funcionalismo essas propostas para que uma resposta das categorias seja apresentada ao governo. Nessa sexta, 3, a Confederação realiza mais uma reunião do seu Conselho Deliberativo de Entidades (CDE), onde esse cenário e as reações a ele estarão em pauta. 

Condsef/Fenadsef 3/5/2024

reprodução DR

2 COMENTÁRIOS

  1. “…compromissos que o próprio governo Lula assumiu ainda durante campanha presidencial.”
    Desde quando dá para acreditar em promessas de campanha, sobretudo de um cachaceiro demente?
    “…período golpista Temer-Bolsonaro…”
    Olha o nível das pessoas desses sindicatos que dizem nos representar. Só falta agora dizerem que foi outro período de ditadura.
    Gostemos ou não do Bozo, ele foi eleito democraticamente pelo voto da maioria da população, embora tenha feito um monte de asneiras. Entre elas, ignorar os servidores públicos.
    A matéria fala do aprofundamento das distorções salarias, o que é verdade, mas não de que essas distorções fazem parte de um movimento em curso há muito tempo neste país, que é o de criar divisões e mais divisões entre todos os setores da sociedade e, agora, entre os servidores públicos.
    Criar divergências e fomentar a desunião para minar forças que possam se opor ao (des)governo, como também pleitear melhores salários.
    E nós, besta que somos, engolimos esse engodo e continuamos nessa polarização, ao invés de focarmos no que realmente interessa.
    Esta matéria é um bom exemplo disso.
    Creio que o ASMETRO-SI, ao invés de só replicar o que outros escrevem, deveria expressar mais o seu posicionamento em defesa dos funcionários do INMETRO, mas sem vieses político-partidários.

    • Compreendo sua frustração e seu desejo por uma abordagem mais ativa e assertiva. No entanto, é importante lembrar que simplesmente criticar sem oferecer soluções construtivas pode limitar nossa capacidade de efetuar mudanças significativas. Em vez de apenas apontar problemas, podemos buscar maneiras de colaborar para encontrar soluções viáveis e estratégias eficazes.
      Encorajo você a canalizar sua energia e insatisfação em propostas concretas e ações que possam levar a resultados tangíveis. Ao invés de apenas buscar confronto, podemos buscar o diálogo e a negociação, enquanto mantemos nossa determinação em alcançar os objetivos desejados. Juntos, podemos fazer uma diferença real e positiva em defesa dos interesses dos funcionários do INMETRO e da melhoria da instituição como um todo
      Ballerini

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