BB cita ‘publicações inverídicas e maliciosas’ nas redes para gerar pânico e prejudicar banco

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O Banco do Brasil afirmou nesta sexta-feira, 22, que tem acompanhado o surgimento de “publicações inverídicas e maliciosas” nas redes sociais com o objetivo de gerar pânico e induzir a população a decisões que podem prejudicar a sua saúde financeira. O banco diz ainda que tomará todas as medidas legais cabíveis para proteger sua reputação, seus clientes e seus funcionários.

Em nota, o banco cita que identificou publicações sugerindo retirada de depósitos do banco por parte dos clientes. “Declarações enganosas ou inverídicas que tenham como objetivo prejudicar a imagem do Banco do Brasil não serão toleradas”, diz o texto.

Na terça-feira, 19, o advogado Jeffrey Chiquini, defensor de Felipe Martins, ex-assessor da Presidência de Jair Bolsonaro, recomendou publicamente nas redes sociais que as pessoas tirem recursos que tenham no banco.

O Estadãoprocurou o advogado, mas ainda não obteve resposta.

Segundo relatos obtidos pela reportagem, gerentes do banco têm sido abordados por clientes com o mesmo tom de pânico.

A nota do BB diz ainda que segundo a Lei 7.492/1986, que trata de crimes contra o sistema financeiro nacional, quem divulga informações falsas ou incompletas sobre instituições financeiras pode estar sujeito à pena de reclusão, de 2 a 6 anos, e multa.

Nesta semana, bancos brasileiros, incluindo o BB, viram suas ações desabarem nesta terça-feira, 19, após decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), de que leis e decisões estrangeiras não se aplicam a brasileiros no Brasil – em meio à tensão sobre a Lei Magnitsky, aplicada pelos EUA ao ministro Alexandre de Moraes.

Moraes teve seu cartão de crédito da bandeira Mastercard, empresa americana, bloqueado, em razão das sanções da Magnitsky. Como mostrou a Coluna do Estadão, o Banco do Brasil, instituição em que o ministro tem conta, ofereceu a ele um cartão da bandeira Elo, que é nacional.

A preocupação dos analistas se deve ao papel que a companhia com mais de 200 anos exerce no meio político. Isso porque o BB é responsável por pagar os salários dos ministros do STF, que têm sido alvo de críticas e sanções dos Estados Unidos por conta do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.

Sobre o assunto, o BB afirmou na quinta-feira que acumula sólida experiência em relações internacionais e está preparado paralidar com temas complexos ou sensíveis que envolvem regulamentações globais.

O BB também vem sendo questionado por seus resultados. No balanço do segundo trimestre, o banco viu seu lucro cair 60% em um ano, o que desagradou investidores do mercado financeiro.

Grandes produtores rurais, especialmente do Centro-Oeste e do Sul, estiveram no centro dos problemas na carteira de crédito do banco que provocaram uma queda para 8,4% no retorno (ROE, na sigla em inglês) de abril a junho.

O nível é o menor entre os grandes bancos e o mais baixo do BB desde 2016, na época da crise gerada pelo impeachment de Dilma Rousseff. Com a piora da inadimplência, o banco precisou aumentar as provisões para calotes em 105% entre abril e junho. A sinalização do BB é de que o estresse vai prosseguir no terceiro trimestre, e que o resultado volta a melhorar no ano que vem.

Na quarta-feira, 20, a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, afirmou, sem citar nomes, que é “muita falta de responsabilidade” colocar em xeque a solidez e a integridade do banco.

“É muita falta de responsabilidade quando algum brasileiro vem colocar em xeque a solidez, a segurança e a integridade de uma empresa como o Banco do Brasil”, afirmou. “Que a gente não acredite em fake news. Que a gente não propague mentiras; que a gente combata essas mentiras, como servidores públicos que somos.”

Crédito: Redação do O Estado de São Paulo – @ disponível na internet 23/8/2025

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