As mais recentes reportagens publicadas pelo Metrópoles revelam novos elementos que aprofundam o cenário de irregularidades, fragilidades institucionais e dificuldades de responsabilização envolvendo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Uma das matérias expõe mensagens atribuídas ao chamado “Careca do INSS”, nas quais surge a indicação de que uma suposta “orientação” já estaria com um atual assessor do presidente da República, sugerindo canais de influência que ultrapassam o plano meramente administrativo.
Outra reportagem aponta que empresas que movimentaram milhões de reais em operações ligadas ao INSS funcionavam em endereços fantasmas, sem estrutura compatível com os valores transacionados, evidenciando falhas graves de controle, fiscalização e compliance.
Paralelamente, a CPMI do INSS, criada para apurar responsabilidades, esbarra em habeas corpus concedidos a investigados, não alcança agentes políticos e, diante dessas limitações, passa a direcionar seu foco para os bancos e o sistema de crédito consignado.
O que tudo isso indica
O conjunto dessas informações aponta para um quadro preocupante:
- Fragilidade estrutural dos mecanismos de controle do Estado, que permitem a atuação de intermediários e empresas sem lastro real;
- Dificuldade de responsabilização em níveis mais elevados, especialmente quando há interseção entre interesses privados, agentes públicos e o sistema político;
- Limitações das comissões parlamentares de inquérito, frequentemente contidas por barreiras jurídicas que restringem seu alcance;
- Risco permanente aos recursos da seguridade social, que pertencem à sociedade e aos trabalhadores e não podem ser tratados como moeda de influência.
Mais do que episódios isolados, os fatos revelam a necessidade urgente de transparência efetiva, fortalecimento institucional e responsabilização isonômica, sob pena de aprofundar a descrença da população nas instituições públicas e no próprio sistema previdenciário.
Diretoria Executiva do ASMETRO-SI 30/12/2025
Fontes do METRÓPOLES
- “Careca do INSS”: orientação a assessor de Lula
- Empresa fantasma movimentou milhões em esquema do INSS
- CPMI do INSS esbarra em HCs e agora mira bancos
