Envolvidos em esquema de corrupção na Agência Nacional de Mineração cobravam até R$ 10 mil em propina na BA, diz PF
Valor era pedido para agilizar guias de liberação de extração e comércio de minério no estado. Entre os suspeitos, está o gerente regional do órgão. Grupo foi alvo de ação nesta segunda-feira (28).
Os servidores envolvidos no esquema de corrupção na Agência Nacional de Mineração (ANM), na Bahia, cobravam até R$ 10 mil em propina para agilizar guias de liberação de extração e comércio de minério no estado, segundo informações divulgadas pela Polícia Federal. O grupo foi alvo de uma operação deflagrada nesta segunda-feira (28), em Salvador e Lauro de Freitas, na região metropolitana.
Denominada “Terra de Ninguém”, a ação cumpriu 22 mandados de busca e apreensão nas casas dos suspeitos. Entre os envolvidos, estão o atual gerente regional e dois anteriores, outros três servidores da ANM, além de três responsáveis técnicos que trabalhavam em empresas envolvidas. Os seis servidores, incluindo o gerente regional, foram afastados dos cargos.
Em uma das residências visitadas pela PF nesta segunda, foram apreendidos, em espécie, R$ 48 mil, € 2 mil e $ 3,5 mil, segundo o órgão. O dono do imóvel não teve o nome divulgado.
De acordo com a PF, as investigações começaram no final de 2017, após uma denúncia anônima de um homem, que se apresentou como empresário e disse que se sentiu extorquido por um servidor ao tentar uma documentação com a gerência regional do órgão.
Em nota, a PF informou que, ao longo das investigações, foi constatado que servidores da ANM em Salvador recebiam vantagens indevidas para priorizar o andamento de determinados processos administrativos e até mesmo para modificar decisões contrárias aos interesses de empresários que se dispunham a efetuar esses pagamentos ilícitos.
Os indícios apontam, ainda segundo a PF, que os dirigentes do órgão atuavam para beneficiar empresários ligados ao grupo político responsável por sua indicação para o cargo.
Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa, corrupção passiva, prevaricação e advocacia administrativa.
Faltou processá-los por homicídio culposo !