A intenção do governo federal de privatizar 16 estatais vai atingir, pelo menos, 128.180 funcionários, sendo que a maioria prestou concurso público. Apesar de muitos desses profissionais serem regidos pela CLT — são empregados públicos —, eles se viam com mais garantias para continuarem em seus empregos. Ontem, o ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Onyx Lorezonzi, anunciou uma lista com nove empresas da União que serão incluídas nos estudos do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), ou seja, para se analisar a privatização.
Ao lado do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, Lorenzoni também comentou sobre a Petrobras. Segundo ele, o governo ainda não decidiu sobre privatização da estatal. Mas sinalizou desejo da equipe econômica, e que estudos serão iniciados para se avaliar isso. “Não há decisão ainda de colocar a Petrobras como um todo no PPI”.
Só para 2020
Não há um prazo definido, por ora. Mas o ministro da Economia, Paulo Guedes, já chegou a indicar que as desestatizações devem ficar para o ano que vem. E os processos só começarão após a avaliação do custo-benefício, como explicou a secretária especial do PPI, Martha Seillier.
No caso dos Correios, a secretária só confirmou a intenção de Guedes: a ideia do governo Bolsonaro é mesmo passar, de alguma forma, a gestão da empresa à iniciativa privada. “A modelagem de como isso será feito, entretanto, não está pronta”.
Guedes reclamou da “eficiência” da empresa. Em nota, os Correios informaram que “a estatal aguarda orientação do seu órgão supervisor, o Ministério da Ciência e Tecnologia, e que segue recomendações de recuperar os indicadores financeiros e eficiência para garantir a sustentabilidade da empresa”. E disse que, no segundo semestre, “exige compromisso maior de todos os empregados com a sociedade para realizar com sucesso o Enem, Black Friday e no Natal”.