Cargos: Senadores apresentam a “fatura” do impeachment a Michel Temer.

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A votação definitiva do impeachment de Dilma, prevista para o final de agosto, já movimenta os bastidores do Planalto e do Senado Federal – onde o julgamento será realizado. O presidente interino Michel Temer sofre pressões por parte de parlamentares que querem nomear indicados, apoio político nas eleições municipais e até o comando de estatais. As informações são do jornal Estado de S. Paulo. As negociatas são explicitadas por parlamentares como Roberto Requião (PMDB-PR), contrário à saída de Dilma. “O Temer está comprando a bancada. É uma compra explícita de apoio”, relata o senador. Para os governistas, porém, o “movimento” nada mais é do que uma lista de demandas.

O caso mais pitoresco, segundo relatos de três senadores próximos a Temer, é o de Hélio José (PMDB-DF). O peemdebista – que já emprega 86 assessores em sua equipe parlamentar, segundo levantamento da Revista Congresso em Foco – pediu mais 34 cargos, entre os quais a presidência de Itaipu, Correios, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e até o comando do BNDES. Até o momento, o senador – convencido da inviabilidade dos pedidos – não teve nenhuma das demandas atendidas e ainda decidiu votar pelo afastamento. Hélio José justifica que apenas sugeriu nomes “quando foi consultado” e considerou um “folclore” a lista de cargos que teria apresentado.

O senador Romário (PSB-RJ), que votou pela admissibilidade do impeachment, se mostrou indeciso quanto ao afastamento definitivo de Dilma, mas logo apresentou a fatura de seu apoio a Temer. O ex-jogador de futebol pediu o comando da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência e uma diretoria em Furnas. A primeira vaga já havia sido prometido para a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), mas Romário passou na frente, ganhou o cargo e indicou a ex-deputada Rosinha da Adefal.

Ainda na bancada do futebol no Senado, o ex-presidente do Cruzeiro e senador Zezé Perrella (PTB-MG) indicou o filho Gustavo Perrella para a Secretaria Nacional do Futebol e de Defesa dos Direitos do Torcedor. Em nota, a assessoria de Romário negou que houve negociação por seu voto no impeachment e que ele tenha pedido uma diretoria em Furnas. Já Zezé Perrella não foi localizado para comentar o fato.

O senador Eduardo Braga (PMDB-AM) quer que Temer apoie o seu candidato à Prefeitura de Manaus, Marcos Rota (PMDB). Já o senador Omar Aziz (PSD-AM) quer que o presidente em exercício ajude Arthur Virgílio, do PSDB. Ambos ainda não definiram um posicionamento sobre o julgamento final do impeachment. Em entrevista concedida na sexta-feira (24), Temer disse que vai evitar trabalhar diretamente nas campanhas municipais para não sofrer desgaste no Congresso Nacional.

Também peemedebista, o senador Jader Barbalho (PA), emplacou o filho, Helder Barbalho, no comando do Ministério da Integração Nacional e pediu a manutenção do cargo dele para votar a favor do impeachment.

Placar

Na estimativa feita pelo Planalto, a cassação de Dilma está nas mãos de 15 senadores. Hoje, apenas 38 dizem abertamente serem favoráveis ao impedimento – são necessários 54. O titular da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, confirmou que tem dialogado com senadores que buscam espaço no governo. “As conversas estão sendo republicanas e não está havendo essa pressão que se imagina, não”, afirmou.

Leia a íntegra da matéria publicada no jornal O Estado de S.Paulo

Crédito: Congresso em Foco – disponível na web 28/06/2016

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