Impeachment: Renan diz que, se necessário, Senado vai trabalhar no fim de semana. Dilma pede resistência contra o “golpe”.

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Crédito: Imagem da web

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse ontem (23) que, se for necessário, os senadores vão trabalhar no próximo final de semana para cumprir as etapas finais do processo de impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff.  Renan pediu “bom senso” durante os depoimentos das testemunhas de defesa e de acusação, para a celeridade dos trabalhos.

 “Espero bom senso, porque se as oitivas das testemunhas, tanto de defesa quanto de acusação, andarem rápido, nós não vamos precisar trabalhar no sábado e no domingo. Caso contrário, vamos ter que trabalhar, porque na segunda-feira [29], às 9 h, vamos ouvir a presidente Dilma Rousseff. Em seguida, os senadores poderão fazer perguntas à presidente”, disse Renan.

De acordo com o presidente do Senado, se não houver simplificação nos depoimentos das testemunhas e se gastar muito tempo durante essa parte do processo, será necessário que os trabalhos prossigam no final de semana. “Se houver necessidade, nós vamos trabalhar neste final de semana”.

Reunião

O senador deixou a presidência dos trabalhos da sessão do Congresso Nacional, na qual estão sendo apreciados vetos presidenciais e, em seguida, deverá ser votada a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para se reunir em seu gabinete com o ministro do Planejamento, Dyogo de Oliveira. Renan disse que a conversa com o ministro seria para tratar sobre votações de matérias que dizem respeito ao Orçamento, a LDO, a Desvinculação das Receitas da União (DRU), dentre outras.

Dilma pede em São Paulo resistência contra o impeachment

A menos de 48 horas do início do julgamento do processo de impeachment contra ela no Senado, na quinta-feira (25), a presidenta afastada Dilma Roussef participou ontem (23) do Encontro em Defesa dos Direitos e contra o Golpe, na Casa de Portugal, centro da capital paulista, e pediu: “Vamos todos nós, juntos, resistir. Eu começo por essa palavra, que é uma palavra forte, de luta: vamos resistir”.

A presidenta destacou a união entre movimentos sociais, partidos políticos progressistas, sociedade, artistas e mulheres, em uma grande frente de resistência. “Uma mobilização que criou uma frente no mais puro sentido da democracia. Essa foi, talvez, nossa maior vitória”, disse Dilma.

Ela afirmou, em seguida, que “Uma das coisas que nós aprendemos com tudo isso que aconteceu é que a democracia não está garantida. A democracia é uma conquista sistemática e nós temos de estar atentos para não perder o que ganhamos”.

Dilma disse que o grupo mobilizado em torno da questão também foi vitorioso ao identificar que o que estava acontecendo era um golpe, segundo suas palavras “Por que é um golpe? Porque se trata da utilização de um instrumento que, de fato, está previsto na Constituição, que é o impeachment, mas que não tem base de sustentação porque não houve crime de responsabilidade”.

“Vocês podem ter certeza que esse é um processo que nós temos todas as condições de absorver e de superar. Para isso, temos que estar mobilizados. Eu lutei a minha vida inteira, eu lutei contra a tortura, eu lutei contra um câncer e vou lutar contra qualquer injustiça”, finalizou a presidenta afastada.

O ato foi organizado pela Frente Brasil Popular e Frente do Povo sem Medo e teve a participação de ativistas e políticos do PT, entre eles o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, o presidente do partido, Rui Falcão, e o ex-senador Eduardo Suplicy.

Agência Brasil de Notícias 24/08/2016

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