Geddel na roda
Implicado diretamente na proposta de delação de Claudio Melo Filho, ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht em Brasília, o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, antecipa a quem perguntar:
— Não vou comentar essas coisas, a não ser que sejam formalizadas. Minhas contas de campanhas estão todas declaradas ao TSE.
Nos anexos que estão na Procuradoria-Geral da República, Melo Filho, promete detalhar o dinheiro que teria dado no caixa dois para campanhas do ministro da Secretaria de Governo de de Michel Temer.
O ministro e o ex-diretor são vizinhos no condomínio Interlagos, situado no litoral norte em Salvador.
Te cuida, Gleisi
Um dos executivos da Odebrecht negocia contar à força-tarefa da Lava-Jato como se deu a ajuda da empreiteira para pagar dívidas de campanha de Gleisi Hoffmann em 2014, após o período de encerramento de prestação de contas ao TSE e, portanto, na ilegalidade.
Na ocasião, Gleisi recorreu diretamente a Dilma Rousseff para pedir que a presidente da República interviesse junto ao PT para que o partido a ajudasse.
Segundo foi narrado aos procuradores, Dilma convocou Edinho Silva, então ministro, e mandou que ele ajudasse Gleisi — o que foi feito.
Lava Jato: STF inclui Delcídio Amaral em inquérito que investiga Aécio e Paes
Gilmar Mendes determinou a inclusão de Delcídio Amaral no inquérito que investiga se Aécio Neves e Eduardo Paes adulteraram documentos da CPI dos Correios, que investigou o mensalão, em 2005, para beneficiar o PSDB.
Marcus Elias: Trabalhar fora
O encrencado Marcus Elias, da mais encrencada ainda Laep, pediu à Justiça no dia 11 autorização para trabalhar no exterior.
Com o passaporte retido em virtude de ações judiciais a que responde, Elias já conseguiu na Justiça autorização para três viagens ao exterior este ano — mas agora diz que quer trabalhar lá fora.
No processo a que responde, o Ministério Público Federal fez contra ele um pedido de prisão preventiva, que está sob análise da Justiça.
A Laep, criada em 2005 por Elias, um executivo do mercado financeiro que por anos trabalhou no Pactual, foi dona da Daslu e da Parmalat.
De acordo com as contas do MPF, e detalhadas numa denúncia dos procuradores, a Laep deixou um estrago de R$ 5 bilhões, lesando 18 mil investidores e o governo (por impostos não pagos).
Crédito: Matéria publicada dai 16/10/2016 na Coluna do Lauro Jardim do Jornal O Globo – disponível na web 17/10/2016