Ipea diz que jovens entre 14 e 24 anos são os mais atingidos pelo desemprego e aponta queda no trabalho por conta própria.

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Jovens entre 14 e 24 anos são os mais atingidos pelo desemprego, segundo texto da Carta de Conjuntura nº 33, divulgada ontem(19), em Brasília, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Enquanto a taxa total de desemprego alcançou 11,8% no terceiro trimestre deste ano, entre os jovens dessa faixa etária chegou a 27,7%. O desemprego também afeta mais os trabalhadores com ensino médio incompleto (taxa de 21,4%).

O Ipea diz ainda que, até meados de 2016, o aumento do desemprego, apesar de ter sido substancial, foi atenuado devido ao fato de muitas pessoas que perderam emprego terem se tornado trabalhadoras por conta própria. Contudo essa tendência se reverteu no terceiro trimestre de 2016, quando se observou uma queda dos ocupados por conta própria, acrescentou o Ipea.

Rendimento

Segundo o Ipea, o terceiro trimestre de 2016 não apresentou melhoras na evolução do rendimento médio do trabalho.

A média de rendimentos ficou em R$ 2.017, R$ 50 abaixo do observado no mesmo período de 2015. No entanto, no cálculo do trimestre encerrado em outubro, a média subiu ligeiramente para R$ 2.025.

A análise do Ipea foi feita com base em microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnadc) e nos informes detalhados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.

Agência Brasil de Notícias 20/12/2016

Ipea aponta queda no trabalho por conta própria
A seção Mercado de Trabalho da Carta de Conjuntura nº 33, divulgada nesta segunda-feira (19/12) pelo Ipea, mostra queda dos ocupados por conta própria. Até meados de 2016, o aumento do desemprego, apesar de ter sido substancial, foi atenuado devido ao fato de muitas pessoas que perderam emprego terem se tornado trabalhadores por conta própria. A análise de transições no mercado de trabalho revela, contudo, que essa tendência se reverteu no terceiro trimestre de 2016.

Esse movimento foi acompanhado de uma queda na taxa de atividade. Analisando-se a taxa de desemprego por meio da comparação interanual em pontos percentuais, nota-se que a crise continua afetando mais gravemente justamente esses grupos que tendem a ter desemprego mais elevado. Entre o 3º trimestre de 2016 e o mesmo período de 2016, o desemprego subiu 6,8 p.p. entre os jovens, enquanto entre os adultos até 59 anos a queda foi de 2,9 p.p..
Já o rendimento real médio não apresentou um desempenho tão ruim quanto a ocupação. Registrou um ligeiro aumento de 0,9%, comparando com o trimestre anterior. Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, entretanto, o rendimento real apresentou queda de 2,1% neste terceiro trimestre. Subdividindo os trabalhadores em 10 faixas de renda, observa-se que o rendimento médio do grupo que se encontra na faixa mais baixa de renda apresentou uma expressiva recuperação, tanto na comparação interanual (crescimento de 17,6%), como na comparação do terceiro trimestre com o segundo (crescimento de 19,8%).
A queda da massa salarial vinha sendo puxada pelo setor formal, porém, neste terceiro trimestre, houve uma queda da massa salarial entre os conta própria de quase R$ 2 bilhões. Devido à continuidade do quadro recessivo e como o número de admissões ainda não mostra sinais de recuperação, é provável que o nível de ocupação continue a cair. Se isso resultará em aceleração da taxa de desemprego, dependerá muito do comportamento da PEA. Caso se mantenha a tendência de menor ocupação entre os trabalhadores por conta própria, sem que seja observada uma recuperação das admissões no setor formal, as condições do mercado de trabalho continuarão a se deteriorar – mesmo que a taxa de desemprego não se eleve muito.

Serviço:

A pesquisa está publicada no blog Carta de Conjuntura. As entrevistas com o coordenador da publicação, José Ronaldo Souza Jr., podem ser agendadas pelo e-ail  [email protected], ou pelo telefone 61 2026-5334.

IPEA 20/12/2016 

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