Maria Silvia pede demissão da presidência do BNDES, presidente do IBGE, Paulo Rabello de Castro, assume.

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A presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Maria Silvia Bastos Marques, informou pessoalmente sua renúncia ao cargo ao presidente Michel Temer nesta sexta-feira, alegando motivos pessoais.

A renúncia ocorreu uma semana depois que delação de Joesley Batista, um dos controladores da JBS, mostrou o empresário reclamando a Temer de entraves a seus interesses no BNDES e citando o nome de Maria Silvia.

A saída da executiva do banco de fomento também ocorreu poucos dias depois de Maria Silvia ter anunciado a criação no BNDES de uma comissão interna para avaliar operações com a JBS.

A comissão foi anunciada após a deflagração de operação da Polícia Federal encarregada de investigar fraudes e irregularidades na liberação de 8 bilhões de reais em recursos do BNDES para a JBS antes da executiva assumir a presidência da instituição.

Pouco depois da renúncia de Maria Silvia, a Presidência da República anunciou a nomeação de Paulo Rabello de Castro, atual presidente do IBGE, como substituto de Maria Silvia.

No início do mês, descartando rumores de que sofria pressão para deixar a presidência do BNDES, Maria Silvia afirmou que “não faltava” a ela “apoio do presidente Michel Temer”.

Em nota nesta sexta-feira, Temer afirmou que Maria Silvia “honrou o governo e moralizou um setor estratégico para o país, despolitizando a relação com o setor empresarial e elegendo critérios profissionais e técnicos para a escolha de projetos a serem contemplados com financiamentos oriundos de recursos públicos”.

Maria Silvia tomou posse como presidente do BNDES em 1º de junho do ano passado e desde então vinha promovendo uma série de revisões nas políticas de concessão de financiamento do banco.

Duas fontes no quadro de funcionários do BNDES afirmaram que Maria Silvia tinha reestruturado muitos setores do banco, cobrando agilidade e produtividade. “Ela fez muita mudança para atingir objetivos e mexeu com muita vaidade”, disse uma das fontes.

De janeiro a abril, os desembolsos do BNDES acumularam queda de 15 por cento, para 21,4 bilhões de reais. Quando do anúncio do resultado, em meados deste mês, o banco informou que a queda do primeiro quadrimestre “mantém a tendência de desaceleração” no ritmo de redução dos desembolsos.

Para a Confederação Nacional da Indústria, a mudança na gestão do BNDES não pode atrasar os projetos de financiamento para o setor e para a infraestrutura. “Esses investimentos são essenciais para ajudar a retomada do crescimento da economia brasileira”, disse em nota à imprensa o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

Já o presidente da associação que representa os fabricantes de máquinas e equipamentos (Abimaq), José Velloso Dias Cardoso, afirmou que o nome de Paulo Rabello para o comando do BNDES “não poderia ser melhor”.

“Embora tenha formação na escola de Chicago, ele conhece a indústria do país e não tem visão financista… Ele não é funcionário de carreira do BNDES, mas tem uma visão do todo do Brasil, sempre teve como prioridade reformas e luta pela reforma tributária”, disse Cardoso.

Crédito: Rodrigo Viga Gaier/Reuters Brasil – disponível na internet 27/05/2017

 

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