Por trás do entretenimento, existe um novo modelo de negócio que une ações sociais e geração de lucro. Empresa responsável pelos drones, a Mirante Lab, de São Paulo, também sustenta-se com os convites para demonstrações em escolas, eventos e workshops. No entanto, segundo os funcionários, o negócio também fornece retorno para a sociedade ao promover a inclusão de novas tecnologias e ampliar o interesse pela ciência.
“Temos uma missão de inclusão que a gente preza muito: deixar que as pessoas conheçam o que é um drone ou uma impressora 3D [que imprime objetos em três dimensões]. São jovens, pessoas com deficiência e até idosos que entram em contato pela ciência”, destaca Ricardo Yamamoto, gerente de Atividades da Mirante Lab. Fundada há dois anos, a empresa, desde o ano passado, é parceira da Campus Party, evento que reúne jovens para desafios tecnológicos.
Missão
A startup (empresa pequena que fornece inovações tecnológicas) de Antônio Pinto ainda está em fase pré-operacional e comercializará a plataforma de ensino online a partir de janeiro. Ele pretende usar o faturamento com a venda da solução tecnológica a escolas e empresas privadas para oferecer de graça a plataforma a escolas públicas. “Também posso atrair patrocinadores que financiem o fornecimento para o ensino público. Ser empresário social não me impede de lucrar. A gente quer ganhar dinheiro fazendo o bem”, resume.
Potencial
O secretário de Inovação e Novos Negócios Ministério do Desenvolvimento, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Vinícius de Souza, diz que o acesso crescente à tecnologia está promovendo uma mudança na cultura de negócios. Segundo ele, os negócios sociais proporcionam impacto positivo em várias áreas, como renda, cidadania e meio ambiente. “Até alguns anos atrás, as grandes empresas constituíam projetos de responsabilidade social para devolver parte dos lucros em ações sociais. Agora, estão nascendo negócios sociais que unem a capacidade de promover melhorias sociais e ambientais enquanto geram lucros”, ressalta.
Para Souza, os negócios sociais são um dos temas que vão liderar a transformação na economia nas próximas décadas. Ele ressalta que o Brasil tem um potencial elevado para esse tipo de empreendimento. “Temos cada vez mais pessoas empoderadas com acesso à tecnologia. Hoje, qualquer pessoa tem informações de qualquer lugar do planeta, que podem ser usadas para mudar a sua vida, a de outros e até influenciar países. O Brasil representa um terreno fértil nessa área”, acrescenta.
Gerente executivo de Tecnologia e Inovação na mineradora Vale e vice-presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), Luiz Eugênio Mello diz que os negócios sociais representam uma tendência irreversível. “É certamente uma tendência entre as empresas. Às vezes, é difícil falar do momento atual com o olhar do presente porque a gente não tem o distanciamento histórico. Várias coisas que hoje a gente enxerga como embrionárias, daqui a algumas décadas, serão comuns”, destaca.
Agência Brasil de Notícias 03/11/2017