Segundo assessores de Dyogo, “enquanto a equipe do ministério da Fazenda está preocupada em mandar recados pela imprensa sobre a sucessão de Meirelles e garantir os empregos, o ministro do Planejamento tem tido uma agenda intensa de encontros”. Eles dizem que, somente neste mês de março, Dyogo foi falar de oportunidades na economia brasileira e de investimentos em infraestrutura em Toronto, em Nova York e em Mendoza, ali numa reunião do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Além disso, destacam os assessores de Dyogo, o ministro tem se reunido frequentemente com banqueiros e empresários. “Nesta segunda-feira, 26, enquanto a corrida pelo comando da Fazenda corre solta, Dyogo está trabalhando normalmente e detalhando o último relatório de receitas e despesas para economistas-chefes de bancos e corretoras em São Paulo”, diz um dos assessores.
Para os defensores de Dyogo, não interessa ao ministro entrar nessa “fofoca”. O que importa é mostrar resultados. E isso, segundo eles, Dyogo tem de sobra. Foi dele, por exemplo, a ideia de liberar recursos das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), dinheiro que ajudou a impulsionar o consumo das famílias e, por tabela, o Produto Interno Bruto (PIB).
O comando da Fazenda está sendo disputado por Eduardo Guardia (secretário executivo) e Mansueto Almeida (Acompanhamento Fiscal). Eles não aceitam que a pasta venha a ser chefiada por alguém de fora, nem mesmo por Dyogo Oliveira, apadrinhado do senador Romero Jucá (MDB-RR). A equipe toda de Meirelles ameaça de demitir se a sucessão na Fazenda não priorar alguém que já está no time do ministro-candidato.
Fazenda prepara rebelião se Dyogo substituir Meirelles
Cotados como possíveis sucessores de Henrique Meirelles no Ministério da Fazenda, Eduardo Guardia (secretário executivo) e Mansueto Almeida (Acompanhamento Fiscal) já estruturaram uma rebelião se o presidente Michel Temer optar por alguém de fora para comandar a pasta. Toda a equipe de Meirelles pedirá demissão.
Guardia e Mansueto não aceitam sequer serem chefiados por Dyogo Oliveira, que poderia ser deslocado do Planejamento para a Fazenda. Na avaliação dos dois técnicos da Fazenda, Dyogo é uma boa pessoa, mas muito suscetível politicamente, por ser ligado diretamente ao senador Romero Jucá (MDB-RR).
O que se diz, sem constrangimento, nos corredores da Fazenda é que há um compromisso de Meirelles com a equipe dele de que sua sucessão envolverá alguém do atual grupo do ministério, que tem respaldo dos investidores. Não há, segundo Guardia e Mansueto, razões para colocar um “corpo estranho” neste momento para chefiar a Fazenda.
Credibilidade
Muito do sucesso da atual política econômica, no entender de assessores de Meirelles, tem a ver com a credibilidade da equipe de Meirelles. Ainda que não tenha havido melhora nos resultados das contas públicas (o deficit previsto para este ano é R$ 159 bilhões), a situação parou de piorar graças às medidas corretas que foram tomadas. Essa credibilidade, acreditam Guardia e Mansueto, desmoronará se entrar alguém de fora para substituir Meirelles.
Pelo acerto entre Temer e Meirelles, o comando da Fazenda ficará entre Guardia, o nome mais forte, e Mansueto. O presidente garantiu a Meirelles que ele definirá seu sucessor, pois tudo o que não quer é criar volatilidade na economia em meio à campanha eleitoral. Tanto Temer quanto Meirelles contam com os bons resultados da economia para se viabilizarem como candidatos ao Palácio do Planalto.
Dyogo, porém, está sendo inflado por Jucá para se apresentar como sucessor de Meirelles. O senador, por sinal, já fez várias abordagens a Temer sugerindo o nome de seu pupilo para a chefia da equipe econômica. Por enquanto, Temer tem resistido. Ele não quer arrumar briga com Meirelles agora.
O ministro vai se filiar ao MDB para ser o candidato do partido caso Temer não consiga decolar nas pesquisas ou mesmo ser o vice do presidente. A sintonia entre os dois passa pela sucessão na Fazenda.
Crédito: Blog do Vicente/ Correio Braziliense – disponível na internet 27/03/2018