A geração Z, nascida no século XXI, representará 32% da população mundial em 2019, superando a geração conhecida como millennials, que responderá por 31,5%. As estatísticas são baseadas em dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que utiliza 2000/2001 como divisão geracional.
Os nascidos em 2001 completam 18 anos em 2019, o que significa que muitos entrarão na universidade, poderão votar e, dependendo de onde moram, fumar ou consumir álcool legalmente. Eles não conhecem um mundo que não seja digital e, nos EUA, são a geração mais diversa da História do país em termos raciais e étnicos.
“O principal fator que diferencia a geração Z dos millennials é um elemento de autoconsciência, em vez do egocentrismo”, comenta Marcie Merriman, diretora executiva da Ernst & Young, no relatório “Rise of gen Z: new challenge for retailers” (Ascensão da geração Z: novos desafios para o varejo). Segundo o texto, os millennials estavam “mais concentrados em como podem alcançar benefícios. Eles também recorriam aos outros na busca de soluções para problemas, enquanto os mais jovens naturalmente tentavam criar suas próprias soluções”.
Essa mudança demográfica é uma boa notícia para serviços de entrega, fabricantes de eletrônicos e para a economia de compartilhamento (serviços como Airbnb e Uber). Ao mesmo tempo, apresenta desafios para educadores, organizadores de eventos, marcas de luxo e até mesmo jogadores de golfe — jogo no qual a idade média dos praticantes passa de 50 anos nos EUA.
Estudos mostram que apenas 6% das transações feitas pela geração Z envolvem dinheiro. Este é preterido pelas transações digitais de serviços como Apple Pay e Venmo.
“Cada geração tem um conjunto singular de comportamentos e apresenta um conjunto único de desafios”, afirma um relatório da empresa de pesquisa Nielsen Holdings.
Na comparação baseada em dados da ONU, os millennials foram definidos como os nascidos entre 1980 e 2000, enquanto os membros da geração Z foram classificados como aqueles que nasceram a partir de 2001. O Departamento de Censo dos EUA também delimita as gerações no final de 2000.
Já os historiadores William Strauss e Neil Howe, criadores do termo millennials, usam 1982 e 2004 como os anos limites da geração. O Pew Research Center define aqueles nascidos entre 1981 e 1996 como millennials, um período de tempo também adotado pela Ernst & Young na pesquisa sobre a qual Merriman escreveu.
Os millennials continuarão sendo a maior proporção nas quatro maiores economias do mundo: EUA, China, Japão e Alemanha. Juntando a população desses quatro países, haverá cem millennials para cada 73 membros da geração Z em 2019.
A Índia, com 1,3 bilhão de habitantes, contra 1,4 bilhão da China, pode ver sua população da geração Z aumentar para 472 milhões em 2019, 51% a mais do que os 312 milhões projetados para a China.
Segundo uma pesquisa anual com jovens, feita pela Deloitte Touche Tohmatsu, “os entrevistados da geração Z esperam ser um pouco mais felizes do que os millennials”, com representantes de ambos os grupos inseridos em mercados emergentes mais otimistas sobre o progresso social e econômico do que aqueles que vivem em nações desenvolvidas.
“Na China e na Índia, 70% do grupo mais jovem esperam ser mais felizes do que seus pais”, revela o relatório, que entrevistou cerca de dez mil millennials e dois mil membros da geração Z. “No entanto, em lugares como Austrália, Reino Unido, Canadá e Estados Unidos, a perspectiva é muito mais pessimista”, mostra o levantamento.
para a África subsaariana — onde a geração Z já supera os millennials em 48 das 50 nações graças à redução da mortalidade infantil ou às taxas de natalidade maiores —, o crescimento traz desafios. O Banco Mundial estima que um em cada sete jovens que procuram emprego na região não consegue encontrar uma vaga. Na África do Sul, a taxa de desemprego para quem tem entre 15 e 24 anos é de cerca de 57%.
Crédito: Bloomberg News – disponível na internet 27/08/2018