As entrevistas têm duração de 45 minutos, divididos em três blocos, com a participação de profissionais da Agência Brasil, TV Brasil e Rádio Nacional. No entanto, a entrevista de Dias foi menor que a dos candidatos anteriores, porque ele chegou às 17h43 à sede da EBC, em Brasília. Participaram da entrevista a âncora Roseann Kennedy e os jornalistas Mara Bergamaschi (Agência Brasil), Valter Lima (Rádio Nacional) e Pedro Pontes (TV Brasil).
O objetivo é mostrar à população as propostas e ideias de todos os candidatos, enriquecendo o debate sobre os grandes temas nacionais. A ordem das entrevistas foi definida por sorteio, em reunião na sede da EBC, com a participação de assessores dos candidatos à Presidência.
Segurança
O candidato disse que adotará “tolerância zero” em relação à corrupção, começando pela segurança na área de fronteira. Defendeu mais financiamentos e capacitação com integração do Exército e das polícias. Se eleito, ele instituirá uma Frente Latino-Americana de Combate ao Crime, com armamento pesado para policiais.
Progressão de Pena e Saidões
Alvaro Dias disse que é preciso aprimorar a legislação, pois os presídios são “escolas de crime”. Ele propôs tratamento diferenciado para quem é condenado pela prática de crimes violentos, quem deve ter seus casos julgados por tribunais especiais. Segundo ele, a medida vai reduzir o impacto nas penitenciárias. O candidato também defendeu o fim dos saidões e disse que convidou juristas conhecidos para auxiliá-lo no aprimoramento da legislação.
Descriminalização das drogas
Alvaro Dias disse que, se eleito, não vai descriminalizar as drogas e nem colocar o assunto para debate da população, na forma de plebiscito ou consulta pública. Segundo ele, é preciso combater todas as etapas, desde a produção ao tráfico de drogas.
SUS
O candidato disse que há falta de honestidade no gerenciamento de recursos e na execução dos programas de saúde pública. Alvaro Dias defendeu a criação de uma nova carreira, típida de Estado, que será o “médico federal” para substituir o programa Mais Médicos. Ele disse que cabe à União oferecer a orientação técnica para os estados e municípios. Alvaro Dias descartou a possibilidade de recriar a CPMF, o chamado imposto do cheque, para financiar a saúde pública do país. Segundo ele, o Brasil aplica mais em saúde do que muitos países, mas há um problema de “incapacidade de gestão” e “desonestidade”.
Bolsa Família
O candidato do Podemos disse que o Bolsa Família tem de ser visto como investimento e não como despesa, mas criticou o pagamento indevido do benefício, que classificou como “desvios” e “roubo”. Para ele, o Bolsa Família deve ser encarado como uma preparação para a inserção no mercado de trabalho. “Assinada a carteira de trabalho, o trabalhador não voltará ao Bolsa Família, pois poderá exercer a cidadania.”
Cotas
O candidato do Podemos disse que investir em educação reduz vários índices negativos, como a criminalidade. Ele defendeu a manutenção das cotas sociais e disse que é essencial valorizar o ensino fundamental. Para ele, é preciso discutir que “escola nós queremos”.
Salário Mínimo
Alvaro Dias disse que o salário mínimo não pode ser a referência para outras despesas públicas. Pela proposta do candidato, se eleito, o reajuste do mínimo será feito com base no crescimento econômico e não na inflação.
Empregos
Se eleito, o candidato afirma que vai criar 10 milhões de empregos em quatro anos. Para isso, diz que o Brasil terá de crescer 5% ao ano a partir de um pacto suprapartidário de governabilidade, descolando o setor privado do público. Para ele, as desigualdades sociais são decorrentes das desigualdades de oportunidades.
Previdência
A reforma da Previdência proposta por ele considera uma conta individualizada e capitalizada de modo que o contribuinte possa depositar mais do que a lei determina para garantir uma aposentadoria maior do que é definido atualmente. Haverá ainda, segundo ele, um fundo de recursos.
Corrupção
Alvaro Dias sugere um rompimento com o sistema atual. De acordo com ele, se a mudança não for levada adiante, a corrupção continuará.
>> Entrevista na íntegra:
Agência Brasil de Notícias 06/09/2018