Eleições 2018: Câmara e Senado terão a maior renovação das últimas décadas, estimam analistas

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No Senado, apenas 8 das 54 vagas em disputa serão ocupadas por candidatos que disputaram reeleição na votação deste domingo. Na Câmara, a renovação deve ficar acima de 50% das cadeiras. O número deve ser maior que o das últimas eleições, quando a taxa ficou em 47%. A última vez em que a Câmara teve uma renovação tão grande foi em 1994, quando 54,2% dos deputados eleitos eram novos.

“No Senado, há uma característica muito forte de circulação do poder. São pessoas que já exerceram outros cargos, que eram secretários estaduais, deputados etc. E que agora chegam ao Legislativo”, diz o analista político Antônio Augusto de Queiroz, diretor do Departamento Intersindical de Análise Parlamentar (DIAP).

“Na Câmara, também houve o mesmo fenômeno, com uma forte punição aos caciques. Para ficar no exemplo de Goiás, ficaram de fora o Roberto Balestra (PP), um dos políticos mais antigos do Estado; e também Jovair Arantes (PTB), que tinha muito poder político. Demóstenes Torres (PTB) também”, diz Queiroz.

No Distrito Federal, por exemplo, apenas uma de oito cadeiras ficará com uma deputada federal reeleita: Erika Kokay (PT) conquistou seu terceiro mandato na Câmara. Todos os outros sete eleitos pelo DF são novos.

Plenário do Senado
Caciques históricos como Romero Jucá (MDB) ficarão de fora do Senado. Direito de imagem GERALDO MAGELA / AG. SENADO

Queiroz diz ainda que o Congresso deste ano deverá ser bem mais conservador que o último. “Há muitos policiais, muitas celebridades e também muitos representantes de igrejas evangélicas. Seguramente será o Congresso mais conservador de todos os tempos.”

Outra característica do novo Congresso deve ser a fragmentação, diz o diretor do Diap. No Senado, por exemplo, o número de partidos representados crescerá de 18 para 21.

Se confirmado, o quadro representa uma reviravolta em relação ao observado durante a campanha: este ano, a maioria dos partidos priorizou a reeleição de políticos tradicionais ao distribuir o dinheiro do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC).

PSL de Bolsonaro crescerá na Câmara

O PT deve sair das urnas como o maior partido da Câmara dos Deputados, com mais de 50 deputados. O partido de Fernando Haddad deve ser seguido de perto pelo PSL, de Jair Bolsonaro, também com cerca de 50 representantes.

Às 02h35 desta segunda-feira (08), já eram conhecidos oficialmente os donos de 448 das 513 cadeiras. O PSL já tinha conquistado 50 assentos (9,7% do total), seguido do PT, com 46 cadeiras – os resultados não incluíam a Bahia e o Amazonas. No Estado nordestino, os petistas fizeram 8 deputados federais e o PSL, apenas um.

Uma ascensão como a do partido do ex-capitão foi vista poucas vezes na história da política brasileira. Em 2014, a sigla elegeu um único deputado federal, Macedo (CE).

O plenário da Câmara dos Deputados
O PSL deve apresentar um dos maiores crescimentos na Câmara na história em 2018. Direito de imagem MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

A estimativa aparece em análises feitas de forma independente pela corretora XP Investimentos e é corroborada pelo Diap – até as 23h deste domingo, ainda não era possível fazer a conta completa de deputados federais eleitos, pois a apuração ainda não estava completamente concluída.

No caso do PT, deve haver queda em relação a 2014, quando a legenda elegeu 70 deputados federais.

A maior derrocada, porém, deve ser nos grandes partidos de centro-direita, como MDB, PP, PR e principalmente o PSDB. Segundo a estimativa da XP Investimentos, estes partidos devem terminar a apuração com cerca de 30 deputados cada.

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