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Bolsonaro diz que futura ministra Tereza Cristina tem toda a sua confiança

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O presidente eleito Jair Bolsonaro minimizou neste domingo reportagem de que sua futura ministra da Agricultura, Teresa Critina, concedeu incentivos fiscais à empresa JBS na mesma época em que manteve uma parceria com a empresa, afirmando que não pretende voltar atrás na sua nomeação em razão disso.

De acordo com reportagem publicada na edição deste domingo do jornal Folha de S.Paulo, a deputada arrendava uma propriedade em Terenos (MS) aos irmãos Joesley e Wesley Batista para a criação de bois e, ao mesmo tempo, era secretária estadual de Desenvolvimento Agrário e Produção de Mato Grosso do Sul.

Ainda conforme a reportagem, os documentos assinados por Tereza foram entregues pelos delatores da JBS em agosto de 2017 como complemento ao acordo de delação premiada fechada em maio entre executivos da empresa

A Folha cita que a política de incentivos fiscais do governo estadual está no centro da delação premiada fechada pela JBS no ano passado no capítulo que tratou da corrupção em Mato Grosso do Sul.

“Ela já foi julgada?… Eu já fui representado umas 30 vezes na Câmara (dos Deputados) e não colou nenhum… No momento ela goza de toda confiança nossa”, afirmou Bolsonaro, após visitar evento esportivo no Rio de Janeiro. “Também sou réu no Supremo e por isso tenho que renunciar meu mandato?”

A jornalistas, ele também disse que o esporte terá uma atenção especial em seu governo, mas que ainda não definiu se a pasta vai se fundir com o Ministério de Educação. “Isso está sendo definido e brevemente teremos o mapa dos ministérios.”

O presidente eleito acrescentou que recebeu convite para visitar os Emirados Árabes, citando que há muitos brasileiros no mundo árabe e o ideal seria buscar uma aproximação com países da região.

Sobre os gastos de campanha questionados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro afirmou que já começou a apresentar sua defesa e garantiu que fez a campanha “mais pobre da história do Brasil”

A Assessoria de Exame e Contas Eleitorais e Partidárias (Asepa) do TSE apontou no começo do mês indícios de irregularidades na prestação de contas de campanha de Bolsonaro, entre eles o descumprimento de prazo para entrega de relatórios, indício de doação de fonte vedada e ausência de contrato de prestação de serviços de financiamento coletivo.

No evento de jiu-jitsu na Barra da Tijuca, o presidente eleito afirmou que no seu governo buscará uma união entre poderes para o bem do país e que “vai se aproximar muito do parlamento brasileiro”.

Bolsonaro estará em Brasília nesta semana, o que, segundo ele, é uma demonstração de que quer que o parlamento governe junto com ele o Brasil.

Ele voltou a falar sobre a polêmica decisão de acabar com programa Mais Médicos e afirmou que a decisão foi tomada porque cubanos viviam em regime de semiescravidão, longe de suas famílias. Segundo ele, no dia 1º de janeiro já será possível apresentar uma solução alternativa aos municípios que ficarão sem os mais de 8 mil médicos de Cuba.

“Vamos apresentar o remédio para isso, se bem que o governo (de Michel) Temer já está cuidando disso, mas não podemos admitir alimentar a ditadura cubana no Brasil”, afirmou. “Se der tratamento adequado, vamos resolver isso. Mas teve prefeitura que mandou embora seu médico para pegar um cubano”, acrescentou.

Crédito: Rodrigo Viga Gaier/Reuters Brasil – disponível na internet 19/11/2018

Ministra de Bolsonaro deu incentivos fiscais à JBS, diz jornal

Indicada para a Agricultura, Tereza Cristina arrendou terras à empresa dos irmãos Joesley e Wesley Batista enquanto estava no cargo de secretária estadual de Desenvolvimento Agrário e Produção de Mato Grosso do Sul

Sergio LIMA / AFP
Tereza Cristina comandará a pasta da Agricultura no futuro governoSergio LIMA / AFP

Futura ministra da Agricultura de Jair Bolsonaro (PSL), Tereza Cristina (DEM-MS) concedeu incentivos fiscais ao grupo JBS no período em que estava à frente da Secretaria de Desenvolvimento Agrário e Produção de Mato Grosso do Sul, de acordo com a Folha de S.Paulo. À época, ela manteria uma “parceria pecuária” com a empresa.

Segundo o jornal, Tereza arrendava uma propriedade em Terenos, no Mato Grosso do Sul, a Joesley e Wesley Batista para a criação de bois. Os documentos com a sua assinatura foram entregues pelos delatores da JBS em agosto do ano passado como um complemento da delação premiada firmada com a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Tereza foi secretária do então governador André Puccinelli (MDB-MS) — preso em julho pela Operação Lama — entre 2007 e 2014. Os incentivos fiscais concedidos pelo governo estão no alvo do capítulo sobre o Mato Grosso do Sul do acordo. Conforme a delação, Joesley e Wesley atribuíram ao então diretor tributário da JBS, Valdir Aparecido Boni, a tarefa de negociar a propina com Puccinelli e os governadores anteriores, Zeca (PT) e Reinaldo Azambuja (PSDB). Em 13 anos, teriam sido pagos R$ 150 milhões em propina.

Boni entregou os documentos com a assinatura de Tereza em seu acordo de delação. Segundo os delatores, o esquema operou no governo Puccinelli por meio da concessão de incentivos fiscais e, em contrapartida, o pagamento de propina entre 20% a 30% do valor obtido com os créditos. Os pagamentos ocorriam em espécie ou por meio de depósitos para empresas agropecuárias.

Neste mês, a futura ministra disse ter apenas “uma propriedade, um condomínio” com seus irmãos, que era somente “inventariante” e que a família “arrenda um confinamento há muitos anos”. O seu advogado, Dorvil Afonso Vilela Neto, disse à Folha que os aditivos aos termos de concessão de créditos tributários eram “fatos determinantes para o aumento de investimento nas unidades da Seara no Estado, ainda carente da industrialização e empregos”.

A JBS preferiu não se manifestar. Azambuja, Zeca e Puccinelli negam irregularidades.

Crédito: Zero Hora – disponível na internet 19/11/2018

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