A principal novidade do decreto é a transferência para a Sest da responsabilidade do processo de liquidação de estatais. Até agora, os procedimentos formais para a extinção de uma empresa cabiam ao ministério ao qual a estatal estava vinculada. De acordo com o Planejamento, a nova regra diminui interferências políticas que poderiam gerar atrasos. Em janeiro, a Sest passará para o Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes.
Passivos e bônus
Outra novidade que promete acelerar as extinções consiste na transferência dos passivos judiciais para a Advocacia-Geral da União (AGU). A medida elimina a necessidade de o departamento jurídico das empresas liquidadas continuar funcionando após a dissolução. Em muitos casos, a existência de processos na Justiça atrasa a extinção de uma companhia. Quem passará a responder pelas ações será a AGU.
O decreto instituiu ainda um bônus caso o liquidante, funcionário responsável pela liquidação da estatal indicado pelo Ministério do Planejamento, cumpra metas do cronograma. Além da remuneração fixa, de 70% do salário do presidente da empresa extinta, o liquidante receberá um bônus de 30% caso cumpra os prazos estabelecidos.
Durante o processo de extinção, apenas o liquidante e o conselho fiscal, composto por um representante do Planejamento, um do Tesouro Nacional e um do ministério a que a empresa estava vinculada, atuam. De acordo com Artigo 8º, inciso terceiro, caberá ao liquidante rescindir os contratos de trabalho dos empregados da sociedade em liquidação, com a imediata quitação dos direitos correspondentes – excetuados os contratos dos empregados que forem estritamente necessários para o processo de liquidação, mantidos mediante autorização do Planejamento. O conselho fiscal tem como atribuição fiscalizar o trabalho do liquidante e de sua equipe.
Controle direto
As novas regras valem apenas para empresas estatais controladas diretamente pela União. As distribuidoras deficitárias da Eletrobras estão fora do decreto. De acordo com a Sest, o número de estatais federais caiu de 155 para 138 desde o início do governo do presidente Michel Temer.
A partir do próximo mês, a Sest deverá ser absorvida pela futura Secretaria de Desestatização, comandada pelo empresário Salim Mattar. O órgão formulará medidas que favoreçam a privatização de empresas federais.
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Agência Brasil de Notícias 05/12/2018