Tragédia em Brumadinho: 58 mortes confirmadas, lista tem 305 pessoas sem contato. Justiça bloqueia R$ 11 bilhões da Vale

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58 mortes confirmadas, 19 corpos identificados; lista tem 305 pessoas sem contato

RESUMO

  • Barragem da mineradora Vale se rompeu na sexta-feira em Brumadinho (MG), e um mar de lama destruiu casas da região.
  • Rejeitos atingiram a área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco.
  • Até o momento, há confirmação de 58 mortos; 19 foram identificados; há 305 desaparecidos, e 192 pessoas foram resgatadas vivas.
  • Buscas entram hoje no quarto dia; 130 militares de Israel chegaram a MG na noite de domingo e darão apoio aos bombeiros
Bombeiros chegam para o quarto dia de buscas
Bombeiros chegam para o quarto dia de buscas (Foto: G1 )

O Ministério Público de MG emitiu no domingo uma recomendação para que a Vale inclua nas medidas referentes ao rompimento da barragem ações de contenção, recolhimento e neutralização dos resíduos gerados no acidente, bem como para a recuperação das áreas impactadas e preservação do patrimônio cultural, histórico e turístico. O documento foi proposto pela Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural de Brumadinho e da coordenadoria estadual das Promotorias de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico, A mineradora tem 24h após o recebimento para acolher ou não a recomendação e esclarecer as medidas adotadas.

Segundo o MP, o documento considera que as medidas devem ser adotadas de forma rápida e eficiente para evitar o perecimento do patrimônio cultural local e que a adoção das medidas não pode ficar entregue à livre escolha ou definição da empresa causadora do desastre.

Um personal trainer de Praia Grande, no litoral de SP, busca pelo irmão desaparecido em Brumadinho. João Augusto Alves tenta encontrar Luís Felipe Alves (foto), de 30 anos, que é engenheiro de produção, funcionário da Vale, e está na lista de funcionários desaparecidos da empresa, após o rompimento da barragem. Segundo José Augusto, os dois conversaram, por telefone, pouco antes da tragédia.

Luís Felipe Alves trabalha na Vale e está desaparecido desde o rompimento da barragem, em Brumadinho, MG
Luís Felipe Alves trabalha na Vale e está desaparecido desde o rompimento da barragem, em Brumadinho, MG (Foto: Reprodução/Facebook)

Depois da tragédia em Brumadinho, Minas Gerais, o governo estuda medidas para endurecer regras de licenciamento e fiscalização de barragens, informa o repórter Nilson Klava, da GloboNews.

Uma das medidas estudas é exigir das empresas que contratem seguros de danos pessoais e danos ambientais00, além de exigir a contratação de auditorias independentes que se sujeitem à legislação brasileira. Dessa forma, as próprias seguradoras poderiam ajudar a pressionar as empresas pela fiscalização.]

Crédito: Portal do G1 – disponível na internet 28/01/2019

Justiça bloqueia R$ 11 bilhões da Vale

Buscas após rompimento de barragem em Brumadinho são retomadas. Total de mortos chega a 58. Mais de 300 continuam desaparecidos.

    
Brasilien l Schlammlawine nach Dammbruch (Reuters/Washington Alves)
Rompimento da barragem atingiu complexo da mineradora em Brumadinho. Centenas de funcionários estão desaparecidos

A Justiça de Minas Gerais determinou neste domingo um novo bloqueio de recursos da mineradora Vale após o rompimento de uma barragem de rejeitos de minério em Brumadinho. O valor total de valores bloqueados da empresa para garantir o ressarcimento de danos causados e para indenizar vítimas já chega a 11 bilhões de reais. Até o momento, a contagem oficial de mortos na tragédia chega a 58. Pelo menos 305 pessoas seguem desaparecidas.

O último pedido de bloqueio de valores foi apresentado pelo Ministério Público de Minas Gerais no sábado (26/01) e indicou o valor de 5 bilhões de reais. No mesmo dia, a Justiça já havia autorizado outros dois bloqueios, de 5 bilhões e 1 bilhão de reais. Além disso, o Ibama multou a Vale em 250 milhões de reais.

No último pedido apresentado no sábado, o MP-MG destacou que além de danos materiais, as vítimas da tragédia sofreram “evidentes e notórios os danos morais, psicológicos, emocionais, comunitários, de saúde e culturais”.

De acordo com os autores do pedido, a mineradora obteve proveito econômico da exploração na região e têm que arcar com o ônus do desastre. No pedido, eles apontam que, apenas no terceiro trimestre de 2018, a Vale obteve lucro líquido recorrente de 8,3 bilhões de reais e, diante do rompimento da barragem, é fundamental que tais valores não sejam distribuídos entre os acionistas e investidores da empresa, mas revertidos para as medidas de recuperação ambiental e reparação dos danos.

Buscas são retomadas

As buscas por desaparecidos chegaram a ser interrompidas neste domingo após um alerta apontar risco de rompimento de outra barragem da região. Por volta de 5h30, sirenes chegaram a ser acionadas para indicar o risco iminente de rompimento da Barragem B6.

Essa estrutura foi afetada pelo acidente da Barragem 1 da mina do Córrego do Feijão, que rompeu na sexta-feira, liberando quase 12 milhões de metros cúbicos de lama e rejeitos minerais e deixando um rastro de destruição em instalações da Vale e numa comunidade de Brumadinho. A lama e os rejeitos também atingiram o rio Paraopeba.

Após ordenarem a evacuação de moradores da região e interromperem as buscas, os bombeiros concluíram que o risco havia diminuído e retomaram os trabalhos.

Dos 58 corpos já localizados, 19 foram identificados. Um ônibus com dez corpos foi localizado na área da barragem.  A maior parte das vítimas até agora é composta por funcionários ou terceirizados da Vale.

Também neste domingo, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a chegada de 140 pessoas e 16 toneladas de equipamentos enviados pelo governo israelense para auxiliar nas buscas. Bolsonaro sobrevoou a região da barragem no sábado.

Oficialmente, a barragem que rompeu não recebia novos rejeitos há três anos e estava em processo de desativação. A estrutura foi construída em 1976 pela antiga mineradora Ferteco Mineração, que já foi a terceira maior companhia produtora de minério de ferro do Brasil e pertenceu ao grupo alemão ThyssenKrupp. A barragem e a mina passaram para a Vale em 2001, quando a Ferteco foi vendida.  Em junho e setembro do ano passado, a barragem foi vistoriada pela empresa certificadora alemã TÜV SÜD, que atestou que a estrutura era estável.

Crédito: Deutsche Welle Brasil – disponível na internet 28/01/2019

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